CAPÍTULO 4 - 2° PARTE - Nova Empire

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Eu sempre gostei de jogos, eles me excitam de uma forma estranhamente prazerosa

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Eu sempre gostei de jogos, eles me excitam de uma forma estranhamente prazerosa. Nada como um bom duelo entre oponentes dignos. A tensão cresce, os riscos aumentam, as probabilidades se dissipam, tudo com um único propósito: a vitória ou a derrota. Não existe meio termo, a vida é um grande jogo. E nesse jogo, ou se ganha ou se morre.

— Sente-se — ordeno a Javier, que ocupa seu lugar no estofado de canto.

Continuo a andar pela sala, tentando encontrar uma alternativa para superar esse maldito Aranha. Quando Javier me contou tudo o que houve, quase explodi de fúria.
Nada saiu como o planejado, e agora tenho que correr contra o tempo para sair dessa enrascada.

— Seja lá quem for esse Aranha, é muito poderoso, senhor. Não podemos combater ele de frente...

— Você sabe o que é a Gota do Príncipe Rupert? — indaguei, interrompendo seu discurso patético.

— Temo que não, senhor Gotti.

— Quando uma gota de vidro fundido cai sobre a água fria, ela se transforma em uma gota super resistente à pressão. — Volto meu olhar para ele. — Você sabe o formato de uma gota, ou também vai me dizer que não sabe?

— Sei sim, tem uma parte maior e uma espécie de cauda...

— Sim, sim... Essa gota de vidro é tão resistente que pode ser considerada quase indestrutível... se não fosse por sua cauda. Um simples dano ou ruptura nessa região faz com que toda sua estrutura se transforme em pó em questão de segundos.

— É realmente interessante, mas acho que não entendi o que quis dizer...

— Ora, não seja tolo. Esse Aranha Negra pode mostrar todo seu poder, cair sobre nós de forma destrutiva, mas ele não pode vencer todos os confrontos. Todos nós temos uma fraqueza, e eu descobrirei a dele. Custe o que custar. — Sirvo um whisky em dois copos e dou um deles a Javier. — Você tem muito a aprender, garoto. Isso é apenas o começo.

No canto da sala, a madeira negra do piano de calda reflete a luz. Um modelo antigo e sofisticado do século 20, uma verdadeira relíquia da minha família. Levanto o (tampa) e com um tecido retiro algumas poeiras. As teclas ressoam alguns toques agudos e outros graves bastante desafinados. Já tem algum tempo que não uso, costumava ter aulas de piano algumas vezes por semana.

— Já tocou piano alguma vez? — Perguntei a Javier.

— Já sim, embora não seja tão habilidoso.

— Compreendo. — Toco algumas teclas para testes, só então começo a teclar em melodias sintonizadas.

— O senhor é bastante habilidoso nisso.

— Aprendi com o melhor — Inspiro fundo. Lembro do meu pai, um homem tão duro quanto eu me tornei. Me ensinou muitas coisas, dentre elas, a menos perigosa de aprender era piano. Na época eu o odiava, hoje também ainda o odeio, mas agradeço todos os ensinamentos, graças a eles que hoje sou o que sou. — Meu pai era um excelente professor. Não admitia erros... sabe o que ele fazia com quem cometia erros?

Maldito DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora