No caminho de casa, meus pais comentaram sobre a minha saída com Damon, perguntando se eu tinha certeza e se o conhecia o suficiente. Omiti todas as respostas por não saber nada a seu respeito. O conheço há menos de quatro dias, qual é? Entendo a preocupação, de todo modo, não posso confiar nas palavras de Sebastian, tendo em vista que soquei seu queixo e nenhum homem deixaria passar ter apanhado de uma garota. Uma garota pequena e frágil, ainda por cima.
Cate e eu fomos deixadas na universidade, mas Leslie começou a chorar dentro do carro, me comovendo mais uma vez. Por precaução, minha mãe sempre carrega ração em um recipiente e um pote para água, por viverem andando de carro com ele. Meu Golden parece um herdeiro. Arrastei-o comigo, ciente de que meu imenso, gordo e peludo cachorro dormiria em minha cama, ocupando todo o pequeno espaço. Pelo menos me recordo de que ele me incomoda menos que Violet. E, falando na minha irmã, sequer conversamos além das trocas de farpas na calçada do restaurante.
Suspiro pesadamente e retiro o tênis, jogando-o em qualquer canto do quarto.
— Acha que Violet ficará bem? — pergunta Cate, aparentemente também preocupada com minha irmã. — Homens são bem manipuladores e tenho a certeza de que Sebastian conseguiu convencê-la com algo pessoal entre eles. — comenta, recolhendo um pijama em sua cômoda, caminhando para o banheiro em seguida.
Sinto um aperto no peito, assim como uma enxaqueca surgindo. Estou exaurida, sinceramente. Não consigo pensar em mais nada além de como minha irmã está se sentindo. Quando ela nasceu, eu tinha um ano e alguns meses à frente, então somos supergrudadas devido à idade ser tão próxima. Nunca discutimos seriamente, até pelo fato de as nossas personalidades e temperamento serem totalmente divergentes uma da outra. Sempre fui calma e analítica, tomando cuidado com minhas palavras, e, mesmo que eu odeie saber de coisas que não são da minha conta, prever o futuro é uma vantagem. Enquanto Violet sempre foi tiro, porrada e bomba.
Não respondo Cate, como se ela estivesse apenas comentando por alto, e ela também não espera por uma resposta minha, adentrando o banheiro possivelmente para um banho. Pego meu celular e decido encaminhar uma mensagem para Violet para saber como ela está após todo o ocorrido, ou minha consciência não me deixará pregar os olhos esta noite.
Antes de conseguir digitar uma mensagem sequer, uma batida frenética na porta me faz dar um sobressalto, assim como Leslie fica todo alvoroçado. Seu focinho começa a mexer freneticamente. Uma coisa de que gosto em meu cachorro é o silêncio. Ele não é de latir muito, apenas fica choramingando, fazendo drama. Seu rabo começou a balançar, significando que é uma pessoa conhecida. Abro a porta sem verificar pelo olho mágico, e os braços de Violet me alcançam antes mesmo que eu consiga dizer uma única sílaba.
Seu choro estava alto, aos soluços. Não mantém mais a roupa que foi para o restaurante, e sim um casaco cinza com a sigla da UCLA e uma calça de moletom da mesma cor. Uma pequena bolsa pendurada em seu ombro direito, que deslizou pelo seu antebraço durante o abraço que me dera.
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A GAROTA QUE PREVÊ O FUTURO
RomanceOlivia Bennet possuía algo incomum, totalmente diferente de todas as pessoas que conhecia à sua volta. Não havia médico, padre, pastor ou curandeiro que conseguisse explicar sua condição. Fora tratada por medicamentos e diversos exames neurais para...