Dois Dias...
Havia se passado dois dias desde que tudo aconteceu e ninguém sabia sobre o paradeiro de Ana. John tentou ligar para ela inúmeras vezes, mas todas as chamadas eram transferidas para a caixa de mensagens e mesmo que ele tenha mandando várias mensagens para ela, Ana não as respondia.
Johnny estava desolado. Ele foi ao apartamento dela, já que sabia onde ficava por ter acompanhado Ana na vez em que ela precisou desfazer das coisas pessoais dos pais. Mas assim que chegou, a vizinha ao lado disse que não havia ninguém ali à dias. Johnny então pensou em Amélia. Mas nem ela sabia onde Ana Sofia estava.
Quando retornou para casa, ele teve que contar a verdade para as crianças e as informou que Jane passaria a viver com eles até a chegada do bebê, e depois a ajudaria a se estabilizar em outro lugar.
Alex não conseguia entender toda aquela situação. Os pequenos perguntavam a cada segundo quando Ana iria retornar para casa, mas ninguém os sabia informar.
-Pai! _Alex entrou com tudo no escritório vendo o pai em um caos total. John estava completamente bagunçado. As roupas amassadas, o cabelo desgrenhado com um semblante de dar pena e olheiras profundas ao redor dos olhos. _-Pai, você precisa reagir! _Alex abriu a cortina do escritório deixando a luz do sol entrar fazendo com que John tentasse se proteger da claridade. Ao se virar, o adolescente viu o verdadeiro estado do pai. Em cima da mesa havia uma garrafa de Whisky vazia, não havia copo, então o menino deduziu que o líquido foi ingerido diretamente. E ao lado da garrafa havia um maço de cigarros e um cinzeiro cheio de bitucas e cinzas. _-Pai...hey...agora estou realmente preocupado. Passou a noite aqui?
John nada respondeu, apenas ficou com o olhar fixo em uma moldura. E quando Alex a observou, viu que era a foto que o próprio tinha tirado do pai ao lado de Ana.
-Eu sei que o senhor sente falta dela. Já tentou de tudo para encontra-la, mas não pode continuar aqui dentro neste estado, pai. Meus irmãos e eu estamos preocupados com você.
-Eu preciso sair..._John levantou _-Preciso continuar tentando...
-Hey...para...para..._Alex tentava impedir o pai de levantar, pois ainda estava bêbado e poderia cair a qualquer momento _-Não pode sair de casa assim! O senhor precisa de um banho e descansar. Eu vou tentar contatar a Ana, eu prometo, está bem?
John se sentou novamente e começou a chorar.
-Eu estraguei tudo! _Alex o puxou para um abraço colocando a cabeça do pai em seu peito _-Eu tinha a mulher perfeita e a decepcionei, meu filho... Eu sou um bosta!
-Não fale assim. O senhor não é nada disso...
-Então por quê ela foi embora? Por que ela me deixou sem me dar tempo de explicar, hun?
-Ana te ama, pai. Ela só deve estar precisando de um tempo pra pensar no que aconteceu e...
-Johnny...você está aí dentro?_Jane chamou do outro lado da porta e Alex revirou os olhos. John se levantou para ir até lá com o apoio do filho. Abriu a porta e olhou para a mulher grávida.
-O que você quer? Algum problema com o bebê?
Jane se sentiu ofendida pela forma como Johnny havia falado
-Não. Nosso filho está bem. É só que fiquei preocupa, pois não te vi o dia todo.
-Eu estou bem...Não precisa se preocupar.
-Vamos, pai. Vou te ajudar a subir.
-Você é muito gentil, rapaz. _John falou ao filho e Alex começou a ajuda-lo.
Quando finalmente chegaram no quarto dele, Alex ajudou o pai a tomar banho e a se vestir, logo o colocou na cama ajeitando-o para descansar.
-Fique bem. Por favor.
Alex o deixou descansando e saiu do quarto fechando a porta em seguida.
-Aonde vai? _Lizzie perguntou ao ver Alex se aproximar da saída.
-Oi. Estou indo procurar a Ana. Ela deve estar em Beverly Hills na casa do irmão dela.
-Mas o papai já tentou ligar para o contato que a tia Amélia o passou.
-Sim. Eu sei. Mas segundo nossa pai, o irmão da Ana também não atendeu. Ela só pode estar com ele.
-Será?
Assim que Lizzie perguntou, o barulho de chave na porta chamaram a atenção. Segundos depois, Ana passou pela porta com seu semblante abatido como se tivesse chorado por horas ou até dias.
-Olá. _Falou para eles que estavam paralisados ao vê-la.
-Ana..._Lizzie tomou a frente
-Oi princesa.
-Ana!_Lizzie correu e abraçou Ana com muita força.
-Ana...você está bem?_Alex perguntou aproximando delas.
-Sim, rapaz. Estou bem... Vem aqui.
Ela o puxou para um abraço reconfortante e o deu um beijo na testa. Enquanto fazia isso, o pequeno Theo, que estava triste na cozinha com Maria; ouvindo-os, veio correndo até eles.
-Ana, Ana...
-Ei pequeno. _ela o pegou no colo e Théo a abraçou pelo pescoço colocando a cabeça no ombro dela.
-Nós realmente ficamos preocupados, Ana. Você não atendia nossas ligações e nem respondia nossas mensagens.
-Eu precisava de um tempo, querido. Me desculpe.
Enquanto Ana respondia, Jane apareceu segurando na barriga e Ana percebeu colocando Théo lentamente no chão.
-Oi. _disse Jane.
-Uhm...o que ela faz aqui?_Ana perguntou ao Alex.
-Papai a trouxe. Parece que Jane não tinha para onde ir e...ele disse que ela ficará aqui até o nascimento do bebê.
-O bebê...
-É. Papai falou que teremos um irmãozinho ou irmãzinha, Ana. _disse Théo de forma inocente e naquele momento Ana sentiu sua cabeça girar.
-Onde...onde está seu pai?
-Lá em cima descansando. Ele não teve uma boa noite. Na verdade, ficou a noite inteira na biblioteca... Bebendo.
-O-ok. Eu preciso que fique com seus irmãos um pouco, por favor, Alex.
-Você vai sair de novo Ana?...acabou de chegar.
-Não, querida. Vou apenas tomar um ar lá fora. Logo estarei de volta.
-Promete?
-Sim. Eu prometo.
Ana saiu segurando o estômago e chorou quando atravessou a porta.
-Um filho...um filho com outra mulher!..._Ela soluçou _-John...
Deixando sua emoção falar mais alto, Ana se encostou na parede e tapou o rosto enquanto suas lágrimas desciam como cascatas.
...
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A Jovem e o Cavalheiro
RomanceAna Sofia é forçada a deixar a casa dois pais por causa de sua madrasta. Sem um trabalho fixo, e sem ter onde ficar, Ana pede ajuda à sua ex-professora de intercâmbio, que acaba conseguindo uma entrevista como tutora na casa de uma família rica que...