Capítulo 64

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Kai

Não acredito que ela foi embora, eu não acredito. Não importa o quanto eu acorde de novo, de novo e de novo. Ela não está em casa, não está em Thunder bay e ela sumiu da face do planeta ela não apareceu em nenhum desfile e nenhuma semana de moda, ela nunca perde uma semana de moda.

Nem sei porque eu ainda estou aqui, torcendo fielmente como um cão abandonado e chutado para que ela atenda o telefone com o humor maldito dela e zombe de mim. Mas porra...

Ela poderia ter ficado. Ela não sente nada, nunca se ofendeu com nada que eu disse, nunca, não importa o quão baixo eu fui, quando se trata de Eva ela não se ofendeu a única que vez que eu me fodi foi quando falei da mãe dela. Aí eu comi o pão que o diabo amassou com um chá forte de desespero.

Ela me drogou de novo.

Fez de novo e como da outra vez ela foi embora no dia seguinte.

Desapareceu. Como a merda de uma estrela cadente.

Eu queria que o céu caísse, queria que tudo desmoronasse. Então eu lembro que eu mereço toda essa merda. Seria hipócrita da minha parte e foi. Eu realmente disse tudo aquilo. Eu fiz tudo aquilo mesmo tendo um pouco de desconfiança que ela teria colocado algo para me vigiar já que ela sabia da Sky assim que ela saiu do meu escritório aquele dia. Mas eu nunca procurei.

Eu sabia o quanto ela não gosta da Rika.

Eu sabia o quanto ela queria um filho.

Talvez ela consiga o filho, talvez ela nunca mais volte. Talvez eu nunca conheça meu filho. Talvez seja melhor assim. Afinal, não vou conseguir ver ele e lembrar de que eu e a mãe dele não somos nada.

Eu sou Kai Mori. Eu sinto tudo.

Ela é Eva Orlov. Ela não sente nada.

Se um dia eu ver ela outra vez eu não sei como olhar para ela, nem para falar com ela. Nem quero imaginar ela com um bebê, porque entao eu vou saber o que ela fez para ter ele. E embora eu seja um merda. Ela fez de novo.

Eu quero ve-la.

Me jogo contra a mesa e olho para a aliança, ela nunca tirou essa merda depois de ter posto. Já eu, sempre que me sentia sufocado por Eva tirava e as vezes eu esqueci de colocar outra vez. Talvez eu seja mesmo um péssimo marido.

"Eu tentei"

Foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar e ela desaparecer. O que ela tentou? Me controlar? Porque ela fez isso, cada passo, todo dia, desde acordar até dormir, ela sempre esteve ao redor fazendo tudo que fosse possível para eu não sair da minha imaginaria que ela tinha de bom marido.

Eu não sou o pai dela. Não sou meu pai e não sou o Schreader Fane.

Não a respeitei, não ajudei ela em nada. A minha maior contribuição para esse casamento foi um carro e um cartão de crédito. O que eu faria no lugar dela? Ficaria desapontada. Magoada.

E

u evitei ela. Eu falei monstruosidades dela.

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