Intercâmbio no Brasil

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  Alguns anos depois

Ano 2012

Ana Sofia, aquela mesma garotinha de dezessete anos atrás, estava agora com seus dezenove anos e aparentemente feliz, pois seu pai pôde realizar seu sonho de ir ao Brasil, já que sempre foi uma vontade aprender português e os costumes daquela nação. Ana sabia que sua mãe, aquela que a trouxe ao mundo, foi uma brasileira que saiu de lá também aos dezenove anos para viver seus sonhos em Los Angeles.  Foi assim que seu pai a conhecera. Anos depois, Ana nasceu mas no seu primeiro aniversário, sua mãe acabou falecendo em um acidente de trabalho. Bem, era isso que seu pai lhe contava. No segundo ano da morte, ele se casou no Civil com sua madrasta, Marta, que já tinha um filho quatro anos mais velho que Ana. Eles então cresceram e enquanto seu irmão não fazia nada da vida, Ana decidiu se aventurar pelo Brasil. Ela ficaria um ano inteiro fora morando em Minas Gerais e estava adorando.

-Bom dia seu Francisco. _Cumprimentou ela ao passar em frente a mercearia. Ana estava se saindo muito bem no português e até havia pegado algumas gírias locais. Mais ainda o sotaque americano era forte e estava sempre presente em suas conversas, algo que era facilmente identificado pelas pessoas que acabava enchendo Ana de perguntas sobre seu País de origem.

-Bom dia Ana. Como tem passado?

-Bem demais. E o senhor?

-Tô igualzim. Hehehe... intão, vai querer o mesmo de sempre hoje? Um pãozim quentim com queijim Minas e um cafezim moído na hora?

-Mais é claro uai. A senhorita Davis adora seu cafezim moído na hora.

-Cês são minhas clientes fiéis.  Vou sentir uma solidão braba quando ucês tiverem que ir embora.

-Mais ainda falta uns mês aí pela frente, seu Chico. 

-Bom, mais é melhor eu ir me preparando...Dona Amélia sempre vem aqui adiantar o pedido dos cês antes de ir pra escola.

-É... ela tem muito disso mesmo. Hoje o dia vai ser puxado e nada como um café bão e reforçado pra dar força e energia.

-Opa. Aí é bão mesmo.

E assim Ana pagou pela compra e seguiu para a escola onde acontecia as aulas do curso.

O tempo passou e os meses de permanência no intercâmbio havia terminado.  Foi um chororô quando Ana teve que se despedir das pessoas, mais infelizmente ela precisava voltar para casa. Amélia, com quem ela fez a viagem, garantiu sua segurança a todo momento e quando por fim chegaram em Los Angeles, Amélia Davis entregou Ana em sua casa para os pais enchendo a jovem de elogios.

E para comemorar seu retorno, Edgar, o pai, fez uma reserva em um restaurante e a família se encontrou para jantar. Ana contou empolgada o que conheceu e aprendeu no Brasil. Contou também das pessoas com quem fez amizade e disse que jamais  iria se esquecer delas.

Enquanto a família se reunia animada, no mesmo restaurante à mesas de distância estava Depp com sua atual esposa. Os olhos dele brilhavam apenas ao olhar para ela. E para retribuir, a mulher sorria apaixonadamente para ele. Quem via tinha a certeza de que aquele casal era perfeito um para o outro. E mal Depp sabia que naquele jantar receberia mais uma grande notícia.

-Johnny. _a mulher encostou na mão dele olhando fixamente para seus olhos _-Amor. Você sabe que eu te amo mais do que tudo.

Ele sorriu lindamente e acenou

-Eu sei. Sabe que eu te amo também?

-Sim. Eu posso ver em seus olhos, querido.

Eles sorriram um para o outro até que ela continuou

-E porque eu te amo, tenho uma surpresa pra você.

-Mais uma? _ele brincou franzindo o cenho_-Acho que não mereço tanto. _ela sorriu

-Tenho certeza que merece, meu amor. _ela olhou para o garçom e ele se aproximou trazendo consigo uma caixa, a qual entregara à Depp.

-O que é isso?

-Abra. _pediu a mulher e assim sem mistérios, Johnny abriu a caixa, retirou o papel de cima e viu um pequeno sapatinho de bebê unissex e um teste de gravidez.

-Katherine... isso é...sério?_Os olhos dele logo ganhara mais brilho e lágrimas.

-Sim, meu amor. Você será papai outra vez.

-Oh meu Deus! Amor... _ele se levantou, rodeou a mesa e ajoelhou na frente da mulher para beija-la com muito amor enquanto alguns funcionários aplaudiam atraindo a atenção dos clientes.

Na mesa onde estava a família de Ana, percebendo os aplausos, eles também aplaudiram.

-Por que será que estamos aplaudindo?_Marta perguntou batendo palmas.

-Não sei. Talvez seja algum casal comemorando alguma coisa... O casamento talvez...ou até filhos.

Edgar falou jamais imaginando que estivesse certo. Não dava para ver quem era o casal que estava comemorando, mais internamente, Ana Sofia desejava que fossem muito feliz.

Algumas horas mais tarde, sua família deixou o restaurante e foram exaustos pelo dia, para casa. Ana ficou o caminho todo pensando na felicidade daquele casal mesmo sem saber quem eles eram. Ela não sentia inveja, mais esperava que um dia desfrutasse do mesmo sentimento e que tivesse alguém com quem compartilharia sua vida por décadas. 

Enfim, eles chegaram no pequeno mais aconchegante apartamento e se aprontaram para dormir. Não demorou muito e Ana se entregou ao sono curiosamente sonhando com a infância e especialmente tendo uma lembrança do passado. Ela acabara sonhando com seu eu de três anos e com aquele homem que a salvou. Por incrível que pareça, Ana nunca o esqueceu. Ela sabia que ele provavelmente estava bem mais velho agora, mais ainda sim, se sentia grata por tudo que ele fez por ela sem sequer cobrar nada de seus pais. Pata ela, agora mais velha, ele era um perfeito cavalheiro.

...

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