O Adeus

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Tudo passou como em câmera lenta diante dos olhos de Ana quando o médico lhe dera a notícia de que seu pai e sua madrasta não aguentaram, falecendo na mesa de cirurgia.

John chamava por Ana enquanto ela estava em transe. A dor havia a consumido e se ele não a tivesse segurado, Ana certamente cairia.

James parecia tão abalado quanto. Encostado na parede, ele fora escorregando até o chão enquanto segurava a cabeça e soluçava.

Quando ela se acalmou um pouco, foi até o irmão e se agachou diante dele. James tirou a mão da cabeça e olhou para Ana. Seus olhos expressava a dor que sentia profundamente pela perda.

-Ana...

-Eu sei. _Ela chorou puxando para um abraço apertado_-Eu sei, meu irmão, e sinto muito.

John recordava daquele dia em que perdera sua esposa. Então ele respeitava e compreendia a dor deles.

-Eu tenho que...que assinar os documentos para a liberação..._disse James se levantando com Ana_-Eu tenho que ir lá.

-Eu vou com você, Jay. _Ana limpou as lágrimas

-Não. _ele a deu um beijo na testa_-Fique aqui e se acalme. Eu resolvo isso. Não vou demorar. Senhor Depp. _John se aproximou _-Cuide dela pra mim, por favor.

-Eu irei. _John apertou a mão de James e o abraçou em consolo_-Meus sinceros sentimentos.

-Obrigado..._James se afastou _-Com licença.

O homem saiu pelo corredor e John olhou para Ana que o olhou com lágrimas nos olhos.

-O que vou fazer agora, John?_Ele não a respondeu, puxando-a para seus braços. _-A última coisa que eu disse ao meu pai foi...

-Eu sei. Sinto muito querida...mas acho que ele entendeu. Seu pai estava tentando concertar as coisas, eu acredito nisso. Vai ficar tudo bem, hun?...você não está sozinha, ok?

Ana chorou no ombro dele.

Minutos mais tarde, vendo que Ana estava mais calma com James, John se levantou e ligou para seu advogado para que ele pudesse resolver sobre os custos do hospital e do enterro. Ele se dispôs a arcar com tudo para poupar os irmãos da dor de cabeça enquanto compartilhavam da mesma dor.

Antes de deixar o hospital, Ana e James souberam que tudo estava quitado. John os esperava do lado de fora do hospital então Ana correu até ele.

-John!

Ele se virou. O dia quase amanhecendo quando Ana o abraçou.

-Obrigado. _disse ela entre o abraço _-Muito obrigado por tudo.

-Obrigado pelo que fez por nós, senhor Depp. Pra sempre serei grato.

Disse James enquanto John ainda segurava Ana em seus braços.

-Não tem do que me agradecer, senhor Clark. Fiz de coração.

Ana se afastou e James apertou a mão de John.

-Mesmo assim, eu agradeço.

John acenou e James abraçou a irmã novamente.

-Vá pra casa descansar um pouco ok? Nos vemos no enterro.

-Você ficará bem sozinho? _Ana perguntou ao irmão

-Vou sim. Não se preocupe.

Eles se afastaram e se despediram. Assim que John levou Ana, James olhou para o céu e respirou fundo antes de enfiar as mãos nos bolsos da calça e sair andando até o ponto de táxi mais próximo, preferindo por fim, ir a pé para casa.

No carro, John e Ana estavam de mãos dadas. Ele queria dar a ela a certeza de sua presença ali, mostrando-lhe que não estava sozinha.

Quando finalmente chegaram em casa, ele a levou para o quarto e em frente a ele, se olharam.

-Descansa um pouco, tá? _disse ele_-Qualquer coisa que precisar, não hesite em me chamar, ok? Estou aqui pra você.

-Obrigado Johnny. _ela o deu um beijo na bochecha _-Descansa também. Você merece.

-Vejo você em quatro horas.

-Uhu. _ela sorriu tristemente e John a esperou entrar no quarto antes de seguir para o seu.

Assim que fechou a porta, Ana não conteve as lágrimas e chorou novamente. Desta vez a dor e o arrependimento a fizeram cair no chão, onde ficou chorando até adormecer.

Quebra de tempo...

Em consideração a Ana, John, Otto, Alex e Angelina a acompanharam ao funeral.

Amélia e seu marido estavam lá também. Abraçaram Ana e James desejando-lhes as condolências, assim como vários conhecidos de seus pais. John fizera questão de estar o tempo todo ao lado de Ana, abraçando-a quando necessário para acalma-la.

Após o bispo ler o ato fúnebre, e enquanto os caixões eram enterrados, James e Ana se abraçaram apoiando um ao outro naquela despedida eterna.

Após seus pais serem enterrados, as pessoas começaram a se despedir deles restando apenas, sete pessoas ali: John, Otto, Alex, Angelina, Ana, James e Amanda. A suposta namorado do rapaz.

-James...se você quiser, pode ir para minha casa, será um prazer recebe-lo. _disse John _-Pode ficar o tempo que precisar.

-Eu realmente agradeço a oferta, senhor Depp; mas ficarei bem. Amanda estará comigo também _a mesma assentiu _-Não se preocupe._ele olhou para Ana que estava olhando para os túmulos longe em seus pensamentos. _-Minha irmã está mais frágil, por favor, cuide dela por mim. _ele ofereceu a mão e John apertou abraçando cordialmente _-Eu sei que tem sentimentos por ela, e eu aprovo...só não a faça sofrer, por favor. Ana é uma mulher incrível que merece ser feliz.

Disse James no ouvido de Johnny e ele assentiu

-Eu sei. E farei o que tiver ao meu alcance para fazê-la feliz.

James sorriu e acenou para eles indo até Ana.

-Psiu..._ela olhou para ele e sorriu_-Nós vamos lidar com isso juntos, maninha. Não fique sofrendo, ok? Ele não ia gostar de te ver assim. E..._James pegou algo dentro do paletó preto_-Achei isso na estante lá de casa. Está com seu nome. Acho que nosso pai estava pensando em te entregar antes do acidente. E se não me engane, aí nessa carta tem tudo o que ele não teve coragem de falar pra você, Ana. Então não ignora, está bem? _Ana assentiu olhando para a carta _-Te amo maninha.

James deu um beijo na testa dela e Ana o abraçou antes de abraçar Amanda e agradece-la por estar ao lado de James naquele momento.

Após se despedirem, todos voltaram para casa.

Respeitando o luto de Ana, John a deixou um pouco sozinha, mesmo querendo ficar ao lado dele, ele sabia que Ana precisava deste tempo para colocar as idéias no lugar, e foi assim que ela leu a carta de cinco páginas que seu pai lhe deixou. E foi lendo aquela carta, que Ana o perdoou.

Mesmo sendo tarde demais.




...







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