15° CAPÍTULO

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CANADÁ - TORONTO


|Presente|
Hendrick Alencastro

De primeira impressão, fiquei satisfeito com o aroma acolhedor que me envolveu e a decoração utilizando elementos como ouro e mármore, em uma releitura que imitava majestosamente logo na entrada um requintado palácio luxuoso, com elementos regionais. Em alerta, passei o olhar por todo o decorativo hall do hotel e segurava firme na mão gelada da criaturinha ardilosa e fujona ao meu lado, que batia os saltos no tapete vermelho que desfilavamos, comigo arrastando-a até a recepção para completar o check-in, após quase 8 horas de vôo, atravessar o oceano Atlântico e está no continente da América do Norte.

Era visível o seu mau humor, ela não dormiu durante a viagem e chorava inaudível enquanto observava o tempo inteiro pela janela do avião, evitando-me, o que me alegrou muito, ela quietinha, com medo e apavorada, confiando cegamente que vou estripa-la era uma dádiva dos céus. Suspeito que ontem foi uma noite e tanto para a Eloise que não estava acostumada e me assistiu matar friamente aquele doente que saiu de casa disposto a desafiar a ira do diabo afoito e se atreveu impropriamente a surpreende-la daquela maneira imperdoável, ela viu-me raivoso arrastá-lo pela estrada e deixar seus pedaços de pele pelo caminho, algo que foi muito pouco diante do que ele merecia, o semblante dela foi de pavor vendo-me queimar o carro para não levantar suspeitas e quase desmaiou quando me ouviu comprar passagens e fugirmos para outro país. Ela iria ficar sob meu domínio por uma temporada.

Nitidamente que minha sede de sangue queria ter feito mais artes, apreciado mais a morte do miserável, tortura-lo bem lentamente, mas eu tinha coisas a resolver o quanto antes, não dava para perder tempo com esse filho da puta.

Meus olhos perceberam dois homens à esquerda nos olhando, e eu estreitei o olhar e os observei, meu corpo reagiu tensionando o maxilar ao entender que não era exatamente para nós dois que os infelizes imorais direcionava impuramente os olhos, dando-me uma vontade severa de fura-los, respirando fundo, contenho meus intintos anormais de querer resolver tudo matando e desviei a atenção, descendo meu olhar examinador para ela, a mulher que estava comigo e eles observavam como se fosse um pedaço de carne suculento, e sinceramente, não sei o que eles veem. Eloise Alencastro, é uma mulher bonita como qualquer outra. Nada aparentemente extraordinário.

É insuportavel.

Chorona.

Irritante.

Trêmula demais.

Não sei o que o Hendrick ver nessa mulher.

Por reflexo, mudo minha mochila de ombros e por trás dou a volta no seu corpo e laço sua outra mão menos gélida, embora muito tremida. Senti seu olhar em meu rosto por uma fração de segundos e permaneci fixo no meu destino. Sorrio com escárnio discretamente, tendo ela assustada, a mão dela suava na minha palma. Curioso, a olhei disfarçadamente. Seus passos ao meu lado continha pressa para acompanhar os meus, a mão pequena entrelaçada na minha era a certeza de que ela estava aqui mais por amedrontamento do que qualquer outra coisa, seus cabelos longos e escuros, soltos e leves esvoaçavam contra o ar provocado pela pressa em que andávamos, os fios ondulados trazia-me um cheiro muito perfumado. Eu engolia em seco vendo-a encantada observando o lustre grandioso no alto da nossas cabeças e eu fui além ao aproveitar sua distração e cai o olhar sorrateiro no seu busto, e do tecido de seda dourado dava perfeitamente para vislumbrar os mamilos durinhos e enrijecidos brilhando no tecido que parecia ter um toque molhado.

Por que inferno eu exigi que ela jogasse o maldito terno masculino da janela do carro?

Pigarreio, furioso e aperto sua mão involuntariamente, atraindo seus olhos esverdeados numa expressão de desprezo. Sorrio, balançando a cabeça.

O MaculadoWhere stories live. Discover now