30° CAPÍTULO

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Hendrick Alencastro

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Hendrick Alencastro

Meu conflito gerando batalha interna estava estampado em meu rosto. A autopercepção dos fatos evidentes bem na minha frente deturpava-me a consciência de modo que uma dor em peso se manifestava quase que gravemente na minha testa, uma dor bilateral, queimando-me a pele.

O que está acontecendo?

Como é possível que a mãe do Hendrick esteja bem aqui na minha frente?

Respirar era algo difícil e incômodo, eu me via em guerra de entropia enxergando o mundo ao redor tão incerto ao firmar os olhos na Eloise e vê-la se debulhando em lágrimas, chorando, enquanto olhava-me nos olhos com lamentação e sentava sobre os calcanhares, acariciando os cabelos da menininha colada ao meu corpo.

Então ela escondeu a minha mãe esse tempo todo? Minha mulher protegeu a minha mãe aqui nessa pousada no meio do nada por todo esse tempo?

Me perdoa? _Murmurou em um fio de voz nula, não sustentando o olhar suplicante nos meus e o camuflando entre tantas lágrimas pungentes. Seus lábios tremiam e no rosto que sou desgraçadamente enfeitiçado refugiava o temor de confiar que eu agiria a essa descoberta com truculência.

Meus olhos arderam e limpei a garganta, ignorando a maldita dor que me dava irritabilidade nos nervos arriados, era tamanha tensão entre minhas articulações e músculos, os pensamentos acelerados e coração errôneo me atormentava. Eu procurava a mãe do Hendrick, eu devolvi ao estuprador o mesmo ato repugnante tudo para conseguir qualquer notícia do seu paradeiro e ela sempre esteve segura com a Eloise.

Eu não sei o que pensar. Ao mesmo tempo que me alivia ter a encontrado, perfura o orgulho por saber que a Eloise não confiou em mim.

Eu perguntei. No carro eu perguntei... Eu a machuquei para conseguir respostas, ela sentiu dor e não respondeu e ela sempre soube de tudo.

Eu suava frio e respirava com escassez, não posso me enganar com a Eloise. Não posso ficar miseravelmente cego.

A menininha que não sei o nome afastou-se o rosto do meu peito e com as mãozinhas miudinhas espalmou em minhas bochechas, riu para mim atoa, observando-me com demasiada doçura que não tive como não retribuir o riso. Era uma criança meiga, delicada e amorosa. Pele tão alva quanto a de uma pombinha branca, linda, os lumes azuis cintilantes vidradas com curiosidade em meu rosto, pura e encantada por alguém sucumbido pela impureza, ela limpa e encantada pela sujeirada que integrava cada molécula do meu corpo.

Eu devia me acovardar e afastar para longe esse pequeno ser que não sabe o que é maldade, mas simplesmente eu não tenho forças para isso, com toda a sua pureza concentrada em míseros 80 cm de altura me vejo sendo motivo de admiração por um anjinho determinado a romper qualquer muro impenetrável que eu pudesse estabelecer para que ela nunca mais chegasse tão perto do diabo.

O MaculadoWhere stories live. Discover now