Eloise Alencastro
O tempo mudou e a tarde escureceu drasticamente. A estação que enfrentávamos era primavera e ao olhar para o céu fiquei assombrada quando um corvo de plumagem totalmente preta, o bico comprido e poderoso e uma cauda pontiaguda, mais preto e cintilante que uma noite negra, tinha os olhos direcionados em mim, assustando-me. Involuntariamente neutralizei meus passos, fazendo careta e toquei meu peito que subia e descia por ter acabado de me livrar dos braços daquele ser vil, poderoso e doente que apareceu mais tempestivo e atroz que antes.
Merda!
Ele vai foder comigo...
Se esse malevolente descobrir o que fiz, que escondi a mãe do Hendrick e dormia com eles, deitava no travesseiro e nunca contei, que mantive em segredo o paradeiro dela quando os dois estão girando o mundo de ponta cabeça para encontrá-la, que assisti meu marido cometer uma atrocidade com o próprio pai e não abri a boca para dizer que eu sabia. Porra! Não vai ter Deus ou santo no mundo que me salve do inferno que esse condenado vai me arrastar. Porque esse infeliz não perdoa nada. Ele é rancoroso e eu vou sofrer as consequências do seus olhos assassinos.
Com o medo fazendo reboliço constante e latente, indo e vindo como uma tortura lenta em minhas entranhas, firmei a mão em meu ventre pela detestável cólica intensa, uma dor péssima no baixo ventre que me deixou de lábios frios e tremendo, e gemi, não dava para reprimir, a dor ficava insuportável que não me atrevi a dar um único passo, eu esperaria passar e fiquei por alguns segundos encarando o pássaro que não desviava de mim nem por um segundo.
Que merda é isso?
O diabo desceu do trono do inferno e trouxe junto consigo seus animais pestíferos de hábitos necrófagos que simboliza morte, escuridão, azar e mau presságio?
Um vento forte sopra meus cabelos e eu continuo encarando o pássaro feio, sentindo arrepios e ficando de cabelos em pé. Há quem diga que a presença de corvo pode indicar a nós reles mortais a necessidade de ficar atento às mensagens e sinais do universo.
Balanço a cabeça, abraçando meus braços e me recolhendo do frio gélido, congelando a pele e rachando os lábios.
Precisando seriamente de proteção espiritual e nada além disso, ignorei o pássaro e tive forças para correr, não dava para perder tempo. Os amigos do Hendrick estavam em perigo já que o bárbaro viu mais doque devia e para ele é insuportável que me toquem, que me olhem. Ele me ver como uma... diaba inacessível. Ele realmente se agradou pela Lilith, me considera a sua demônia e era bom eu começar a rogar porque o obsessor sempre deixou claro que iria engolir minha alma.
Não dava para trabalharmos juntos quando ele quer matar qualquer um que cruze meu caminho. As pessoas tinham que rezar para que não tivessem o azar de me encontrar em vida. Pois isso, infelizmente seria seu passe-livre para o inferno.
Sim, minha missão agora era que esse demônio tivesse redenção, por que nitidamente o Hendrick não voltaria por agora, não enquanto eu não tivesse respostas e ele soubesse daquilo que oculto dele.
Meus pés descerem os degraus apressadamente, os saltos que eu usava quase me fizeram escorregar e descer rolando pelo suor transpirando na sola. Meus olhos ardiam e meu coração errando as batidas iria pular da minha boca.
Miseravelmente preocupada e apavorada, porque o diabo impiedoso estava de volta, parei meus passos em busca de ar e tomei uma respiração farta, olhando para trás e gotículas de água da chuva fina pingavam em minha cabeça.
Tremendo pelo nervosismo espancar meu corpo e a cólica menstrual sendo aguda e latejante, com medo de ser tarde demais, pego meu celular no bolso do jeans e ligo para um deles o mais depressa possível na ânsia incontrolável de ser atendida.
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O Maculado
Lãng mạnDARK ROMANCE Hendrick Alencastro vai até as últimas consequências para matar o que sente por aquela que não poderia amar. Por sua aversão asquerosa, isso incluí arrasta-la para o seu jugo, onde irá corrompe-la, desgraça-la e até mesmo, se nada surt...