Olivia Bennet possuía algo incomum, totalmente diferente de todas as pessoas que conhecia à sua volta. Não havia médico, padre, pastor ou curandeiro que conseguisse explicar sua condição. Fora tratada por medicamentos e diversos exames neurais para...
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Me encontro do lado de fora do campus, à espera de Violet, com Caterine ao meu lado. Para o meu azar, não teve apresentação do trabalho de parasitologia. Nosso professor sofreu um acidente doméstico e, infelizmente — para mim — , ele não compareceu, sendo necessário apenas deixar na gaveta de sua mesa o trabalho manuscrito, onde fomos supervisionados por um orientador que segurava uma lista com os nomes de todos na turma, averiguando quem entregou e quem não. Fiquei triste por ele ter se machucado e também pelo fato de precisar expor tudo o que estudei e me preparei para colocar o cérebro para funcionar, e no final não poder. Estava a ponto de falar comigo mesma, olhando para o espelho, e me livrar de tudo o que gravei, até mesmo a parte dos meus colegas de pesquisa.
Ficar pensando que agora Damon sabe que consigo prever o futuro me deixou acordada pela madrugada, totalmente atormentada. Confessar sobre minha condição fez com que eu ficasse insegura, ainda que ele tenha agido diferente do que imaginei. Ele acreditou em mim e tentou me deixar tranquila sobre o nosso envolvimento. Que homem faria isso? Nenhum outro com quem saí chegou tão longe. Não preguei os olhos e agora estou exausta, com um cérebro inquieto. Uma pilha de nervos. Cate e Violet disseram coisas que precisava ouvir, mesmo que de nada tenha servido para aquietar a minha mente.
E grande parte da culpa de eu ter dado com a língua nos dentes foi de minha irmã mais nova.
Tenho certeza de que Damon me falou aquelas palavras bonitas para não piorar a situação e não me deixar atordoada. E o pior de tudo é que me deliciei com cada sílaba proferida, principalmente com o beijo que ele me deu ao se despedir. Sempre quis poder estar com alguém como ele; carinhoso, gentil, romântico e atensioso. Que converse sobre assuntos inteligentes, mas que também seja divertido e fale muita bobeira. Que me elogie e não diga coisas que quero ouvir, e sim sua real opinião... Damon se encaixa tão perfeitamente no que sempre desejei que me alucina. Me deixa do avesso com pouco.
Ele só pode ser um personagem de ficção dos livros de romance que costumo ler e tudo o que estou vivendo é roteiro de um.
Murcho os ombros, completamente capenga e iludida. Estou realmente me apaixonando por Damon Hill e nos conhecemos apenas por duas semanas. O que diabos aconteceu? Que reviravolta é essa que deu na minha vida? De garota que passou a não se relacionar com o sexo oposto há meses, para garota que caiu de cabeça em um envolvimento com um cara que teve uma visão pornográfica. Minha cabeça lateja de tanto pensar e isso me enlouquece. Me enfurece também. Suspiro pesadamente, e sei que Caterine está falando pelos cotovelos ao meu lado, mas não consigo ouvir uma palavra sequer. Não consigo parar de ouvir as vozes da minha cabeça me massacrando.
Sou uma péssima amiga!
— Damon também está aqui. — comenta, e passo os olhos para ver por onde ele vem, não conseguindo segurar minha ansiedade. — Agora você me escuta, né?
Damon definitivamente não está aqui e fui pega no pulo pela minha melhor amiga. Por outro lado, sua irmã caçula está presente, com o braço entrelaçado na minha irmã — que já tinha visualizado sua silhueta se aproximando.
