Capítulo 47

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KAI

    Ela acabou. Ela acabou de casar comigo e foi embora? Quem faz isso? Pior... Ela...estava expressiva essa não é a Eva que eu conheço, não era ela. Pior, eu não quero falar com ninguém agora. Mas porque todos achou de bom tom vir até minha casa me fazer questionamentos e porque o Gabriel não está em casa e nem atendendo?

   Tento respirar tranquilamente mas não está acontecendo, droga. Eu achei que tinha superado Eva Orlov, mas do de respirar o oxigênio perto dela foi sufocante, foi absurdamente sufocante.

Tentei me manter longe dessas perguntas idiotas sobre tudo sobre hoje. Dobro as mangas da camiseta social e retiro uma garrafa de whisky da adega. Coloquei no copo até quase derramar e bebi contra minha vontade, senti o ardor e fechei os olhos com um sorriso desgraçado. Não acredito que não consegui dizer não. Ela me olhou e eu disse ok. Como um imbecil.

— Kai...— Apoio minhas duas mãos na bancada da cozinha e fecho os olhos para ignorar qualquer conversa.

Maldita Eva, maldita.... Maldita.

— Kai...— Estou irritado e tudo que eu quero agora é ficar sozinho para não poder lembrar que a Eva se casou comigo e foi embora como se usos fosse um compromisso de última hora que atrapalhou o cronograma dela. — Fala com a gente...

— Não tem a gente Rika. — Digo colocando mais whisky no colo. — Na verdade nunca teve.

— Ela só fez isso porque é chata, você pode se divorciar.

— Eu nunca vou me divorciar da Eva. — Declarei mais rápido do que eu imaginei. — Ela pode ter desrespeitado todos o juramentos, mas disse e jurou que só se livra de mim quando eu estiver morto. Pedir o divórcio é pedir para ela ou eu morrer.

— então matamos ela.

   Comecei a rir quando senti a queimação descendo pelo esôfago. Não se mata um Orlov, se sobrevive a um. Todo mundo sabe disso.

— Não se mata Eva Orlov. — Eu disse trancando o maxilar. — Não tem como matar quem tem pacto com a morte e o próprio demônio.

— Poderíamos tentar, quero te ver bem.

— NÃO EXISTEM "BEM" RIKA! —  solto com todo o ar que queima meus pulmões — Não existe isso, não comigo, não com a Eva. Eu sou dela. Sacou? Não deu para ser outra pessoa.

— Você a ama? Depois de tudo que ela fez?

— Você ama o Michael, não me julgue perante Deus padrões. — Pego a garrafa e passo por ela rumo a passagem para a casa de faixada.

Não quero conversar, não quero mais falar sobre isso. Não quando eu estou me sentindo um merda. Mas ela veio, ela veio aqui, veio porque eu sou uma coisas dela, um brinquedo. E eu aceitei isso.

— Eu sabia. — Ouço a voz de Will e ele está fumando na entrada para a sala. — Eva viria.

— Depois de foder com você suponho. — Digo com ódio.

— Isso também. — ele disse me analisando. — Não tem nada ali Kai. A Eva nunca vai te amar.

— Disse o imbecil que só se apaixona por quem não gosta de você. — digo dando um gole da própria garrafa.

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