Capítulo 106

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Eva


A casa é grande, sim, mas está começando a parecer um labirinto de inquietação. A minha vida pessoal parece estar se dissolvendo na multidão de hóspedes que se acumula aqui. É quase como se cada pessoa que entra adicionasse uma camada de estresse ao ambiente já tumultuado. Às vezes, fico imaginando como conseguiríamos administrar isso sem abrir o segundo andar.

— Eu posso resolver isso, filha. — Meus olhos estão pesados, e eu esfrego as pálpebras antes de fixar meu olhar no meu pai.

A questão em pauta, meu divórcio, está prestes a ser um pesadelo. E a autorização do Katsu para que Madden fique com as katanas e mantenha o filho dele afastado de mim é um ponto de discórdia. Nunca fui próxima dos Mori, meus pais eram, mas desde o casamento, o Katsu nunca me aceitou e a mãe do Kai acha que tudo está bem. Mas não está. Está na hora de pôr um fim nisso.

— Não precisa. Vou até lá. Tenho que pegar a mãe do Kai e trazê-la para uma festa do chá. — Digo, puxando uma mecha de cabelo para trás da orelha. — Mas você poderia ir até o Kai e fazer ele assinar os papéis do divórcio, papai?

Mostro o documento e vejo o desconforto no rosto dele enquanto ele o lê, sua expressão revela que sabe que estou pedindo algo que ele preferiria evitar.

— Tem certeza de que não quer vê-lo?

Coloco a mão no peito dramaticamente e inclino a cabeça para o lado.

— Ah, papai! Acha que eu gostaria de ver alguém que feriu tanto meus sentimentos? — Dou um suspiro exagerado e ele nega com um sorriso, como se conhecesse o jogo.

— Se quiser melhorar a atuação, considere chorar na frente do juiz. — Ouço a voz de Caesar e reviro os olhos. Levanto da cadeira, com o olhar fixo em Caesar que estava relaxado em um canto, e meu foco se desvia rapidamente para o pequeno que corre em minha direção.

Meu coração se derrete instantaneamente ao ver Madden se soltando de Caesar e vindo até mim, seus pequenos pés batendo no chão com rapidez. Pego-o nos braços, sentindo seu calor e seu cheiro doce de bebê misturado ao aroma leve do sabonete infantil.

— Aí, mamãe, eu não sou algodão doce! — Ele ri, seu som agudo e cristalino é uma melodia para meus ouvidos enquanto eu o aperto contra meu peito, minha respiração misturada à dele.

— Ah! A mamãe está tão fraca, meu amor. Recarrega a mamãe. — Murmuro, a voz tremendo de emoção. Ele me abraça com tanta força que sinto uma onda de energia revigorante. Seu cheiro de bebê é como um bálsamo para minha alma. “Nunca cresça, bebê,” penso enquanto acaricio seus cabelos finos.

— Mamãe, eu vou morrer esmagado do seu amor! — Ele ri com uma expressão de alegria pura, seus olhos brilhando como estrelas.

— Ok! — Digo, soltando um pouco o aperto. Seguro ele no colo com mais carinho e leveza. Ele se acomoda contra meu busto, seus braços envolvendo meu pescoço. Puxo uma mecha de cabelo dele do rosto e olho para ele, admirando sua expressão curiosa.

— O que foi?

— Quando eles vão embora, mamãe? — Ele pergunta, referindo-se aos hóspedes que ainda estão aqui.

— Em breve. — Respondo, mas Mads olha para o avô com um olhar de dúvida. — Se não for em breve, eu te dou um cavalo.

Madden bate palmas e levanta o polegar, seu sorriso é contagiante e iluminado. Meu coração se enche de alegria ao ver seu entusiasmo. Meu pequeno japonês, como eu gosto de chamá-lo.

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