40° CAPÍTULO

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N/A

Boa tarde, boa leitura.
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Hendrick Alencastro



"Senhor Alescastro, sua mulher jantou e subiu para o quarto. Antes de ir para meus aposentos dei uma passada para olhá-la e ela estava dormindo. De tarde, recolhi o sangue dela e a urina para os exames. Ela relutou bastante até ceder. Em menos de 3 dias teremos o resultado"

Algum problema? _O Gianluigi aproximou.

Noto meu celular sujo de sangue pelas luvas que usava nessa noite fria e sorrio, percebendo que eu pararia qualquer coisa que estivesse fazendo para ler poucas linhas a respeito da minha mulher. A sensação ruim esmagando meu peito, e a dor latejante em minha cabeça sanava ao ler a mensagem. Eu poderia me acalmar e suspirar. Eloise estava bem.

— Não. _Miro seu rosto, escondendo uma mão no bolso da calça social. — Teremos que descartar nossas roupas. _Aviso, apagando o visor da tela do celular, guardando-o no bolso interno do sobretudo que uso, após o recebimento da mensagem da senhora que contratei para cuidar da Eloise pelo tempo que ficarmos aqui na Itália. Ela me mandaria relatório nas horas em que fico longe.

Agora tenho que estar mais prudente e precavido. Suspeito que a Eloise esteja com algo que pertence a mim no ventre. Minha dor excruciante de cabeça pela falta de medicamentos não teria me confortado se ali dentro não tivesse algo meu. Eu sei que tem.

Plantei semente e vou criar raízes nesse mundo.

Como aconteceu se ela se previne e se eu esqueci da camisinha no máximo duas vezes? Sabemos que nada nessa vida é totalmente confiável e eficaz, seria improvável que vacina não falhasse e camisinha não rasgasse.

Se não queremos correr risco, é não transar. Mas como evitar isso se minha devoção é está em cima da minha mulher?

Não vou mentir, estou definitivamente tocando o céu, meu maior sonho dessa vida é saber que quando eu for embora deixarei uma parte minha com ela. Quero como um louco sem juízo ser pai de um filho dessa mulher. Quero feito um doido desajuizado e maluco ter a honra dessa alegria ainda em vida, ainda que eu não mereça. Um filho. Um garotão ou uma pequenina para brincar com a Emília e fazer companhia a Eloise quando eu for.

Eu sei que irei embora para sempre. O Hendrick imaculado não permitiu que eu esquecesse, ele deixou um caderno escrito em cada minuciosa linha como se fosse uma sentença de que eu não passava de um pacto com prazo afunilando. Que quando o tormento das dores começassem o meu único alívio seria recorrer aos medicamentos e então, adeus transtorno.

Confesso que as dores têm ficado insuportável e que estou tentando esconder da Eloise, mas não aguento mais e essa manhã meu único conforto foi esquentar a testa em seu ventre debaixo d'água e ter certeza de que tinha a energia de algo predominando nossos corpos, algo nosso, algo que nós dois fizemos, um ser que me reconheceu ao ponto de me confortar. Talvez por ser um pecador imoral e sem perdão, tenho as trevas sussurrando em meus ouvidos tudo que acontece a minha volta.

Eloise Alencastro está grávida, esperando um filho do homem que se ver como o diabo por conta dos seus pecados abominosos.

O MaculadoWhere stories live. Discover now