Durante o fim da tarde, Ana havia passado um tempo com Natali que lhe passava todas as instruções e as regras da casa. Ana anotou cada uma e as estudou cuidadosamente, principalmente os horários das crianças e de Alex. Que assim como o pai, havia se isolado em algum lugar da casa não sendo mais vistos pela tutora.
-E quanto ao senhor Depp?_Ana perguntou de repente e Natali olhou para ela enquanto interrompia o que estava fazendo com os papéis em cima da mesa da pequena sala de reuniões
-O que tem ele?_Natali perguntou_-Você não tem que se preocupar com os horários do chefe. Eu cuido muito bem disso e o próprio tem uma agenda particular em seu iPad. Você é apenas responsável pelas crianças, deixa que do resto eu cuido.
Parecia que Natali falava de uma maneira rude, mas Ana percebeu que ela tinha razão, sua prioridade era as crianças, não o pai delas. Ana nem sequer sabia porque havia feito aquela pergunta.
-Certo. Me desculpe. Eu não deveria ter perguntado de qualquer maneira.
Natali acenou e recolheu os papéis.
-Bem, se tiver alguma dúvida sobre sua função não exite em me perguntar, e de maneira alguma atrapalhe o senhor Depp com esse tipo de coisa...O número particular dele está em uma dessas folhas; então salve em seus contatos e o utilize apenas em casos urgentes à respeito das crianças. Não o incomode com bobagens, entendeu?
-Entendi.
-Ótimo. Por hoje é só, senhorita Clark. As crianças devem descer para jantar às sete, então fique de olho nos horários.
Ana acenou e viu Natali deixar a pequena sala.
Ela repassou mais uma vez cada regra da casa, pois precisava se familiarizar. Enquanto fazia isso, a porta se abriu e por ela entrou Depp. Assustada com a chegada repentina, Ana olhou para o homem que só agora se dera conta de sua presença.
-Hun...é...desculpe se estou atrapalhando. Vim apenas deixar isso aqui.
-Ó...Não se preocupe, senhor, afinal a casa é sua e eu já estou de saída. _Ana recolheu seus pertences, se levantou e caminhou até a porta onde Depp estava parado segurando um quadro.
-Você não precisa sair só porque cheguei. _disse ele quando ela se aproximou _-Ainda mais se tiver fazendo algo importante.
-Hã...não é isso. Eu já terminei, na verdade. Estava apenas estudando as regras e averiguando os horários que Natali me passou.
-Entendo.
Eles se olharam por segundos mais Ana quebrou o contato
-Se me der licença, senhor.
-Toda.
Ela passou por ele e saiu. Depp adentrou a sala e escolheu um bom lugar para colocar aquele quadro que havia sido pintado na semana passada.
Assim que ele encontrou um bom lugar, o pendurou e saiu da sala.
Ana estava agora com as crianças na sala de brinquedos enquanto montavam quebra-cabeças esperando o jantar.
Alguns minutos depois, o jantar fora servido. Como Natali e Maria, Ana não comia à mesa junto com as ciências, então ficou de pé atrás do balcão observando-os comer com o pai, que surpreendentemente, se junto à eles.
-Cadê o Alex, pai?_Lizzie perguntou enquanto segurava sua colher_-Ele não vai comer?
John limpou a boca e olhou para Ana que logo entendeu o que teria que fazer.
-Vou ver se ele já está vindo. Com licença.
Ana rapidamente saiu da sala de jantar e fora às pressas para o segundo andar. Quando se aproximou da porta do quarto de Alex, pensou um pouco antes de bater.
-Sr. Alex? Sou eu, Ana. Vim saber se não vai descer para o jantar? Estão esperando por você._Ana não obteve resposta e continuou tentando _-Senhor Alex, está tudo bem aí?
Do lado de dentro, Alex, que estava lendo um livro dark, revirou os olhos e insatisfeito, saiu da cama e foi atender a porta.
-Quanta chatice, ein? _Ana se assustou com o tom usado pelo garoto_-Não está vendo que estou ocupado?
-Bom, me desculpe, mas seu pai e seus irmãos já estão jantando. O senhor não se juntará a eles?
-Não estou com fome. Agora, por obséquio, vê se me erra!
Ele não esperou uma resposta e foi logo batendo a porta na cara dela.
Ana sabia que teria um grande problema com o rapaz, mais ainda estava disposta a conseguir uma maneira de ajuda-lo com o que for que ele estivesse passando além da dor de perder a mãe. Porque Ana tinha convecção que havia mais coisas acontecendo do que ele queria contar.
Um pouco frustada, Ana voltou a cozinha e todos olharam esperando por uma resposta.
-Ele disse que não está com fome. _Ela informou e Depp olhou para algum ponto da mesa enquanto limpava a boca com o guardanapo.
-Ele sempre nos diz a mesma coisa. _Depp suspirou e se encostou na cadeira. Ana o analisou pensando nos problemas que pai e filho carregavam. Ela percebera que ambos não eram próximos e se sentiu mal por isso.
Principalmente no dia seguinte quando Ana percebera que Alex tentava evitar o contato direto com o pai a todo momento. Um não ficava no cômodo que o outro estivesse, e Depp parecia não forçar a aproximação.
-O que foi, Ana?_Lizzie perguntou quando vira que Ana estava dispersa nos próprios pensamentos.
-Uh? O que?
-Você está se sentindo mal? _Lizzie se preocupou_-Parecia longe.
-Não, minha querida, eu estou bem. Só pensando.
-Ah! Entendi. O que acha da gente jogar um jogo? Não temos mais nada pra fazer no domingo e estou começando a ficar entediada.
-Claro. Vamos lá. Qual jogo quer jogar?
-Resta um!
-Ok. Mas apenas se Théo se juntar a nós._Théo estava emburrado por não poder mais sair com sua bola azul. Seu pai havia sido muito firme em dizer que ele não podia mais brincar na rua com uma bola saltitante, pois era perigoso e é claro que o menino não gostou nenhum pouco disso.
-Eu não quero.
-Théo..._Ana se abaixou para ficar na altura dos olhos dele _-Se você vier brincar com a gente agora, pedirei ao seu pai para leva-lo um dia ao parquinho na pracinha onde passei minha infância. O que acha?
Ana sorriu ao ver os olhos do pequeno brilhar.
-Então agora eu quero. _A jovem sorriu
-Isso aí! Vem, vamos nos divertir...E quem vencer, ganhará mais sobremesa no jantar!
-Não faça promessas que não possa cumprir, babá. _Ana parou ao ver Alex no pé da escada_-Você não tá com essa bola toda.
-Ai, Alex...vá dar uma volta no quarteirão e deixa de ser chato.
Ana se surpreendeu com a fala de Lizzie. Alex apenas sorriu debochado e mostrou língua para ela, que não deixou barato, mostrando a língua para o irmão.
Logo ele olhou sarcástico para Ana e saiu colocando seus fones de ouvido. Ana suspirou e em seguida levou os pequenos para a sala de brinquedos.
...
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A Jovem e o Cavalheiro
RomantikAna Sofia é forçada a deixar a casa dois pais por causa de sua madrasta. Sem um trabalho fixo, e sem ter onde ficar, Ana pede ajuda à sua ex-professora de intercâmbio, que acaba conseguindo uma entrevista como tutora na casa de uma família rica que...