Semanas Depois...
Os dias conseguintes estava indo bem. Ana e John tinham se tornado mais próximos e por vezes dividiam momentos agradáveis com as crianças. No entanto, houve um certo dia que parecia normal, às crianças tiveram a mesma rotina de sempre e a tarde, foram surpreendidas com o pai chegando mais cedo do que de costume e sua fisionomia não parecia nada agradável. John passou pela sala deixando todos em silêncio sem entender o que passava com ele. Ana e Alex trocaram olhares confusos e ao ver John entrar nervoso no escritório, Natali apressadamente fora atrás dele.
-O que será que aconteceu?_Ana perguntou a Alex.
-Não faço idéia. Nunca o vi tão nervoso antes. Algo muito sério deve ter acontecido. _disse o adolescente e Ana olhou novamente para a entrada do escritório, seu coração desejava ir até lá, mas Natali foi quem o fez primeiro.
-Por que o papai chegou daquele jeito, Ana? _Lizzie perguntou indo para perto da babá.
-Eu não sei, querida.
-Será que ele tá bravo com a gente?_Théo perguntou também indo para perto de Ana que o pegou colocando-o em seu colo.
-Acho que não. Deve ser algum estresse no trabalho, pequeno. Não se preocupe. _Ana deu um beijo na cabeça dele.
Passaram-se alguns minutos até que Natali saiu do escritório pisando firme e com uma cara de dar medo. Ana novamente encarou Alex que também seguia Natali com o olhar.
-Poxa...se ela saiu assim é porque a coisa é séria. _Disse o garoto deixando Ana ainda mais preocupada com John.
-Fiquem aqui. Vou ver se descubro alguma coisa.
Ana colocou Théo no sofá, se levantou e foi em direção a Natali que estava ao telefone. Ela parecia um pouco alterada.
"Faça o que mandei imediatamente!"
Ela desligou o aparelho e se virou dando de cara com Ana.
-O que está acontecendo? O senhor Depp está bem?
-Isso não é da sua conta, babá! _Natali passou nervosa em direção a sala. _-Não quero que incomodem o pai de vocês, está bem? Ele precisa de um tempo...e isso vale pra você também, Srta. Clark. John não quer receber visitas! Agora sugiro que se certifique que as crianças tenham cumprindo suas obrigações do dia e feito as lições da escola. Faça o seu trabalho, já que está sendo paga pra isso.
Natali girou nos calcanhares e saiu para algum lugar da casa deixando Ana e as crianças indignadas. Sobrou até para Dona Maria, que fora obrigada a mudar o cardápio da noite.
-Eu não gosto dela. _Disse Théo indo até Ana.
-Nem eu. _Disse Lizzie
-Como ela pode exigir meu trabalho se estou seguindo exatamente as minhas obrigações perfeitamente como deve ser?!
-Ela só está descontando em você a chatice dela. Não leve para o pessoal, Aninha. _Alex se levantou e chamou os irmãos. _-Vamos lá pra biblioteca.
Seus irmãos foram com ele e após respirar profundamente, Ana os seguiu, mas não conseguia se concentrar em nada, a não ser em seu chefe ainda preso no escritório.
A noite, todos estavam na sala de jantar, exceto John. O silêncio se fazia presente no ambiente e para Ana era muito entediante não ter a presença dele ali.
Após o jantar, Ana ajudou Maria a retirar a mesa e as crianças foram com Alex para o segundo andar. Pois o garoto prometera a Ana que iria distrai-los até a hora de dormir. Ana ajudou Maria a arrumar a mesa e a cozinha, depois foi encontrar as crianças. Quando passou em frente ao escritório, ela não conseguia ouvir nada. A luz estava ligada, mas parecia não ter ninguém ali dentro; embora ela soubesse que ele estava lá. Suspirando tristemente, Ana subiu as escadas e foi para o quarto das crianças preparando-as para dormir. Ana leu uma história para eles e quando Théo adormeceu, ela o pegou e o levou para o quarto dele.Assim que voltou ao seu quarto, Ana tomou um banho, escovou os dentes e vestiu seu pijama de ursinhos combinando. Logo ela se deitou, pegou o celular e olhou diretamente para as conversas com John, não era nada demais, mais que significavam muito para eles. Na maioria das vezes, falando sobre as crianças e o quanto o dia deles foi divertido. Ana pensou em mandar mensagens a John naquele momento, mas estava com medo de que pudesse atrapalha-lo. Foi então que ela decidiu não mandar. Ana bloqueou o celular e tentou adormecer, mais sua preocupação ainda estava lá. Ela fechava os olhos e John vinha a sua mente...Não podia evitar.
-Droga! _ela se revirou na cama por algumas horas enquanto pensava no que fazer, até que se sentou de repente.
-Você ainda vai me enlouquecer, senhor Depp...estou morrendo de preocupação!...Ah! Quer saber? não vou conseguir dormir se continuar assim. _Ana se levantou, calçou sua pantufa simples vestiu um casaco e saiu do quarto. Desceu as escadas e olhou de um lado ao outro, sabendo que Natali havia decidido passar a noite ali, e Ana não queria encontrar com a cara feia dela naquela hora da noite.
A jovem terminou de descer as escadas como se flutuasse e foi para perto do escritório que ainda havia luz passando pela fresta da porta. Isso indicava que John ainda estava lá dentro. Ana colocou seu ouvido na porta, mas nada escutou.
-Está tão silencioso. Será que ele comeu alguma coisa? _Ana roeu uma unha decidindo o que fazer a seguir. _-É tão ruim ficar no escuro quando você se importa verdadeiramente com alguém...ai...porquê eu tinha que me importar tanto com você, John? Esse coração vive me pregando peças.
Ela balbuciou enquanto seus pés a levava para a cozinha onde pensou em preparar algo para levar ao chefe.
Ana arrumou tudo em uma pequena bandeja, logo voltou a cruzar a sala levando-a com ela. Ao se aproximar do escritório, respirou fundo e levou a mão livre a maçaneta, a girou e abriu a porta surpreendendo ao encontrar John deitado com a cabeça sobre a mesa. Seus cabelos estavam bagunçados, a roupa social amassada e o blazer estava jogado no chão. Ao lado de John sobre a mesa, estava uma garrafa de Whisky pela metade e um copo com um restinho da bebida no fundo. Ana suspirou e entrou na sala, fechou a porta e se aproximou cuidadosamente da mesa. Ana deixou a bandeja sobre a mesa, recolheu o blazer do chão, fechou a garra de Whisky e a colocou de volta no pequeno armário onde ficava. John não parecia se mexer, mas estava respirando. Ana ficou aliviada ao constatar isso. Enquanto olhava o estado dele, sua mão esquerda foi em direção aos fios de cabelo que caiam sobre a testa. Ela os afastou e com as pontas dos dedos acariciou a face adormecida de Johnny.
-Não sei o que se passou com você_disse ela baixinho_-Mas gostaria que soubesse que estou aqui. _Ana se abaixou ao lado da mesa, apoiou seu braço direito sobre ela e depois a cabeça por cima do braço e ficou ali, tocando-o gentilmente no rosto enquanto olhava para o homem.
Mas como obra do universo, John acabou abrindo os olhos e encontrou os de Ana que ficou estática ao ser descoberta.
-Ana?_Ele estava confuso, tanto pelo sono, quanto pala bebida. _-Meu anjo._Sorriu
Ana sentiu seu coração pulsar ao ouvir e continuou a acariciar a face dele.
-Eu estou aqui, John._disse ela_- Não vou a lugar algum.
Então eles ficaram se olhando até que John voltou a fechar os olhos e adormeceu.
...
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A Jovem e o Cavalheiro
RomanceAna Sofia é forçada a deixar a casa dois pais por causa de sua madrasta. Sem um trabalho fixo, e sem ter onde ficar, Ana pede ajuda à sua ex-professora de intercâmbio, que acaba conseguindo uma entrevista como tutora na casa de uma família rica que...