Capítulo 27 🥀

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IRIS se afastou de Wolfgang sem realmente o ver.

A garota saiu da sala e correu até a lixeira mais próxima, colocando tudo o que tinha comido aquele dia para fora.

- Qual é o seu nome?

-Andrew Willians.

As vozes ecoavam em sua cabeça. Sua mente repetindo as lembranças que ela havia visto a segundos atrás.

O rosto do homem que por muito tempo ela havia chamado de pai em Wolfgang...

O mundo de Iris simplesmente tinha virado de cabeça para baixo.

A mãe sorrindo, flertando com ele, sem saber que na verdade Andrew era um cara desprezível...

Aquelas memórias lhe davam muita ânsia, e mais uma vez ela vomitou, colocando para fora o líquido do estômago já vazio.

Uma vertigem terrível a tomou.

Iris sentiu as lagrimas querendo surgir, mas ela ainda assim se conteve, e ordenou para que as pernas fracas se movessem até sua mesa. A garota não via o rosto de ninguém de fato, por quem passava ou aonde estava.

Em um estado catatônico, quando se viu, já estava saindo pela porta do Quartel General com a bolsa embaixo do braço.

Ela tropeçava sobre os pés, caminhando entre o vai e vem das pessoas na calçada, sem se importar por ter abandonado o interrogatório no meio, largando o serviço sem avisar ninguém.

Não importava.

Naquele momento, nada importava.

Enfim a garota deixou as lágrimas rolarem pelas bochechas como cachoeiras, chorando de forma descontrolada e inconsolável. As pessoas na rua a olhavam preocupadas, mas Iris também não se importava.

Wolfgang era seu pai.

Não.

Não.

Não.

Toda vez que ela pensava sobre aquilo, sentia as pernas vacilarem, como se o chão abaixo dos seus pés tivesse sumido, a engolindo.

E ela caía em uma escuridão esmagadora.

O peito de Iris doía, angustiado.

Ela não podia, nem queria, acreditar que Wolfgang era seu pai.

Aquele homem tão desprezível, que havia feito coisas horrendas.

Uma parte racional de Iris ainda tentava lutar contra aquela descoberta, dizendo a si mesma que nada daquilo fazia sentido. Ela tinha visto a foto de Andrew Willians, que não era nada parecido com Wolfgang, a não ser pelos olhos azuis, única característica em comum entre ambos. Mas então Iris se lembrava de estar vendo as memórias através dos olhos de Wolfgang, de se ver pelo reflexo na porta de vidro, contemplando a fisionomia de Andrew, e então toda sua racionalidade caia por terra.

Ela tentava se controlar, enxugando as lágrimas com o dorso da mão e respirando fundo entre os soluços, mas era em vão.

Já na Casa Aurora, Iris se trancou em seu quarto até o cair do dia e da noite, ficando deitada na cama em posição fetal e tentando assimilar aquela novidade medonha.

O quarto estava escuro, era o fim da madrugada, e a Casa Aurora estava em completo silêncio, com todos dormindo.

Iris levou a mão ao peito, sentindo aquela parte doer.

Ela ainda permanecia em choque, sua mente a impossibilitando dormir.

Só de pensar em Sebastian, Iris estremecia.

Lost FlameOnde histórias criam vida. Descubra agora