*parte Kai*
[𝙰𝚒𝚗𝚍𝚊 𝚗𝚘 𝚜𝚊́𝚋𝚊𝚍𝚘, 𝚑𝚘𝚛𝚊𝚜 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚌𝚎𝚍𝚘]
Todas as manhãs depois de beber, são uma maldita névoa matinal.
A luz do sol invade meu apartamento através das frestas da cortina.
Meus olhos piscam, relutantes, enquanto ainda tento me lembrar de como cheguei até aqui.
A ressaca é uma presença incômoda no meu corpo, como um hóspede indesejado que se recusa a sair.
Meus membros estão pesados e doloridos, afundado no colchão antiquado.
Minha cabeça lateja em protesto, como se alguém estivesse martelando minhas têmporas. O ar está impregnado com o cheiro de álcool nas minhas roupas, uma lembrança da noite anterior.
Com esforço, viro-me para o lado e encaro o teto descascado. As paredes do meu apartamento são testemunhas silenciosas das minhas escolhas erradas.
Eu não deveria ter voltado pra cá. Pra essa cidade, pra essa família.
O telefone toca, e o som é como um punhal na minha cabeça. A tela ilumina o quarto, revelando mensagens não lidas e chamadas perdidas.
Gostaria de pensar que se trata do meu irmão mais velho, preocupado comigo. Mas nunca é ele.
É o seu secretário para variar fazendo seu papel de babá.
Abro a caixa de mensagens e abaixo o volume para ouvir seus recados;
- bom dia flor do dia, espero que não esteja na sarjeta neste momento. Me mande uma mensagem quando acordar e por favor não morra sufocado no próprio vômito. Hoje é seu dia de folga aliás. Aproveite. Mas não abuse.
Mando uma mensagem pra ele.
Porra, que dor de cabeça.
Arrasto-me até a cozinha, onde a cafeteira aguarda pacientemente.
O café preto é minha salvação, meu antídoto contra a névoa que envolve meu cérebro. Enquanto espero pela infusão escura, olho pela janela suja. Lá fora, a cidade acorda lentamente, como eu.
Olho ao redor da cozinha também mas sem sinal do fumaça.
Gatinho travesso, deve ter ido buscar comida em outro lugar.
Mesmo que o seu pote de água e comida esteja sempre cheio aqui.
Eu deveria tomar um banho, ainda estou fedendo e, se for racional tenho machucados pra limpar.
Vai doer pra caralho.
Bebo a xícara de café e tiro a roupa conforme ando pelo corredor, jogando tudo no cesto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obsessão perigosa
Fiksi Penggemar"𝐮𝐦 𝐝𝐚𝐫𝐤 𝐫𝐨𝐦𝐚𝐧𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐭𝐚𝐫" Emma Clark é uma estudante prudente de enfermagem, focada e exemplar com uma paixão não correspondente pelo seu melhor amigo. Mas ela guarda um segredo cruel, após descobrir que o acidente dos seus pai...