4-Um encontro em Gringotes

392 57 41
                                    

- Sente-se, Harry - começou Fudge, indicando a poltrona junto à lareira.

Harry obedeceu, sentindo arrepios percorrerem seus braços apesar da lareira acesa. Fudge despiu a capa de risca de giz, atirou-a a um lado, depois suspendeu as calças do seu terno verde-garrafa e se sentou em frente a Harry.

- Eu sou Cornélio Fudge, Harry. Ministro da Magia.

Harry já sabia disso, é claro; vira Fudge antes, mas como estava usando a Capa da Invisibilidade do pai na ocasião, Fudge não devia saber disso. Todavia, essa era a primeira vez que Harry realmente conversaria com o homem, e sabia que isso era de extrema importância.

Por mais que não entendesse muito ainda da política da Grã-Betanha bruxa (mais um assunto a se colocar na lista de coisas que o garoto gostaria de estudar), Harry sabia o suficiente da política trouxa pelo que vira na TV para saber que encontrar o líder da sua Nação é algo no mínimo foda.

Deixar uma boa impressão era necessário.

Olhando para as suas roupas trouxas amassadas e sujas depois de ter caído na calçada ao fugir de casa, além de uma viagem nada aconchegante Nôitibus Andante... Harry quase suspirou pesaroso e tímido.

Enquanto isso, Tom, o dono do bar-hospedaria reapareceu, com um avental por cima do camisão de dormir, trazendo uma bandeja com chá e pãezinhos de minuto. Pousou a bandeja entre Fudge e Harry e saiu, fechando a porta ao passar.

- Muito bem, Harry - disse Fudge, servindo o chá -, não me importo de confessar que você nos deixou preocupadíssimos. Fugir da casa dos seus tios desse jeito! Eu já tinha até começado a pensar... Mas você está são e salvo, e isto é o que importa.

Wow! Realmente existia pessoas que se preocupavam com ele? Porque tipo... Harry viveu 12 anos naquela casa sendo maltratado e ninguém se importou em ir ver como ele estava. Só os perigos de fora que importam para o governo bruxo?

Quantos outros nascidos trouxas ou órfãos como ele não estavam também sendo negligenciados pelos órgãos competentes bruxos?!

Alheio a esses pensamentos de Harry, Fudge passou manteiga em um pãozinho e empurrou o prato para o garoto.

- Coma, Harry, sua cara é de quem não está se aguentando em pé. Agora... Você poderia me dizer o que aconteceu na sua casa com sua parenta?

Harry congelou por um instante olhando confuso e um pouco receoso para o ministro.

Quer dizer que ele ainda não sabia dos por menores? Não registraram o uso de magia do Harry? Será que usar Dobby foi então o suficiente para não registrarem sua magia meio descontrolada?

- Horas Harry, quando magia é usada contra trouxas os sensores no ministério disparam. Mas o engraçado é que não conseguimos registrar sua assinatura mágica... Então me diga garoto, o que aconteceu?

- Eu... eu não sei senhor. Acho que foi magia acidental. Eu só... fiquei com tanta raiva... me desculpa mesmo - Harry resmungou olhando para baixo e remexendo as mãos como se sentisse culpado.

Obviamente era uma farsa, ele só não queria ser expulso de Hogwarts.

- Oh! Magia acidental? Nenhum outro bruxo estava envolvido? - Fudge perguntou parecendo verdadeiramente confuso.

- Não senhor. Não sei por que não perceberam o que fiz, já que ano passado quando usei magia fora de Hogwarts fui notificado por isso... Mas só posso supor que foi um erro, pois foi só isso que aconteceu. Eu sinto muito mesmo...

O silêncio que se seguiu foi tal que apenas o barulho de madeira estalando no fogo era captado. Harry torcendo para que o ministro caísse em seu jogo, enquanto Fudge tentava assimilar a história mesmo que confuso por não terem captado a magia de Potter, como deveria ser.

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora