15| Nada além da verdade

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O suor escorre pela minha nuca até a minha lombar, assim como entre meus seios e abdômen

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O suor escorre pela minha nuca até a minha lombar, assim como entre meus seios e abdômen. Meu corpo está fervendo devido à adrenalina, e meu peito sobe e desce rapidamente por conta do desespero que sinto em busca de oxigênio. Deito-me no tatame, completamente exausta. Desfalecida. Essa é a palavra para descrever como estou me sentindo no momento, após treinar com Damon como nunca havia feito.

Aliás, ele está sereno, sentado no tatame e sem camisa, retirando as luvas das mãos. Seu corpo está brilhando e banhado de suor, e por conta da sua cor de pele, está rubro. Mas, se prestar bem atenção, sua respiração está controlada. É como se estivesse apenas se divertindo enquanto me tortura. Ele é acostumado a este tipo de treinamento, não eu.

— Quando tudo começa a ficar mais fácil? — pergunto em um murmúrio, não conseguindo controlar minha respiração, totalmente ofegante. — Preciso de um caminhão-pipa só para mim.

Ouço a gargalhada de Damon em seguida pelo meu comentário, e acabo o acompanhando. No entanto, não estou fazendo drama. Imploro por água em minha boca seca urgentemente. Não estou reclamando tanto quanto antes pelo simples motivo de que toda a vida agitada e os exercícios têm surtido efeito. Tenho dormido melhor, as dores de cabeça diminuíram e a última visão que tive foi no deck, dois dias atrás, aproximadamente. Damon e eu estamos mais sincronizados, e todo o tempo que temos um com o outro é bem aproveitado. Ele respeita meus horários após a faculdade e o trabalho que preciso apresentar amanhã, minhas limitações em alguns exercícios, e me relaxa com massagens nos ombros e beijos quentes por todo o meu pescoço. Nossos amassos acabam sendo intensos dentro do carro, e isso me deixa meio perdida e sem saber o que fazer com as mãos, tendo em vista que as suas me agarram com muito fervor. Mantenho minhas mãos curiosas sempre em seu quadril, por dentro da blusa, sentindo sua pele quente e macia.

E agora sigo o encarando fixamente, como se não houvesse outra coisa para fazer. Minha respiração se estabilizou, assim como a calmaria em meu corpo cansado. O sorriso de Damon é o mais lindo que já vi, e seus elogios me deixam flutuando nas nuvens. Meus olhos aparentemente o fascinam, e ficar encarando dentro de suas íris negras o deixa perdidamente encantado. Ele nunca desvia o contato visual e, às vezes, fica até mesmo com as bochechas rosadas, mas finjo não notar.

— Está tentando me enfeitiçar, Olivia? — sorrio com o seu comentário, mordendo o lábio e confirmando com a cabeça. — Claramente não falhou na missão. — gargalha, se levantando e ficando à minha frente, estendendo a mão para me levantar. — Tem fôlego para mais dez burpees e fechar o de hoje?

— Preparou o túmulo que vai me enterrar? — Profiro a pergunta, vendo-o levantar as mãos em rendição. — Se eu fizer esse exercício maligno mais uma vez, vou ter um colapso nervoso e morrer.

Sei que estou dramatizando, porém, em minha defesa, o exercício que ele quer que eu faça me deixa enjoada. É como se fosse uma flexão goumertizada. Você precisa deitar no chão até encostar a barriga, apoiar a palma da mão e impulsionar para cima, ficando em posição de uma prancha, jogar os pés para o meio do seu corpo e levantar. Tudo bem que ele mexe com a resistência de todo o corpo, porém me deixa mole como gelatina. O estômago embrulha e a cabeça gira. É tenebroso e o pior de todos os exercícios.

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