Encontro-me na biblioteca, pesquisando e anotando tudo o que preciso para o trabalho de parasitologia. Caterine e Jefferson estão ao meu lado, cada um fazendo sua parte. Prefiro ler livros, enquanto Jefferson está procurando alguns casos de malária em seu notebook e Caterine está montando a forma de apresentação para começarmos a passar para a folha que entregaremos ao professor e o slide que apresentaremos para toda a turma.
Ainda que eu esteja com meus olhos vidrados na página do livro à minha frente, minha mente vaga na loucura que foi o meu final de semana. Contei para Violet e Cate o que vi sobre o irmão de Damon, e elas me aconselharam a permanecer como se não tivesse visto nada, ou poderia colocar meu envolvimento com Damon à prova.
No entanto, é difícil saber a respeito de uma pessoa e permanecer em silêncio. Como continuarei olhando para Damon, se seu irmão está mentindo para ele e toda a sua família? Tudo bem que não é um segredo que os coloca em uma situação ruim, é apenas vergonhoso para a sua reputação e profissão. Talvez suas mães também se sentissem envergonhadas pelo que o filho fez, sendo demitido de um bom cargo por causa de uma mulher. Por ter se deixado seduzir por uma boceta proibida para ele.
Nunca irei entender os homens...
Balanço a cabeça em negação, tentando tirar esses pensamentos de minha mente. Não é algo em que devo me meter, disso tenho total ciência. Preciso esquecer e focar no que realmente importa.
Damon. Seu jeito doce de cuidar de mim, me respeitando e até penteando os meus cabelos. Gosto do jeito que ele não tem a masculinidade frágil, e do seu bom humor e cavalheirismo. Dos seus lábios gentis tocando os meus, ainda que seja em um selinho, mostrando que quer algo além, mas sem apressar o momento. Seu comportamento protetor e calmo, sempre disposto e, principalmente, das suas mãos fortes massageando meus pés. Damon é respeitador. Um bom ouvinte e de aura branda, confortável.
— Acredito que até amanhã teremos tudo o que precisamos. — Ouço a voz de Jeff e o encaro, percebendo que estou mordendo um lápis enquanto devaneio.
É terça-feira e, até o momento, não previ nada sobre Jefferson, muito menos sei sobre sua vida. Espero que continue desta forma. Olho as horas em meu celular. 15:00h. Daqui a uma hora, tenho meu encontro com Damon na academia. Ontem, segunda, tive um dia exaustivo ao seu lado, mas foi ótimo para dormir. Nenhuma dor de cabeça ou visões durante o longo do dia. Permaneci bem alegre e disposta, diferente de semanas atrás.
Até meus pais brincaram, dizendo que, depois do meu encontro, passei o domingo todo tagarelando e rindo, o que normalmente não faço. Fico preocupada demais quando estou ao lado deles, com medo de uma maldita visão surgir. E nenhuma me fez perder a cabeça. Tive um almoço maravilhoso com meus pais, Violet, Cate e meu cachorro, Leslie. Fiz tanto carinho em seus pelos dourados que chorei junto com ele quando papai o colocou no banco traseiro para irem embora.
— Amanhã começaremos a escrever nossa parte. — digo, fechando o livro para guardá-lo onde o peguei.
Ao longe, posso ver Violet caminhando sorridente, conversando com mais alguém. Ao notar esse alguém, paraliso. É Damon, com sua irmã, Nicole. O que os dois estão fazendo na biblioteca? Desisto de guardar o livro, decidindo entregar para o bibliotecário se encarregar disto. Coloco meu material na mochila e caminho na direção de minha irmã, parando à sua frente.
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A GAROTA QUE PREVÊ O FUTURO
RomanceOlivia Bennet possuía algo incomum, totalmente diferente de todas as pessoas que conhecia à sua volta. Não havia médico, padre, pastor ou curandeiro que conseguisse explicar sua condição. Fora tratada por medicamentos e diversos exames neurais para...