2- A recompensa de Dobby

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Quando Harry, Rony, Gina e Lockhart surgiram à porta, cobertos de sujeira e limo, e no caso de Harry, sangue, houve um silêncio momentâneo. Em seguida ouviu-se um grito. 

– Gina! 

Era a Sra. Weasley, que estivera sentada chorando, diante da lareira. Ela se levantou num salto, seguida de perto pelo Sr. Weasley, e os dois se atiraram à filha. 

Harry, no entanto, olhou mais além. O Prof. Dumbledore estava parado junto ao console da lareira, sorrindo (não que Harry achasse que a situação fosse adequada para sorrir tão calmo, a não ser que você seja um pouco louco), ao lado da Professora McGonagall, que inspirou várias vezes, as mãos no peito. 

Fawkes, seu pássaro favorito no mundo, passou voando pela orelha de Harry e pousou no ombro de Dumbledore, na mesma hora em que Harry e Rony se viram envolvidos pelo abraço apertado da Sra. Weasley. 

– Você salvou minha filha! Você a salvou! Como foi que você fez isso? 

– Acho que todos nós gostaríamos de saber – disse a Professora McGonagall com a voz fraca. 

A Sra. Weasley soltou Harry, que hesitou um instante, caminhou até a escrivaninha e depositou em cima dela o Chapéu Seletor, a espada cravejada de rubis e o que sobrara do diário de Riddle. 

Assim como o próprio chapéu o instruiu a fazer momentos atrás. 

Quando ainda estavam na câmara. 

Depois de destruir o diário e Riddle desaparecer, Gina começou a acordar na câmara, confusa e muito fraca para sequer se sentar. Harry, como um bom amigo, quis logo ir até a ruiva e averiguar seu estado, mas algo dentro de si o parou e o fez mudar de ideia, se virando assim para o chapéu e os dois misteriosos instrumentos que saíram dele. 

Não o entendam mal, Harry se sentia exausto, dolorido, confuso e ainda com medo da carcaça gigantesca do monstro, todavia, a curiosidade dentro de si o fez caminhar até os trapos velhos mais bem quistos de Hogwarts e voltar a colocá-lo em sua cabeça. 

"Ah, meu jovem rapaz Potter. Acho que deve ter perguntas" - O chapéu tratou a dizer, ou pensar... não sei. 

- Sim... eu as tenho. Por que você veio? Quem te enviou? E o que é aquelas merdas que...

"Olha a boca" - O chapéu o interrompeu divertido parecendo muito um tio velho que faz piada do pavê ou pra comer.  

Harry não estava no mesmo humor tranquilo e descontraído como ele. Na verdade, ele ainda tremia ligeiramente e teve que respirar fundo antes de acalmar os ânimos o suficiente para voltar a perguntar, mesmo que tal ato não fosse necessário já que o chapéu rompeu o silêncio respondendo: 

"Jovem Potter, Hogwarts tem muitos mistérios, e creio eu que você acabou de trombar com mais um deles. Está curioso sobre esses instrumentos que retirou de mim? Pois bem, digo-lhe que são relíquias, legados dos fundadores de Hogwarts, criações dos mesmos que serviram em sua época, e foram confiados a mim para que servissem também no presente."

- Servir pra que? - Harry perguntou infantil e impressionado olhando para o bracelete e a espada em suas mãos. 

"Proteção para os dignos de sangue, coração e magia. Para aqueles que confiassem em Hogwarts e lutassem para defender seu legado. Pessoas como você Harry."

- Eu... eu só queria salvar a Gina - O moreno murmurou assustado voltando seu olhar para a figura ruiva que ainda recobrava a consciência mais distante, ainda chorosa no chão recobrando o movimento dos membros aos poucos.

"E é essa sua humildade que torna tudo mais incrível garoto. Confie quando digo que esses objetos não aparecem para qualquer um, na verdade, a última vez que um aluno colocou as mãos em uma das relíquias faz mais de 200 anos... Sendo que a garota na época apenas carregou a espada em sua mão, a relíquia de Godric Gryffindor."

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora