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Enzo Martins

— To morrendo de fome. - Cecília resmungou esperando o almoço chegar.

— Já já eles trazem, amor. - Falei mexendo no celular, vendo as mensagens do grupo da minha turma.

— Vou mandar os valores das passagens no grupo. Espero que a Amanda não desista. - A Cecília falou mandando os prints no nosso grupo.

— Nunca, até parece que o Felipe vai deixar ela desistir. - Falei rindo — É capaz dele ir sem ela.

— Nossa, sim. -Ela disse gargalhando — Ele tá há mais de mês falando nessa viagem.

— O maluco só fala disso na aula, me dá até raiva. - Reclamei.

— Rio de Janeiro vai ficar pequeno pro Felipe. - Ela falou imaginando a viagem — Gosto da animação dele pras coisas.

— Eu detesto. - Contestei — Me irrita.

— O que não te irrita, amor? - Cecília perguntou segurando a risada e eu revirei os olhos.

— Sorte sua que o nosso pedido chegou. - Falei ao ver o garçom vindo na nossa direção.

— Obrigada. - Ela agradeceu simpática quando o garçom colocou o pedido sobre a mesa — Nossa, eu tava desejando comer isso aqui.

— Para com esses negócios de desejo. - Briguei com ela — Depois dessa gravidez da Jade fiquei traumatizado.

    Ela gargalhou negando com a cabeça e eu ri junto.

    Depois de almoçarmos, rodamos o shopping todo atrás das coisas que a Cecília disse que precisava.

   
— Amor, se você comprar algum perfume eu termino com você. - Falei vendo ela indo na direção dos perfumes — 50 perfumes em casa não tá bom não?

— Ai, você é muito sem graça. - Ela reclamou desviando do setor dos perfumes e eu ri.

— Precisa comprar mais o que? - Perguntei segurando quatro sacolas dela.

— Shortinhos. - Falou me puxando pelo braço em direção aos shorts — Acho que vou experimentar esses três.

— Beleza, vou esperar aqui. - Falei procurando algum lugar pra sentar.

— Nada disso, você vai entrar no provador comigo. Quero sua opinião, já que a Amanda não tá falando comigo. - Ela disse indo até o provador e eu fui logo atrás.

— Ser segunda opção é foda. - Lamentei e ela riu.

Entramos em uma cabine e eu sentei naquele quadradinho pequeno que tem dentro do provador.

Ela tirou a calça e pediu pra eu segurar. Puta que pariu, parceiro... Minha namorada é muito gostosa.


— Ficou bom? - Perguntou dando uma voltinha pra eu analisar.

— Tudo fica bom em você, amor. Mas eu acho que tá um pouco curto. - Falei dando mais uma conferida.

— Tem que ser curto mesmo, é praia. - Ela argumentou e eu neguei com a cabeça — Vou experimentar os outros, segura esse pra mim.

Ela experimentou os três shorts e resolveu levar os três. Todos ficaram bonitos, o corpo dela valoriza qualquer roupa.

— Para de ficar com essa cara. - Ela brigou e eu soltei uma risada fraca — Os shorts ficaram ótimos.

— Não falei nada. - Argumentei — Falta comprar o que?

— Acho que nada, compramos tudo. - Falou olhando a listinha que ela fez no celular — Não vai comprar nada pra você, amor? Tem certeza?

— Aham. - Concordei — Já tenho tudo.

— Então ok, vamos tomar sorvete. - Falou pegando no meu braço, entrando na Stonia.

    Ela fez o mesmo pedido de sempre e eu fiquei esperando na mesa.

— Esse sorvete é do tamanho da sua cabeça. - Falei rindo.

— Por isso que é bom, eu amo sorvete. - Falou colocando o sorvete entre a gente — Felipe me falou sobre um festival que vai ter no Rio.

— Caralho, o moleque tá dentro das coisas que rolam até no Rio de Janeiro. - Resmunguei — Ele não tem o que fazer não?

— Amor, para de ser chato. - Ela falou me entregando a colher do sorvete — As vezes parece que você tem 80 anos.

— Na minha mente sim. - Irritei ela, que revirou os olhos — Que festival é esse?

— Vai ter Luan Santana, Hugo e Guilherme e o Embaixador. - Ela falou animada.

— Se for caro não vou comprar o ingresso. - Reclamei.

— Eu já comprei nossos ingressos no seu cartão. - Ela falou na maior naturalidade e eu quase engasguei com o sorvete.

— Desde quando você tem os dados do meu cartão, Cecília? - Perguntei cruzando os braços.

— Desde quando você me entregou pra pedirmos as pizzas na casa da Amanda. - Ela falou tranquila, comendo o sorvete.

— Então é por isso que eu tava vendo umas compras esquisitas na minha fatura. - Falei com os olhos estreitos — O que é Farm? Vi duas vezes esse nome na fatura e não entendi.

— Farmácia, amor. - Falou desviando o olhar, segurando a risada.

— 1200,00 reais na farmácia, Cecília? - Perguntei sabendo que ela tava mentindo.

— Ah, amor. Eu precisava de umas roupinhas. - Falou sorrindo e eu ri sem acreditar.

— Você que vai pagar esse sorvete. - Falei e ela riu concordando.

Depois do sorvete fomos embora. Como foi de última hora, cada um tava com o seu carro.

    Fui pra casa e passei o resto do dia com a Lara no parquinho.

Aquela PessoaOnde histórias criam vida. Descubra agora