Enzo Martins
Já tinha acabado os shows das atrações da noite e entrou um Dj colocando vários tipos de músicas animadas.
A Amanda tava muito bêbada, o irmão dela já tava ficando puto por ver ela assim.
O Felipe sumiu do show, mandei mensagem pra ele há duas horas e nada desse viado me responder.
Cecília tava de boa até, não bebeu muito mas já tava ficando animada descendo até o chão com a Amanda.
"Não foi o coração que amoleceu
Ela jogou, sarrou, desceu
Minha pica endureceu
Bateu saudade
Não 'tava nos seus plano' e nem nos meus
De repente, aconteceu
Aí fodeu"— Isso não vai dar certo. - Falei agoniado passando a mão no rosto vendo as duas dançando e a Cecília tomando cuidado pra Amanda não cair.
— Caralho, já to ficando puto com o estado da Amanda. - O irmão dela falou — Depois vai sobrar pra mim se minha mãe ver ela assim.
— Eu vou ver se consigo convencer a Cecília a ir embora e com certeza a Amanda vai querer ir também. - Falei e o Guilherme concordou.
— Bora? - Me aproximei da Cecília — Eu te deixo em casa.
— Só vou porque meus pés tão pedindo socorro. - Ela disse fazendo careta e eu ri.
— E também porque acabou de dar 2h da manhã, né? - Perguntei irônico e ela riu.
Nos despedimos da Amanda e do irmão dela, ouvi os dois discutindo se iam embora ou não depois que saímos, e seguimos pro carro.
— Ai, como é bom descansar os pézinhos. - A Cecília falou tirando o salto depois de ter entrado no carro.
— Não sei porque não veio de tênis. - Falei negando com a cabeça enquanto manobrava o carro — Tá igual naquele dia na festa que o Felipe fez.
— É porque com o salto o look fica mais bonito. - Argumentou — Você não entenderia.
— Não mesmo. - Respondi rindo.
— Conseguiu falar com o Felipe? - Perguntou e eu neguei com a cabeça — To preocupada com ele.
— Pior que eu também, pô. - Falei concentrado no volante — Vê aí se ele respondeu alguma mensagem minha. - Pedi e ela pegou meu celular.
— Qual a senha? - Perguntou.
— 0706 - Respondi.
— Nada, não respondeu nenhuma. - Falou com o celular aberto na conversa — Vou ligar pra ele pelo seu celular. - Discou o número dele colocando no viva voz, que atendeu no terceiro toque.
— Caralho, maluco. Aonde tu tá que sumiu do nada e não responde a porra das minhas mensagens? - Perguntei puto enquanto a Cecília segurava o celular próximo a mim.
— Eu to no mundo, parceiro. - Falou bêbado com a voz toda embolada e eu olhei rapidamente pra Cecília negando com a cabeça.
— Em que parte do mundo, seu otario? - Perguntei e a Cecília riu baixinho — O mundo é muito grande.
— To numa festinha aqui, pô. Uma mina da faculdade tava no show e me chamou pra colar com ela aqui. - Respondeu basicamente gritando por estar muito alto o barulho de onde ele estava.
— E o seu carro, Felipe? - Cecília perguntou preocupada e eu me liguei na hora que ele deixou o carro no show.
— Tá lá, loira. Eu vim de carona com a mina lá. - Respondeu e eu bufei de ódio encostando o carro em uns comércios locais por onde eu tava passando no momento.
— Porra, moleque. Já to ficando com ódio de você, só faz merda, caralho. - Falei puto com ele — Me manda a localização de onde tu tá pelo menos.
— Tá, vou ver se consigo. - Respondeu desligando antes de eu xingar ele.
— E agora? - Cecília perguntou.
— Agora eu vou ter que buscar essa porra desse menino nessa maldita festa e depois buscar o carro dele lá no show. - Respondi e a Cecília passou a mão no rosto — Vou só te deixar em casa e depois vou atrás dele. - Falei ligando o carro e ela discordou.
— Não, não vou te deixar sozinho nessa não. Vou com você. - Falou e eu neguei falando que não precisava — Eu vou e ponto final, me dá aí seu celular pra eu ir te guiando pela localização que o Felipe mandou.
Como ela insistiu não falei nada e entreguei o celular pra ela, que já foi me falando por onde eu tinha que ir.
[...]
— Caralho, mano. O Felipe só se enfia em buraco, parceiro. - Falei puto descendo do carro depois de 30 minutos pra chegar na localização dele.
— Só tem gente estranha aí. - A Cecília falou apontando pra um grupinho estranho que tava no lado de fora da casa onde acontecia a festa.
— Vem. - Peguei na mão dela e entramos na casa procurando o Felipe.
Assim que pisamos lá dentro, um monte de otario começou a babar e assobiar pra Cecília, me fazendo morrer de ódio por dentro e fechar ainda mais a minha cara.
Liguei pro Felipe e nada dele atender, me fazendo ficar ainda mais puto do que eu já tava.

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Aquela Pessoa
Teen FictionEm um dia comum no estacionamento da faculdade, um acidente inusitado une os caminhos de duas pessoas que, até então, eram completos estranhos. O impacto do encontro vai muito além dos carros amassados: suas vidas começam a se entrelaçar de maneira...