44° CAPÍTULO

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Hendrick Alencastro

Era impossível mensurar a felicidade que eu sentia no coração por termos voltados para a mansão do Gianluigi na semana seguinte a tantos acontecimentos infelizes. Finalmente a Eloise estava bem e saudável e saiu do repouso. — claro que com algumas restrições médicas a serem seguidas e vitaminas a serem tomadas. — Se depender de mim isso não seria um problema, a enfermeira que contratei ficaria a sua disposição até voltarmos para nosso país, para a nossa casa e a nossa família. E está sendo bem paga para isso.

O importante agora é manter minha mulher longe de qualquer perigo. Se for preciso esconder meus próximos passos dela, eu esconderia.

Sinceramente, se passarmos por mais alguma merda juntos, juro por Deus que meu coração não vai aguentar. Por mil demônios! Ele vai parar. Eu vou ter uma parada cardíaca. Puta que pariu!

Não. Não tem jeito. A partir de agora assumo totalmente as rédeas e ela se cuida até o fim da gravidez. Se não fizer isso, vou prendê-la numa das celas da masmorra. Estou falando sério.

Confesso que após tudo o que passamos, nunca me vi tão orgulhoso dela como estou, a sensação indescritível não cabe no meu peito por ela ter mostrado tanta garra e força pelo pequenino que cresce em seu ventre, meu filho(a)... Já tão valente e lutador, tenho certeza que herdaria tudo de mais lindo e admirável da mãe e isso me transborda de emoção e alegria, pouco sei nomear o sentimento tão forte crescente em meu peito.

Como pode alguém que ainda não peguei no colo ter o poder de me deixar bobo, impotente e de repente recarregar minhas forças numa energia intocável ao ponto de me fortalecer fisicamente e mentalmente para guerrear contra o mundo caso necessário?

Eu vou ser pai. Agora que está tudo bem. Eu posso pensar como um pai e agir como um. Porque agora sim existe um pequenino ou pequenininha entre nós.

Não que há semanas não existisse. Mas minha preocupação maior estava voltada literalmente na Eloise. Sem ela não existiria filho. O foco principal era sua saúde.

Não havia parado para pensar, mas o sentimento que me envolve é diferente de tudo que já senti, é tão puro e genuíno, e eu até ontem não sabia sequer descrever pureza, apenas sentir. Estou realmente muito feliz, uma felicidade que não cabe em meu peito, pelos dois, por estarem vivos, por me completar, pelo meu compromisso apenas com eles, por tê-los alegrando meus dias, por querer ser um homem melhor para minha família, ser mais amável e compreensível, por querer e desejar como um louco viver para ver meu filho crescer.

É tanta vontade de viver incendiando meu coração que milagrosamente minhas dores de cabeça diminuíram.

Deitado na cama, dou por falta da Eloise. Meus olhos se direcionam para o banheiro onde ela parecia ter terminado o banho e ergo o pescoço, observando pela porta aberta que ordenei que deixasse, procurando-a e ela aparece, dando um passo a frente e penteando os cabelos ondulados.

— Amor? _Me chamou sem notar que eu já a olhava de longe, examinando minha mulher de cima abaixo. Eu sou perdidamente fodido nela.

— Sim? _Repuxo os lábios em um sorriso fácil e meu coração erra as batidas. Eles estão bem. Os dois estão bem.

Deus. Sei que não sou devoto ao senhor, mas tens a gratidão de um pecador profano por toda a minha vida.

— Se for menina eu quero que você escolha o nome. _Falou em voz alta e se olhava no espelho da pia.

O MaculadoWhere stories live. Discover now