Capítulo 12

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Eva

  Eu preciso de um pouco de alívio, ficar sozinha e nada melhor que isso andar sozinha em uma floresta. Meus pais não ligam mais se eu saio de casa ou volto para ela. Minha mãe disse que era a idade e até eu fazer vinte eu poderia fazer isso. Depois eu seria uma mulher e tudo que eu fizesse não teria a desculpa da juventude.

   Eu gosto da sensação de poder ser pega em meio a noite, escuro e muito mais fácil de matar e não ser visto. Desvio de um pinheiro e caminho entre as raízes das árvores como não se fossem nada. As vezes quando estou nas minhas caminhadas noturnas eu ouço gemidos aqui. Seja quem for, que mau gosto para foder.

   Eu gosto de vir para por a cabeça em ordem e as vezes ter criatividade para ferrar com os quatro idiotas que se denominam de caleiros, usar máscaras de paintball não fazem deles caras maus, só garotos mimados que querem atacar a cidade para serem interessantes.

    Caminho até o penhasco e quando sinto a brisa marítima no meu rosto eu quase deixei o vento me puxar para baixo mas ligo recuperei a razão e me sentei tranquilamente na beira do penhasco e bati as pernas contra a parede rochosa enquanto via as ondas quebrarem contra a parede gigante e as rochas lá em baixo.

    Respiro fundo e tento absorver a paz violenta das águas e o pouco de liberdade do vento, eu adoraria poder sentir mais do que esses coisinhas sobre o tempo. Estou sozinha aqui. Sempre sozinha lá dentro, mas a diferença de solidão é que aqui fora eu posso sentir coisas sensoriais. Estar tudo silencioso dentro me deixa mais sozinha. Não sinto nada e não sinto falta do que nunca tive então eu gosto de estar sozinha do lado de fora.

— Eu poderia te matar. — Ouço a voz e imediatamente ignoro. Se ele quisesse me matar teria me dado um pontapé eu já estaria em pedaços na embaixo.

   Senti quando ele se sentou ao meu lado e eu continuei com os olhos fixos no mar, lá onde ele beija a lua, la no fundo. Não liguei para o cheiro de álcool ou cigarro. Não queria conversar e não tenho motivos sólidos para jogar ele lá embaixo.

— Sabe... Eu fui recusado. — Ele disse virando a garrafa goela abaixo. — Ela não é toda bonita como você. Só é bonita para mim.

   Cruzei as pernas e apoiei o peso do meu corpo não braços e até declinei o corpo para trás.

— Emory, Emory Scott, vocês tem a mesma idade. — Ele disse e eu ouvi o som do esqueiro. — Mas ela é diferente. Tipo quem recusaria... Alguém como eu.

Abri um olho e fechei o outro, ele estava olhando para o nada e eu continuei ignorando ele.

— Você não sente nada mesmo? — Ele disse sério — Por que?

— Eu nasci assim. — eu disse calmamente e ele me olhou com os olhos arregalados.

— Não tem como não sentir?

— Nasça de novo. Tente a sorte. — Assim que eu disse ele deu risada, dói agradável o som dela. Mas depois disso e ele me olhou e eu senti a necessidade de olhá-lo.

— Entendi porque o Kai tá odeia. — ele disse sentando no chão e olhando para cima e então para mim. — Você não sente nada e não se importa de machucar.

— Vocês que são sensíveis.

    Ele não disse nada por um tempo e eu não comecei uma conversa. Fiquei umas duas horas olhando para o mar e Will para o céu. O silêncio voltou mas não aconteceu a solidão costume. Mesmo se falar ele ainda está aqui. Talvez ele precise de tempo, e eu não sou amiga dele. Talvez ele precise de tempo sem os amigos dele.

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