42° CAPÍTULO

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N/A

Para quem não sabe eu sou voluntária social de uma ONG que cuida de idosos, essa semana tive a péssima notícia de que um dos meus velhinhos veio à óbito😭

Por isso andei sumidinha, mas já voltei a rotina e sei que Deus o recebeu de braços abertos🙏🏻

Boa leitura❤

Estamos entrando em reta final
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Hendrick Alencastro

Intercalando o olhar atento entre o livro e a Eloise, percebi ela desadormecendo devagar em seu leito, como estou distante e receio que ela se apavore por pensar estar sozinha no quarto já que essa noite teve pesadelos e dizia coisas desconexas e indecifrável. — Essa semana que passou, ela tem ficado mais silenciosa e pensativa, também pediu a mim e ao seu que aumentássemos sua segurança por algum motivo — me apressei nos movimentos e retirei os óculos que usava para leitura em frente a vidraça e me movimentei até ela, que de cenho franzido, girou o rosto e encontrou meus olhos, crescendo um lindo sorriso e estendendo a mão com curativo do acesso venoso, onde recebeu medicamento diretamente na corrente sanguínea.

Me massacrava vê-la tão debilitada por perder e está perdendo sangue. Ainda que perdendo pouco sangue.

Por Deus! Me matava vê-la numa cama murchinha e tão fraca.

Os olhos sem brilho.

O rosto pálido.

Com expressão de dor uma vez ou outra.

Isso verdadeiramente era como esfaquear meu corpo e rasgar meu coração. Se afeta ela, consequentemente me afeta.

Porra!

A Eloise é o raio de sol dos meus dias escuros. É tão ruim vê-la assim.

Nunca me agarrei tanto a um Deus que não conheço por ela, nunca rezei e fiz oração como tenho feito desde que ela foi internada e me disseram que seu estado era grave. Era um milagre os dias estarem sendo valentes. Os dois vem resistindo bravamente e isso me enche de orgulho.

E pensar que se eu soubesse que ela já vinha sangrando antes devido a queda na biblioteca, talvez pudéssemos ter evitado tantas coisas, eu teria a arrastado para o hospital no mesmo dia porque eu já suspeitava que ela estava grávida.

Eu falhei, quanta imprudência da minha parte. Eu não deveria ter deixado-a sozinha nem por um momento.

Inferno!

Respiro, enchendo meus pulmões e evitando demonstrar fraqueza perante ela.

Porque os dois ficarão bem. O médico alertou que está controlando o sangramento. A Eloise e o nosso pequeno ou pequenininha, ambos são fortes e eu confio que sairemos daqui na próxima semana.

Perto o suficiente para tocá-la, amparo sua mão, segurando-a e provando no tato sua boa temperatura. É inenarrável a sensação de que plantei um filho nela, de que fui abençoado e que o pequenino ou pequenina segue existindo, que não perdemos o fruto do que eu sinto por ela. Juro que apesar do medo que corrói por dentro, sigo sendo o homem mais felizardo e sortudo desse mundo.

É você. Você é quem eu escolho.

Ela proferiu essa declaração para mim. Só pra mim.

O MaculadoWhere stories live. Discover now