capítulo 98

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Michael

Eu a amo. De verdade, do fundo da minha alma suja, mas isso tem que acabar. Eu não aguento mais. Seja por Kai ser um merda com a própria família, seja o Will por desaparecer outra vez, seja o Damon por não se importar com ninguém além da família dele. E olhe só! Ele é o mais sensato no momento de todos.

E é exatamente por isso que eu vou dar um basta nisso. Já me cansei disso. Rivalidade feminina ok! Uma odiar a outra, ok! Mas agora essa merda acho que para mim já atingiu a quantidade de sapos que eu posso engolir. Estou exausto. E para mim já deu.

— Michael, porque você está tão calado hoje... Nem...

— As coisas estão ruins. — Digo com um pouco de raiva, não totalmente dela, mas de toda essa situação.

Nós dois estamos casados, há um ano, e tudo que fizemos nesse período foi atrapalhar o casamento do Kai e perder o Will de vista.

— Você está exagerando. Estamos bem.

— Bem? — caminho até a adega, queria ficar sozinho e saber lidar com tudo isso sem ter que explodir com algo ou alguém.

— Qual é Michael! Você está assim há dias, Kai precisa de você e você está fechado para o mundo. Caralho.

Parei no meio do corredor. Foi a pior, não, foi a coisa mais idiota que ela teria para dizer quando tudo que ela faz é foder com tudo. Eu a amo, mas caralho...

— Primeiro, o Kai já é adulto o suficiente para lidar com a vida de merda que ele escolheu. Segundo ele não precisa de ninguém, é por isso que ele está nessa merda, você se mete de mais, todos nós. E por fim. Não estou fechado para o mundo, estou me controlando para não explodir. Então se quer que ainda tenhamos uma boa noite de sono, fique quieta e não fale do Kai ou Eva mais dentro de casa. Desde que nós casamos você só fala sobre eles. Eles estão se divorciando porra! Tem um bebê no meio disso. Você só pensa em foder com a Eva mas ela é mãe e o filho dela Rika? Você só pensa e ofender e ferrar com ela porque tem for de cotovelo. Porra...

Ficamos em silêncio, e eu finalmente, explodi, foda-se também, eu sou bem democrático e sempre estou longe de ficar em lados. Eva é minha amiga de escola merda. Era uma grande vaca mas era minha amiga. E o Kai é meu melhor amigo. Não existe lados nisso. Eva é daquele jeito e Kai é tão orgulhoso que está pouco de fodendo para as razões que tudo isso virou.

   Passo por Rika e subo as escadas, estou cansado de verdade, toda minha família está se destruindo e eu não sei o que fazer para deixar todos juntos. Caminho quase sentindo o chão tremer quando ouço a o grito da Rika. Talvez seja só birra l, como sempre.

Esfrego meu rosto e tento me recompor, solto um suspiro pesado e tento me lembrar se eu ainda tenho sanidade para ir ver a Eva amanhã.

— Pai... — meu corpo inteiro tensiona e eu abaixo a cabeça quase decepcionado comigo mesmo.

Esqueci que tenho uma filha. Viro para a porta do quarto onde ouvi a voz de Athos e ela está segurando a maçaneta. Com uma expressão de corta todos as veias do coração, que merda. Eu disse. Não dá para cuidar da vida dos outros quando a nossa já é complicada demais.

— Oi...— Digo caminhando até onde está Athos e ela está mordendo o lábio inferior. — O que houve?

— Você estava bravo?

Estou puto na verdade. Mas não com ela. Ela tem oito anos vai fazer nove o mês que vem. Tem bilhões de motivos para eu estar puto mas nenhum nesse momento exatamente. Me abaixo para igualar a altura dela e ela me olha com os olhos sonolentos.

— Não. — Acaricio a bochecha dela e coloco uma mecha de cabelo atrás da orelhas dela. E só então que eu vejo brincos.

Eu falo tanto da péssima dedicação do Kai como pai, mas eu não estou atrás. Olha só, Athos tem brincos e eu só vi eles hoje.

— A mamãe está gritando. — Ela disse olhando para escada.

— Ela está com sono. — Digo me ponto de pé e pegando ela no colo. — você está com sono também.

— Ela está brava porque eu fui brincar com o Mads? — Entrei no quarto de Athos e fechei a porta nos isolando do mundo caótico que é a realidade.

Coloco Athos na cama e ela ainda está esperando a resposta. Eu não acho que Rika sequer esteja brava por causa do Mads, seja mais porque a Eva deu uma sacola de presentes para Athos.

— Não meu amor. Sua mãe só está com sono. — Digo sorrindo. — Já pensou no que vai dar para a Eva como agradecimento?

Ela afirma sorrindo.  A verdade é que mesmo que a Rika quisesse rasgar o urso ela não teria coragem, é um urso com dois pedras preciosas azuis nos olhos e com uma bolsa da Channel. Rika não seria tão insensível.

— Tia Eva disso que podemos ir a praia. — Athos disse com um sorriso enorme. — Ela disse que se eu quisesse poderia ir. A tia Winter vai com os meninos. Posso? Então dou uma chapeu igual aqueles que a mamãe usa na praia para tia Eva. Ela branquinha, vai queimar né?

  Não me contenho e aperto o nariz dela e ela faz uma careta. Me assusta, verdadeiramente que a Athos tenha plena consciência que a Eva é tão branca que pode virar um camarão na praia. Minha garotinha é adorável não é?

Claro, aqui está a continuação do capítulo:

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Eu sorrio para Athos, tentando aliviar o peso que sinto no peito. Minha garotinha, tão inocente e cheia de vida, é o que me mantém no eixo em meio a esse caos.

— Claro, meu amor. Podemos ir à praia sim. Acho que um chapéu para a tia Eva é uma ótima ideia. Ela vai adorar. — respondo, tentando manter minha voz firme e calma.

Athos sorri, satisfeita com a resposta, e se ajeita na cama. Eu a cubro com o cobertor e dou um beijo em sua testa. — Boa noite, minha pequena. Dorme bem.

— Boa noite, papai. — ela sussurra, fechando os olhos.

Saio do quarto e fecho a porta suavemente, respirando fundo enquanto encosto a cabeça na madeira. Preciso de um pouco de tampo sozinho. E pelo jeito a Rika também.

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