Cecília Albuquerque
3 anos depois
— Amooor. - Chamei o Enzo.
— Oi, amor. - Ele respondeu se aproximando — Que cara é essa?
— Tenho novidades. - Falei puxando ele.
— Quais? - Perguntou me dando selinhos, deitando em cima de mim.
— Adivinha. - Falei animada igual criança.
— Não faço ideia, amor. - Ele sentou do meu lado.
— Fui selecionada no estágio. - Falei empolgada e ele sorriu.
— Eu sabia que você ia conseguir a vaga, amor. - Ele comemorou me abraçando — Você é foda, te amo muito.
— Te amo mais. - Falei segurando o rosto dele, dando um selinho demorado — To muito animada, juro.
— Quando começa? - Perguntou deitando na cama.
— Daqui três dias. - Respondi deitando em cima do braço dele.
— Nossa, acabei de lembrar que daqui três dias as aulas vão voltar. - Ele falou se lamentando e eu gargalhei.
— Nem vem reclamar porque é o seu último ano. - Falei triste e ele concordou com a cabeça — Agora to chateada porque ano que vem não vou ter você comigo todo dia na faculdade.
— Me valoriza esse ano então. - Ele brincou e eu bati nele, que começou a rir.
— Como tá sendo trabalhar com seu pai? - Mudei de assunto.
— Tá sendo tranquilo. - Ele respondeu sincero — O cara realmente é bom no que faz.
— Não é atoa que meu sogro é o cirurgião dentista mais famoso desse País. - Falei toda orgulhosa e o Enzo riu concordando.
— É... vendo ele fazer aquelas cirurgias absurdas só reforça o quanto essa fama dele não é atoa. - O Enzo falou fazendo carinho nas minhas costas.
— E o Felipe e a Amanda? Será que tão mais de boa? - Perguntei pensativa.
— Com certeza devem tá. - Enzo respondeu tranquilo — Felipe não aguenta meia hora brigado com a Amanda.
— É, tomara mesmo. - Falei olhando pra ele, que retribuiu o olhar.
— Foi só uma discussão, amor. Não foi uma briga feia. - Ele falou passando o dedo na minha bochecha.
— Eu não soube nem o que dizer quando a Amanda contou que os dois discutiram. - Fui sincera — Normalmente quem briga é a gente.
— Isso é verdade. - Concordou — Ainda bem que a gente tá deixando esse papel pra eles, detesto brigar com você.
— Ainda bem que estamos bem. - Falei beijando ele.
Meu celular começou a vibrar notificando umas cinco mensagens.
Só os puros 🍻
Felipe: E aí porra 21h14
Felipe: Onde é amanhã?
Amandinha 💜: Mds vida 21h15
Amandinha 💜: Saímos ontem
Felipe: Tem que aproveitar os últimos dias de férias amor
Felipe: Último ano meu e do Enzo 😁
Amandinha 💜: 🤔
— Olha aqui. - Mostrei as mensagens pro Enzo — Eu toda preocupada achando que os dois tavam brigados.
— Eu te falei, amor. Os dois não aguentam uma hora sem se falar. - O Enzo falou negando com a cabeça.
— Quero ir no cinema, faz tempo que a gente não vai. - Falei pensando sobre.
— Verdade, acho que a última vez que fomos nem namorávamos ainda. - Ele falou concentrado escolhendo uma série na tv.
— Eu lembro, foi a primeira vez que você me chamou de amor. - Falei sorrindo e ele me olhou com cara de tédio.
— Mentira, eu só fui te chamar de amor depois que começamos a namorar. - Ele teimou comigo.
— Nada disso. Você tinha dormido no meio do filme, quando fui te acordar pra irmos embora você falou "já, amor?" - Argumentei.
— Não lembro disso. - Continuou teimando — Se eu não lembro, eu não fiz.
— Chato demais, que isso. - Falei negando com a cabeça e ele me abraçou apertado — Vou mandar no grupo minha ideia sobre o cinema.
— Felipe vai amar, pô. - Enzo ironizou e eu ri sabendo que o Felipe vai odiar.
— Problema dele, quem manda somos nós mulheres. - Falei digitando no grupo.
Obviamente Felipe quis ir contra, falando que era rolê chato.
Mas o que importa é que eu e a Amanda decidimos ir, então os dois tem obrigação de fazer o que queremos.
— Nem dei um beijo de boa noite na Lara hoje. - Falei fazendo bico e o Enzo riu.
— Pode dar em mim. - Ele falou todo sem vergonha e eu gargalhei.
— Você não é ela. - Brinquei e ele negou com a cabeça.
— Perdi a irmã e a namorada mesmo. - Ele falou se fazendo e eu beijei o rosto dele todo.
— Falando em irmã, será que o Guilherme tá melhor? - Pensei alto.
— Por quê? O que aconteceu? - Enzo perguntou me olhando atento.
— Amanda comentou que depois do que rolou com a Jade, ele ficou diferente. - Expliquei.
— Ah, mas isso era meio óbvio. Imagina o quanto a mente dele ficou ferrada depois de descobrir o que aquela maluca aprontou pra cima dele. - Enzo foi sincero.
— Pois é, agora vou ter que voltar a conviver com a maluca quando as aulas voltarem. - Falei entediada.
— Já tentou trocar de sala, amor? - Ele perguntou colocando meu cabelo atrás da orelha.
— Já, amor. Mas negaram minha transferência. - Falei revirando os olhos, me jogando pro lado.
— Sabe o que me deixa mais confuso? - Ele pensou alto — O fato da gente até hoje não saber o motivo dela ter inventado aquela gravidez.
— Eu não faço ideia do porquê. - Pensei sobre — E pra ser sincera, não saber o motivo me assusta. Faz três anos desde que descobrimos e ela nunca deu explicação.
— Ninguém em sã consciência apronta aquilo do nada. - O Enzo falou e eu concordei.
— Ah, chega de pensar naquela garota. - Falei me cobrindo — Deixa só ela ser doida.
— Tem razão. - Falou se cobrindo também, abraçando minha cintura.
— Me dá o controle, minha vez de escolher o que vamos assistir. - Falei estendendo minha mão.
— Nada disso, Cecília. Tu escolheu ontem. - Teimou.
— Para de mentir, Enzo. - Teimei também — Ontem você que escolheu aquele filme de tiros.
— Tá, só porque sou um bom namorado. - Ele falou cedendo o controle e eu forcei um sorriso.
— Quem vê pensa. - Brinquei e ele mordeu meu ombro, me fazendo gargalhar.

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Aquela Pessoa
Teen FictionEm um dia comum no estacionamento da faculdade, um acidente inusitado une os caminhos de duas pessoas que, até então, eram completos estranhos. O impacto do encontro vai muito além dos carros amassados: suas vidas começam a se entrelaçar de maneira...