O Plano Perfeito

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Havia se passado um mês, e para Ana foi o melhor mês de sua vida nesse novo trabalho. A cada dia que passava, mais ela se apegava a casa e principalmente as crianças e as dificuldades que a família carregava. Os pequenos se apegou facilmente a ela. Mas Alex, ainda continuava resistente. Ana passou a prestar mais atenção no adolescente. Há uma semana ele começara a agir estranho e a jovem passou a segui-lo durante suas idas à escola com ajuda de Otto.

Ana observava Alex de uma certa distância e percebera que o menino não tinha muitos amigos e passava a maior parte do tempo sozinho. Até então, na escola, não parecia ter nada demais acontecendo, mas Ana ainda sentia que algo estava errado. E foi em um dia que felizmente ela descobriu, quando seguiu Alex para um certo lugar. Ele estava levando a mochila então Ana ficou desconfiada. Escondida atrás de uma parede, Ana o viu se aproximar de cinco homens que não tinha cara de estudantes, mas um deles parecia ter a idade de Alex.

'Ora, ora, ora...você veio!'

Um deles disse ao menino que nada respondeu, apenas abriu a mochila e entregou a eles algo que rapidamente foi escondido dentro da roupa.

'Mandou bem dessa vez, pirralho. Mais ainda não é o suficiente. Deve haver mais de onde veio isso; então vê se não erra dessa vez, pois senão as consequências serão drásticas, entendeu?'

Alex fechou a bolso colocou nas costas e assentiu

'Caí fora daqui.'

Ele foi embora e Ana voltou a se esconder vendo Alex passar por ela. Assim que ele voltou para a escola, Ana olhou para os homens que riam dele.

'Esse garoto tá comendo na nossa mão. Valeu por ter nos indicado ele, Ryan. '_falou o que parecia ser o líder da gangue e o mais jovem sorriu.

'Ele é apenas um idiota...um bebê chorão. Dá próxima vez exigiremos mais grana.'

'Isso aí! _eles fizeram um Hand-five e sairam dali com um sorriso maldoso no rosto.

Ana pensou no que podia fazer para ajudar o filho do chefe. E foi pensando nisso que ela voltou para o carro se juntando ao motorista.

-Então senhorita Ana, descobriu alguma coisa hoje?

Perguntou, Otto, enquanto dirigia de volta pra casa.

-É...descobri. E não é coisa boa, Otto...

O motorista a olhou quando pararam no sinal.

..._-Estão intimidando nosso garoto. Cinco homens que não são dá escola.

-Nós precisamos agir o quanto antes. Vamos até a polícia?

Otto perguntou

-Uh....não...pelo menos, não ainda. Estou pensando em um plano.

-Conte comigo então. _Ana assentiu com um sorriso nos lábios.

Quando chegaram em casa, Ana foi para o quarto e mandou uma mensagem para James.

-Oi...podemos nos encontrar na praça daqui a pouco?

"Oi...claro!"

-Ótimo...leve a bolsa vermelha."

"¿ok..."

Então Ana se preparou para ver o irmão e saiu para o encontro.

-E aí?_Alex veio até ela. A bolsa em seu ombro._-Fiquei surpreso quando me pediu pra trazer isso. _disse após cumprimentar a irmã com um abraço _-Você não toca nela há anos.

Ana pegou a bolsa e sorriu

-É um caso de vida ou morte.

-Sério? O que aconteceu?...não tem ninguém mexendo com você no trabalho né?

-Não. Mais estão mexendo com meu menino.

-Opa! Seu menino? Já estão nesse nível de intimidade?

-O quê?...eu disse 'meu menino'? _Ana se fez de desentendida e James riu enquanto assentia_-Não falei nada! Você que entendeu errado.

-Errado? Sei. Você se apegou tanto aquelas crianças que nem percebe o quanto os defende... e cuidado pra não se apaixonar pelo mais velho ein.

-Hã? Perdeu um parafuso? Alex tem apenas quinze anos e...

-Quem disse que eu me referia ao filho?

-Quê? Você não está insinuando que...

-Ah! Qual é Ana... nas últimas semanas você tem me falado tanto sobre o seu chefe bonitão... nós começamos uma conversa e você sempre volta a falar daquela família e nem percebe. Acho que isso é amor..._James provocou

-Não seja idiota!_Ana bateu no braço do irmão que começou a rir_-Eu não sinto nada...sou paga para cuidar daquela família...

-Você é paga pra cuidar das crianças, não do pai delas, maninha.

-E quem disse que eu cuido do pai delas? _Ana perguntou enquanto abria a bolsa para averiguar se tudo estava ali.

-Bem...suas mensagens são tipo assim: "Será que o senhor Depp está se alimentando bem?"... Ou... "Será que ele está bem no trabalho?"...ou..."Eu sinto que preciso ajudar o senhor Depp a se dar bem com as crianças, principalmente com o filho mais velho."...senhor Depp isso, senhor Depp aquilo...quê isso mana?...tá só no love. 

-Não me provoque James! _Sem perceber, Ana segurou um arma que estava dentro da bolsa e apontou para o homem, que rendido, levantou as mãos

-Eita! Vai matar alguém com isso?

-Você! Se não calar essa boca.

-Ui...tu é um perigo!..Isso é uma arma de verdade?

-É um isqueiro. _Ana apertou a ponta, que acendeu _-Mais dá pra assustar.

-Que demais!...quando conseguiu juntar essas coisas?

-Ainda na escola. Lembra? Era o que me defendia dos valentões.

-Entendi. E precisa disso pra defender o seu menino de valentões também, não é?

-Sim! _ela parou vendo a roupa de ninja que não usava há anos. _-Espero que isso ainda me sirva.

-Tem certeza que suas aulas online de Karatê irão te ajudar?

-Me ajudaram uma vez, não foi?

-Sim. Na época da escola! E você está mais velha agora e não tem praticado...me fala quem são os valentões que eu dou um jeito neles.

-Você dá um jeito? Nós dois sabemos que você não bate numa formiga, Jay.

-Eu sei. Mais eles não sabem disso. Eu posso muito bem assusta-los.

-Com essa carinha de bebê; duvido muito.

-Posso usar um disfarce que nem o seu.

-Não.

Ana fechou a bolsa se levantou e jogou a arma que era um isqueiro, para o irmão.

-O quê que...

-Pode ficar com ele.

-Sério? _Ana acenou com a cabeça _-Valeu mana!

-Bom, eu tenho que ir. Ainda preciso buscar as crianças na escola. Mas fique atento, pois posso te ligar a qualquer momento, ein.

-Ok. Tchau, Ana...E dê um beijo no Senhor Depp por mim!

Ana se afastou, mas levantou uma mão e mostrou seu dedo do meio, o que fez James gargalhar.

Logo depois, Ana pegou um táxi e foi para a casa dos Depp.

Assim que chegou, Natali veio tirar satisfação.

-Onde estava na hora em que devia estar trabalhando?

-Saí no meu horário livre; e não tem nada no meu contrato que me proíba de fazer isso. E mais; quando se trata da minha vida pessoal, não tenho que te dar explicações. Com licença.

Ana subiu as escadas deixando Natali sem palavras, para trás.

...















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