capítulo 102

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Eva

   Não estou acostumada a não ter o Mads em todos os momentos do meu dia, e não sei como eu tive a ideia de colocar ele na escola. Eu devo estar louca! Mas fico feliz que ele goste e que esteja acostumado e começando a interagir mesmo que menos que o normal com as outras crianças.
   Então ele fica mais empolgado para me dizer tudo que faz na escola quando venho buscá-lo. Posso estar muito ocupada com a nova montanha de trabalho que eu tenho mas sempre vou ter tempo para ouvir ele por horas de for possível.

— Então mamis! O Ivar se sujou todo de tinta e a professora teve que lavar ele e trocar a roupa dele. — Meu anjinho cruza os bracinhos na cadeirinha e balança a cabeça indignado. — Ele é tão bagunceiro mamis...

Apenas coloquei o Mads no jardim de infância porque Damon colocou o Ivar e o Gunnar também. Jamais colocaria meu filho em um lugar sozinho, até porque se mexerem com as crianças o Damon pode resolver isso.

— Vocês estavam brincando com tinta? — Pergunto mais focada nele pelo retrovisor enquanto estou com o carro no sinal vermelho.

— Estávamos pintando as mãos mamis! A professora disse que é para o mural! — ele disse levantando as mãos alegre. — eu gosto de azul então minhas mãos estavam azuis inteirinhas!

— Que pena que eu não vi! — Digo realmente sentindo uma dor descomunal em não ver meu lindo filho brincando com tinta! — quando a chegarmos em casa vamos brincar com tinta!

— Mamãe Gunnar disse que você é boba igual o tio D! — ele disse dando um risadinha maravilhosa.

— Você não gosta da mamãe babona? — pergunto com uma expressão tristonha e ele nega com a cabeça.

— Eu amo a mamis. — ele levantou o polegar — Você é máximo!

— Uau! E você é o infinito! — Digo e ele sorri afirmando.

   Por enquanto eu posso dizer que estou bem, sem problemas, eu só tenho que aguardar meu pai fazer o que ele disse que ia fazer para eu poder extrapolar, mas eu gosto tanto de passar todos os momentos com o Mads que quase esqueci de uma reunião com o juiz semana passada.

     Quase foi motivo do Kai achar que eu estava sendo soberba mas eu fui, com meu caro advogado! Sou tão grata pelo irmão do Will ser um puta advogado. Na primeira audiência o Kai já teve que abaixar a bolinha mucha dele. Querer a casa dos meus pais foi bem agressivo da parte dele. Ele quer brincar de birra. Deixe ele brincar eu não me importo.

   Só estou preocupada que a Nessa esteja fugindo do meu irmão e o Will tenta desaparecido a ponto de nem o Damon saber onde ele está. Amanhã talvez eu vá até a casa dele e veja se ele está lá. Damon não disse muito so que ele viria até mim, mas o Will não veio, e talvez seja algo bem ruim já que ele realmente não veio.

   Eu queria vir sozinha. Por isso o Mads está com meu pai indo ver cavalos, desço do carro e pego meu telefone e ligo para ele. Mas ele não atente como sempre não atendeu nos últimos quatro dias. Bom, nunca vi ele se esconder então supus que ele estivesse no chalé ou na casa dele perto da praia mas eu não iria até o outro lado da cidade sem tentar ver se ele não está no apartamento do centro. Então ca estamos nós. Subo as escadas e chego até o quinto andar, caminhos até o fim do corredor e bato na porta.

Nada.

Bato outra vez e nada.

Então ligo para ele e ouço o toque dentro do lugar, sorri para mim mesma e dei um bom chute na porta. Por muito pouco que não quebrou meu salto. Quando a porta foi ao chão, o barulho deve ter acordado o idiota.

Tiro meu salto da porta e suspiro tentando não ficar enojada pelo cheiro de maconha e outras coisas. Bem álcool para caralho tem por aqui. Quando caminhei mais para dentro me deparei com Will sentando no sofá com uma expressão bem pasma, eu cruzei os braços e ele esfregou os olhos.

— O que você acha que está fazendo Grayson III. — Digo empurrando as garrafa vazias enquanto ando e ele respira fundo.

— Achei que estava ocupada com o divórcio. — ele disse com escárnio puro.

Eu comecei a tirar as garrafas e latinhas do sofá para eu sentar e apenas suspirei ao ver que tinha vômito bem perto do sofá, desisti de sentar.

— Não. O divórcio está encaminhado. Mas você está aqui se afundando em autopiedade. — digo e ele me lança um olhar bem drogado mas puto.

— O que você sabe sobre viver uma vida real Eva? — deitei a cabeça porque eu realmente não entendi — Você acha que tudo acontece como você quer para todos?

— Sim. — digo olhando para minhas mãos — Para falar a verdade, eu quero que todos façam o que eu quero. E fazem. Então acho sim.

— Egoísta.

— Estou aqui. — digo espremendo os olhos. E ele dá de ombros — Egoísta não é?

— O que acha que vai fazer? Nada que faça vai me fazer ser seu brinquedinho. — ele disse e eu tentei controlar minha língua.

— acho que você quer ficar na merda. — digo e ele me encara com ódio verdadeiro. — Fique. Faça o que quiser. Não vim aqui te ajudar William. Vim ver se você estava sofrendo e está. Então iria me oferecer como uma ótima amiga que eu sou mas, claramente você quer que eu me foda nesse momento então vou embora. Só não morra e não se humilhe assim por nada.

— Disse a mulher que se rebaixou a casar com um egoísta de merda por puro capricho. — Ele soltou essa pérola com um tom bem cruel de amargura.

— Disse certo, por capricho. Mas e você? Está se matando por uma merda insignificante? Outra vez não é William?

— Quantas vezes eu disse que ele era um merda hein?

— Quando minha visita virou a merda de um interrogatório sobre minha relação de merda com o Kai?

— Desde que você invadiu minha casa para me irritar.

— Ok, vou embora. — Digo fechando as mãos em punhos.

   Virei as costas e suspirei caminhando para fora mesmo, não ligava muito para o que inferno do caralho ele estava passando, não fiz nada para ele. Não foi eu que machuquei ele. Então isso foi injusto pra caralho. Seja como for se meus amigos querem cuidar das suas merdas sozinhos ok! Não preciso deles.

Minha mãe não me criou para usar amigos de muleta, subi sozinha, e não me importo de ficar sozinha, para mim está tudo bem, eu não me importo. Não me importo.

Desço as escadas calmamente, não estou machucada. Nem um pouco.

Quando chego do lado de fora acendo um cigarro e uma tragada em primeiro lugar me fez colocar minha cabeça no lugar. Caminhei até meu carro e primeiro fumei o cigarro inteiro e apaguei o resto com o salto. Coloquei meus óculos e destravei a Mercedes.

Abri a porta e entrei no carro, não olhei para o prédio e nem me humilhei na esperança de vir algo dele. Crescemos.

Crescemos muito, somos adultos em breve vou fazer vinte e oito e eles vinte e nove. Não somos mais adolescentes. Somos adultos com vidas reais. E cada um quer se foder sozinho. A vontade...

Aperto o volante e dou a partida, vou para minha casa, cuidar do que precisa de mim, saudade humano com apenas cinco anos que precisa de cuidados até o dia que não precisará.

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