CAPÍTULO 6 - 2° Parte - Demônios Ruivos

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CHRISTOPHER GOTTI

"[...] Por favor, abram a portaa!! [...] "

As gargalhadas começaram a se espalhar pela sala, e eu as acompanhei, fazendo delas músicas para meu ouvido.

Mérida — a empregada do casarão — estava colocando whisky em meu copo, e pude perceber sua mão tremer e o líquido derramou boa parte fora.

— Me desculpe, senhor. Limpar eu agora mesmo... — Ela diz, sua voz treme.

"[...] Socorro...por favor [...]"

— Não, não...você não limpará isto como se fosse um líquido qualquer... — De repente, todas as risadas cessaram — Sabe quanto custa uma garrafa deste whisky que você acabou de derramar?

— N-não, senhor... — Ela responde, enquanto passa a mão em seu rosto, tentando limpar o suor. Seus olhos estão grandes, mas em nenhum momento me encara.

— Custou mais do que seu salário. — As risadas voltam a se espalhar. Os idiotas que estão rindo são meus capangas e Taylor, que está sentado no sofá defronte a minha poltrona da sala.

"[...] Alguém...por favor[...]"

Basta um olhar meu para que eles todos voltem a ficar calados, só então volto a me dirigir a empregada.

— Eu sinto muito, senhor, por favor...

— Lambe o chão. — Digo, interrompendo seu ridículo e desesperado discurso.

Ela me olha, e em seu rosto há uma expressão neutra. Não saberia decifrar, seu nariz adunco e olhos amendoados me fazem querer rir de sua cara ridícula.

— Não me faça repetir. Quero que beba cada gota que você derramou, e não desperdice nada.

Seus olhos tremem, e começam a lacrimejar. O que ela pensa que isso me fará? Irá me comover? Patético.

Ela retira as luvas brancas e se ajoelha na minha frente, o whisky derramado está próximo de meu sapato, ela começa a inclinar a cabeça até a pequena poça do líquido e com a ponta da língua, ela suga.

"[...] Socorro...[...]"

— Se vai fazer isso, que faça direito — A empurro com o pé para que ela coloque a boca toda na poça. Ela começa a soluçar. — Ah, que isso? Agora eu sou o homem malvado só porque não quero desperdício? Muitas pessoas se matariam para tomar esse whisky e você está chorando?

— O que está acontecendo aqui? — Quando olho para a porta, vejo aquela cabeleira ruiva entrar.

— Victoria! Chegou bem na hora. Estava ensinando uma lição importante para a nossa querida Mérida. — Respondo entusiasmado.

— Ensinando uma lição? Você está humilhando ela! Mérida levanta daí. — Ela vai em direção da empregada e a ajuda a levantar.

— Talvez eu devesse lhe ensinar uma lição também. — Digo, tomando o restante do whisky no meu copo, levantando em seguida.

"[...] Alguém... por favor...abra a porta[...]"

— Quem está gritando?? Javier? — Victoria larga imediatamente a empregada e avança para a porta, mas antes que abra, Taylor a segura junto de outro homem.

— Isto não é da sua conta, garota intrometida! — Pego a bandeja na mesa de centro e levo até Mérida — Leve isto para longe de mim junto com a sua existência. Agora!

Ela se assusta, e corre para o corredor que leva para a cozinha.

— O que você fez?! Suas feras irão matar Javier! — Victoria grita, se esperneando nos braços de Taylor. — Me larga, seu estúpido!

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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