O Incidente No Condomínio

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Passaram-se alguns minutos e Ana chegou à casa de Amélia. Assim que fechou a porta, encontrou a dona da casa sorrindo para ela.

-Oi. Desculpa a demora, eu estava com meu pai na praça. _explicou sua demora

-Está tudo bem. Venha aqui querida, preciso falar com você.

-Claro.

Elas seguiram para a sala e sentaram-se.

-Então, Ana, consegui uma entrevista pra você amanhã.

Os olhos de Ana brilharam e sua boca abriu em um perfeito Ó.

-A senhora está falando sério?

-Muito sério, querida. _Amélia sorriu ao ver a emoção da jovem, logo tocou na mão _-Está marcado para às duas horas, você irá falar com Johnny, ele está procurando uma tutora para os três filhos e achei que você se daria bem como.

-Tutora? Como uma babá?

-Isso. Você já cuidou de crianças quando estivemos no Brasil, então tenho certeza que daria muito bem neste trabalho aqui, além disso, ele está oferecendo um salário incrível e moradia. E não é temporário, quer dizer, se gostarem do seu trabalho no primeiro mês de teste, poderão te contratar oficialmente.

-Meu Deus...eu não sei nem o que dizer. _Ana abraçou Amália_-Sou muito grata por tudo que faz por mim Amélia.

-Não tem que me agradecer, Ana. Você merece toda a ajuda que eu possa te oferecer.

Ana sorriu com emoção, pois Amália fazia por ela o que Marta nunca fez.

-Eu conheço a família há algum tempo, então posso dizer que se conseguir o emprego, você terá muita sorte. _Amélia pegou um papel sobre a mesa de centro e entregou a Ana._-Este é o endereço que anotei pra você. Chegue um pouco mais cedo se possível, e boa sorte.

Ana sorriu para o papel, e ao reconhecer o condomínio de luxo, seu queixo caiu.

-Uau! Este é mesmo o endereço deles?

-Sim! São uma família da alta classe social. Você vai gostar. Tenho certeza. _Amélia sorriu.

-Obrigado. _Desta vez, foi Ana quem encostou na mão da mulher._-De verdade, muito obrigado.

-Ó minha querida!

Eles se abraçaram novamente e naquela noite Ana fora dormir confiante.

Na mansão da família Depp, John havia conferido com a cozinheira se seus filhos haviam se alimentando bem e quando recebera uma resposta positiva, sabendo que as crianças já estavam nos quartos, o homem se retirou para o seu próprio quarto, tirou a roupa, tomou banho e vestiu seu pijama de cetim negro e pegou seu iPad-Pro, se sentou na cama com a costa escorada nos travesseiros começando a ver a agenda do fim de semana. O que não havia nada de novo. Seus filhos teriam algumas tarefas adicionais e ele passaria o dia todo em casa fazendo o que ele gostava para relaxar. Eram raros essas ocasiões, então Depp queria aproveitar.

Contudo, a lembrança da ligação de Amélia lhe fez mudar um pouco sua agenda. Ele adicionou a entrevista das duas horas. E lembrou que nem sabia o nome da mulher a quem deveria entrevistar. Entretanto iria confiar na palavra da amiga de sua falecida esposa, pois se para ela a indicada era de confiança, então ele não precisaria se preocupar, não é mesmo?

Sábado finalmente chegou e Ana já havia se preparado. Pegou um de seus currículos manuais e colocou em sua bolsa, às doze e trinta, ela entrou em um táxi e foi para o endereço, mas o taxista lhe informou que não tinha permissão de entrar no condomínio, e que Ana precisaria ir ao endereço, caminhando.

Agradecendo-o após o pagamento, Ana saiu do veículo e entrou no condomínio caminhando enquanto olhava a numeração das casas nas placas que ficavam nos correios.

Enquanto fazia isso, Ana viu um menininho com uma bola de plástico azul. Ela sorriu quando o viu jogar a bola para cima e para baixo e quando a bola escapulia de sua mão, o pequeno sorridente, saia correndo atrás dela. Ana procurou por algum adulto por perto que deveria estar com ele, mas não encontrou ninguém. Porém ele não deve estar perdido_ela pensou.

Ana voltou a olhar para as numerações das casas e de repente, um carro surgiu vindo na direção contrária dela, mais indo em direção ao menino que havia deixado cair a bola na rua. Seu coração disparou ao se dar conta do que poderia acontecer se ela não agisse, então correu o mais rápido que conseguiu. A cada segundo o carro estava mais próximo do garotinho, então Ana pulou para agarra-lo protegendo-o com seu corpo, enquanto o motorista, que havia se assustado com a cena, pisou no freio e saiu do carro.

-Senhorita! _Ele a chamou. Ana ainda protegia a criança, que assustada, começou a chorar _-A senhorita está bem? Se machucou?

O homem que parecia ter uns trita e poucos anos e era loiro, estava agora parado ao lado deles.

-Théo?_Alguém gritou enquanto vinha correndo. _-Théo!

O homem ajudou Ana a se levantar, enquanto a outra mulher pegava a criança que Ana agora sabia que se chamava Théo.

-Você está bem, querido. Está tudo bem. _O garotinho ainda chorava

-Estou bem, senhor. _Ana respondeu garantindo que estava bem para o homem enquanto ele insistia em saber se ela havia se machucado. Ana olhou para a criança que estava sendo acalmada pela outra mulher

-Ele está bem? _Ana se aproximou para perguntar e o pequeno olhou com os olhos cheios de lágrimas para ela.

-Sim. Acho que sim. _disse a outra mulher_-Muito obrigado pelo que fez. Você o salvou de ser atropelado.

-Não tem problema. _Ana sorriu e esfregou a costa do pequeno. _-Vai ficar tudo bem rapazinho.

Por incrível que possa parecer, a criança parou de chorar fazendo as mulheres sorrir.

-Bom, eu tenho que ir agora.

-A senhorita tem mesmo certeza de que não se machucou?_O motorista perguntou

-Tenho certeza! Eu estou bem. Se me dão licença.

-Muito obrigado mais uma vez. _disse a outra mulher colocando o pequeno no chão.

-Nada. Tchau rapazinho.

Ele sorriu para ela e acenou com a mãozinha enquanto Ana se afastava deixando a mulher e o motorista para trás, já que eles precisavam resolver o que aconteceu.

Após o susto, Ana continuou procurando pela casa onde seria a entrevista, e após caminhar por alguns minutos, desde onde aconteceu o incidente com a criança, ela finalmente encontrou a casa.

-Nossa! Que mansão.

Disse ela surpresa com o tamanho e a beleza do lugar visto de fora.

-Se fora é assim, imagino por dentro.

Após dizer isso, seus pés a conduziram até a porta e Ana tocou a campainha, inspirando e expirando fundo enquanto esperava ser atendida.

Quando foi atendida por uma mulher que usava um avental e luvas de silicone, Ana a explicou porque estava ali; e Maria, como foi apresentada à ela, permitiu que a jovem entrasse, e a conduziu até os fundos da casa, especificamente na área de lazer, onde disse que seu chefe estaria.



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