12| Comercial de Margarina

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Não consigo buscar na mente o que fez Damon ter tanta afeição por mim, por estar tão disposto a me ajudar

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Não consigo buscar na mente o que fez Damon ter tanta afeição por mim, por estar tão disposto a me ajudar. Não costumo ter pessoas cuidando de minha pessoa, muito menos homens — poupando meu pai deste comentário, obviamente. Os poucos envolvimentos que tive foram um caos e todos desistiram no segundo encontro, fora as caras e bocas que eu fazia ao descobrir seus segredos sujos. Além de traumatizante, foi horripilante. Pelo menos alguns eram bem gatos e beijavam bem, embora os encontros fossem desastrosos.

Um até era apaixonado pela prima e queria apenas me usar. Espero não vê-lo nunca mais na vida.

A sacada tem vista para o quintal da família Hill, e observo tudo minuciosamente, assim como a brisa da noite toca levemente o meu rosto, relaxando-me. Descobri que tem uma rede, assim como duas cadeiras feitas à mão. A família gosta de ajudar a arte local, o que é bacana e deixa a casa bem harmoniosa e limpa. Damon e eu estamos sentados na rede, nos balançando levemente e nossos assuntos me relaxam de uma forma tão absurdamente boa, que posso ficar ao seu lado para sempre. Minha bateria social sequer descarrega. O comprimido que ingeri horas atrás nem pareceu fazer efeito.

Confesso que ainda estou receosa por dormir em sua casa pelo fato de o conhecer em menos de uma semana. Caterine e Violet responderam à minha mensagem com algo enigmático. Bem provável que estivessem juntas por terem me mandado a mesma coisa.

"Um mais um é igual a dois. Divirta-se."

Passei a frase em minha mente diversas vezes, mas ignorei quando tudo se interligava a Damon e eu: duas pessoas que poderiam se tornar uma só, se transássemos. Espantei isso da mente antes que atacasse outra vez minha ansiedade. Minha irmã parece só pensar em coisas obscenas e isso me apavora e, o pior, Caterine está indo para o mesmo buraco.

Visto agora roupas masculinas, que são muito confortáveis, mas mantive a meia de algodão nos pés. O cheiro do tecido é de amaciante, o que achei uma pena. Seria ótimo ter o aroma do perfume de Damon em minha pele. Engulo em seco quando Damon fala mais um pouco sobre sua família, e ele me contou como se sente tendo duas mães. Ainda fico impressionada e até brinquei pelo fato dele ser amável e apaixonante, por ter sido criado e rodeado por mulheres. Isso faz a diferença. Não é à toa que ele é super respeitador.

— Meu pai é escritor e minha mãe é psicóloga. Ambos trabalham em um escritório em casa. Ficou mais silencioso após Violet e eu nos tornarmos jovens, o que também aumentou o fluxo de trabalho deles. — Explico, após ele me contar que uma das suas mães é enfermeira e a outra, terapeuta.

Isso explica a recheada maleta de primeiros socorros.

— É interessante o caminho que você e sua irmã decidiram, totalmente diferente dos seus pais. Biomedicina e...?

— Arquitetura. — rio com sua tentativa de lembrar o curso correto de minha irmã. O meu ele já sabia. — E eu jurava que ela tentaria ser artista por desenhar muito bem. — comento, e em seguida lembro do desenho pendurado no mural do quarto de Damon.

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