Damon HillMe encontro parado ao lado de meu carro, uma Ranger Rover preta 4x4, na frente do campus onde um dia fui aluno. Estalo os nós de meus dedos nervosamente, me sentindo outra vez como um adolescente no primeiro encontro, o que deixa tudo ainda mais...divertido. Seguro uma única rosa vermelha na mão direita, esperando Olivia aparecer após informar que estou esperando a princesa na carruagem, vulgo meu carro. Ouvir sua risada me deixou ainda mais desconcertado, significando que nosso encontro está sendo real.
Não lembro de ficar tão abobalhado, nem mesmo com minha ex-namorada. Tudo foi diferente, mais complicado. Meu relacionamento anterior foi mais carnal, com muitas cobranças, desconfianças, brigas e sexo intenso. Tirando a parte do sexo, os problemas e todas as complicações são algo que prefiro deixar para quem tem estômago e gosta de aventura. Odeio mentiras e joguinhos.
Apesar de Olivia e eu não termos tido muito contato nos últimos dois dias devido à correria em nossa vida particular, não parei de pensar um minuto sequer na loira tímida e dispersa, com um toque de desejo sombrio no olhar, sendo até mesmo motivo de uma conversa entre mim e Caleb. Meu irmão apareceu de última hora, pagando um jantar para Carmem a fim de comemorar o seu aniversário. Aparentemente, ele ficará algumas semanas conosco, o que é incomum. Caleb e Nicole me atormentaram até o último segundo, aliviando somente quando saí finalmente de casa para buscar a linda garota de olhos fascinantes.
Não costumo apresentar nenhuma garota para a minha família, tampouco sou mulherengo. Fiquei com algumas garotas depois do término do meu relacionamento, entretanto, foram ficadas momentâneas. Ninguém me chamou a atenção o bastante para ir além do primeiro encontro. Para ser honesto, sequer cheguei a preparar um encontro com tanto anseio e disposição. Nicole nem mesmo se dava ao trabalho de me perguntar como foi, pelo simples motivo de eu não tocar no assunto ou apenas ser monossilábico. Até o momento em que me esbarrei com Olivia em um dia em que me encontrava totalmente incerto, saindo de casa somente para fazer a vontade de minha irmãzinha. Foi o seu olhar curioso sobre mim, o jeito como se portava, agia e reagia a mim.
Meus irmãos estavam mais ansiosos do que eu, ainda mais depois do que Nicole disse sobre a Olivia, destacando detalhes que permaneceram apenas em meu íntimo. Amo minhas mães e irmãos, todavia, existem certas coisas que mantemos apenas para nós mesmos, em particular.
Vagando em memórias a seu respeito, foi quando a vi. Caminhando até minha direção, para uma garota que não gosta de chamar a atenção, é inevitável não olhá-la e admirá-la — o que todos faziam quando ela passava. Sua cabeça está um pouco baixa, mantendo algumas mechas de cabelos nos olhos, evitando encarar alguém. Me faltam palavras para descrever o quão incrivelmente estonteante ela é. Abro o melhor sorriso que consigo, tomando cuidado para não estar babando, e seguro a rosa perto do peito com as duas mãos, recebendo-a.
Suas bochechas ruborizam no instante em que seus olhos me analisam por completo, esboçando um sorriso tão cativante nos lábios que me deu vontade de beijá-la. Gosto do jeito como ela me olha. Sempre a pego no flagra. Estendo a rosa e ela a pega delicadamente, cheirando as pétalas em seguida e fechando os olhos ao inalar o seu aroma.
— Romântico e encantador, Damon. — Seu comentário me faz dar piruetas internamente, e me perco em seu sorriso tímido, como me lembrava ser.
Me faz relembrar o Damon com dezesseis anos, saindo com uma das meninas mais bonitas do ensino médio.
Nada mais justo do que lhe dar uma rosa no primeiro encontro, tendo em vista que ela mesmo me dissera que mulheres adoram flores. E, a cada encontro oficialmente nosso, a receberia desta forma, para que jamais se esqueça dos detalhes. Abro a porta do carro e estendo a mão para que ela suba com cuidado, por ele ter um degrau devido à sua altura. Beijo o dorso de sua mão, ainda segurando a minha, e sinto o cheiro doce do seu hidratante corporal e sua pele quente em meus lábios. Quente até demais. Fecho a porta e caminho até a do motorista, checando os cintos de segurança, dando uma última olhada em Olivia para dar partida com o carro.
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A GAROTA QUE PREVÊ O FUTURO
RomanceOlivia Bennet possuía algo incomum, totalmente diferente de todas as pessoas que conhecia à sua volta. Não havia médico, padre, pastor ou curandeiro que conseguisse explicar sua condição. Fora tratada por medicamentos e diversos exames neurais para...