37° CAPÍTULO

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Eloise Alencastro

Era inigualável a sensação de satisfação que eu sentia, o banho quente e esfumaçado foi revigorante para o meu corpo cansado. Eu não podia mensurar o quanto uma grande parte de mim estava apreciando a vingança que eu havia começado e admito que estou ansiosa para continuar brincando com minha bonequinha humana.

Eles não perdem por esperar.

Nada do que nos fizeram ficará impune. Meu pai não vai deixar, meu marido satânico também não, e eu, a Lilith invocada muito menos.

Cada lágrima que me foi derramada resultaria em ambos gotas sangrentas, e eu chorei um mar de sangue viscoso. Eles estão cientes da minha sede, da seca que precisa do sangue venoso dos dois malditos para molhar a garganta.

Deite-se, Eloise. Você deve descansar agora. _A voz grave e autoritária do meu marido me tira dos devaneios e eu viro o pescoço.

Suas mãos desafivelavam seu cinto de couro e sua calça social amassada e respingada de sangue e gotas d'água que molhou quando me deu um segundo banho tem toda a minha atenção.

— Devia ter tomado banho comigo. _Digo, subindo os olhos para seu peitoral e faço careta, nódoas de sangue mancha as tatuagens sombreadas que sou fascinada e isso é péssimo. O sangue não é meu e eu sou ciumenta pra caralho.

— Prefiro evitar. _Falou áspero.

Subitamente, ergo meus olhos confusos com o tom de voz que ele usa para falar comigo, fitando seu rosto bem desenhado me encarando ironicamente com algo sórdido escondido, com aborrecimento e frustração também aparente. Ele está chateado por eu ter vindo, considerou minha vinda a Itália sem motivo plausível.

Ele não atendeu minha ligação. Queria mesmo que eu não surtasse?

Que droga!

Vai me matar por isso?

— Evitar o que? _ Me estresso e procuro vestígios para entender o que o Hendrick quer evitar. 

— Olha o tom petulante que usa para falar comigo. _Alerta arrogante e eu abro a boca e me calo diante do seu olhar frio e estremeço ao vê-lo puxando o cinto da calça e deixando cair no chão. Ele emenda: — Castigá-la por ora. Eu prefiro evitar. _Responde com deboche e eu desentendi, piscando meus olhos. O diabo riu, descendo o zíper da calça e cortando minha fala. — Não é o momento propício e você não aguentaria meia hora enfiando minha raiva profundamente em você.

Me surpreendo, elevando as sobrancelhas. Tem duplo sentido em suas palavras e ele me examina com fome, mas não avança.

O que merda ele tá fazendo?

Vai me proibir uma trepada para comemorar que pegamos os miseráveis? Nossa, que triste! Ele já foi mais legalzinho comigo.

— Você quer me castigar por ter vindo ou por ter me visto matando? _Molho meus lábios, percorrendo seu corpo delicioso. Então o desafio. — Eu quero que jogue comigo.

— Como? _Não compreendeu e suas sobrancelhas se juntam ao me ver mordendo o lábio inferior.

— Minha fantasia, ou fetiche, não sei como você descreveria, eu deixei escapar no quarto. Você lembra? _Devagar, sua mandíbula aperta e ele assentiu. — Ótimo! Eu quero que faça comigo.

— Você se considera forte o bastante para suportar recriar algo problemático?

Sorrio pelo modo como ele me incita e encoraja.

O MaculadoWhere stories live. Discover now