33° CAPÍTULO

713 80 16
                                    

Eloise Alencastro

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Eloise Alencastro


Estacionando cuidadosamente minha moto no meio fio e em frente a um casarão caindo aos pedaços, longe da estrada e próximo a uma ferrovia, rapidamente retirei meu capacete e o penduro no retrovisor.

O vento forte sopra as folhas secas em meu coturno e meus cabelos são desgrenhados conquanto minha atenção inspeciona a grandiosa, extenuante e malconservada construção. A estrutura seguia intacta, mas o acabamento arruinado era de dar dó. Em alguma época não duvido que tenha sido uma mansão encantadora, mas hoje, parece mais um casarão mal-assombrado. Isso a noite deve ser de ranger os dentes. Tenebroso.

De cenho franzido, encaro a Briana que me trouxe a esse fim de mundo antes mesmo que eu conseguisse ligar para o Hendrick, ele não me manda mensagem tem dois dias e sinceramente, isso está me preocupando.

— Achei que viríamos a uma Academia de luta ou um Estandes de tiro. _Desligo a moto, e a Briana um pouco a frente, já que eu a seguia até aqui, faz o mesmo, revirando os olhos em desânimo, estacionando a sua moto na calçada e passando por mim como um furacão. — Nossa! Seu humor está dos demônios. Dormiu com as almas, florzinha? _Zombo.

— Dormi com o seu pai, aquele corno. _Retrucou.

Cresço os olhos.

— Está explicado o humor do inferno. _Devolvo no mesmo tom escarnoso. — Você está insuportável hoje. Não que você tenha sido suportável ou receptiva quando apareceu na academia da minha casa. Mas hoje... sinceramente. Um horror! _Soltei um som ruidoso.

— Sob coação, compelida. Tive que ser mais branda naquele dia, não posso esquecer que meu chefe tem o poder de me matar onde estiver por causa de um maldito chip minúsculo. _Usou do sarcasmo para me rebater.

Em alerta ao local, ela deu alguns passos entre a direita e esquerda, explorando cada minucioso espaço, com uma mão nas costas, na arma especificamente, atenta a tudo que nos cerca.

Se é perigoso, por que ela me trouxe para treinar aqui?

O momento é oportuno para reparar na forma como a Briana se movimenta, ela é hábil, precisa e na maneira como verifica até os rastros de uma formiga não disfarça que é altamente treinada, é notável que a mira dos seus olhos vigilantes em todo o espaço onde estamos, nessa fração de segundos já havia detectado qualquer possível empecilho ou problema e fico impactada, com o coração na mão, quando ela saca sua arma das costas e simplesmente abre um rato de esgoto com uma bala, resmungando e guardando a arma no cós da calça.

— Puta merda! _Rosno espalhafatosa, de olhos atormentados com ela usando um graveto velho e remexendo nos pedaços espatifados do animal peçonhento. Fico enojada, assistindo-a agachada levantar com a ponta do galho um pedaço da pele do roedor fedegoso. — Que nojo! Que porra você está fazendo? Sua doida!

O MaculadoWhere stories live. Discover now