14- Invasão, voo e predição

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A festa da Grifinória pela vitória no jogo só terminou quando a Professora Minerva apareceu vestida com o seu robe de tecido escocês e os cabelos presos numa rede, à uma hora da manhã, para insistir que todos fossem se deitar. 

Harry e Rony subiram as escadas para o dormitório, ainda discutindo a partida. A adrenalina ainda se fazendo presente e mascarando qualquer cansaço da semana que o grifinório mais atarefado de Hogwarts pudesse estar sentido. 

Por fim, exausto, Harry se enfiou na cama, ajeitou o cortinado de sua cama para esconder um raio de luar, se deitou de costas e sentiu que adormecia quase instantaneamente... Teve um sonho muito estranho. 

Estava andando por uma floresta, a Firebolt ao ombro, seguindo uma coisa branco-prateada. Ela avançava entre as árvores e Harry só conseguia avistá-la entre a folhagem. Ansioso para alcançá-la, apressou o passo, mas ao fazer isso, a coisa que ele perseguia acelerou também. Harry começou a correr e, à frente dele, ouviu cascos que ganhavam velocidade. Agora ele estava correndo desabalado e, à frente, ouvia a grunir. Então ele fez uma curva para dentro de uma clareira e... 

— AAAAAAAAAAAIIIIIIIIIII! NAAAAAAAAÃO! 

Harry acordou subitamente como se alguém o tivesse esbofeteado. Desorientado na escuridão total agarrou as cortinas ouvia movimentos a sua volta e a voz de Simas Finnigan do outro lado do quarto: 

— Que é que está acontecendo? Harry achou ter ouvido a porta do dormitório bater. Finalmente, encontrando a abertura das cortinas, puxou-as para um lado com violência enquanto sacava a varinha, na mesma hora, Dino Thomas acendeu o abajur. 

Rony estava sentado na cama, as cortinas rasgadas dos dois lados, uma expressão de absoluto terror no rosto. 

— Black! Sirius Black! Com uma faca! 

— Que! 

— Aqui! Agorinha mesmo! Cortou as cortinas! Me acordou! 

— Você tem certeza de que não sonhou, Rony? — perguntou Dino. 

Mas Harry já não dava ouvidos ao amigo, estava de pé revistando o dormitório. Não sabia ao certo o que procurar: um cão? Um rato? Um homem meio insano? Mesmo assim toda a sua bravura e instintos o fez nem ao menos titubear pelo sono. 

— Olha só as cortinas! Estou dizendo, ele esteve aqui! 

Todos os outros garotos saltaram das camas; Harry alcançou a porta do dormitório primeiro que os outros e desceu correndo as escadas. Portas se abriram às suas costas e vozes cheias de sono chamaram. 

— Quem gritou? 

— Que é que vocês estão fazendo? 

A sala comunal estava iluminada com o brilho das chamas que se extinguiam na lareira, ainda atulhada com os restos da festa. Estava deserta. 

— Você tem certeza de que não estava dormindo, Rony? — Neville perguntou nervoso, se encolhendo em volta de si mesmo. 

— Estou dizendo que vi Black! 

Harry continuava alerta e em silêncio, olhando tudo ao redor. 

— Que barulheira é essa? 

— A Professora McGonagall nos mandou para a cama! 

Algumas garotas tinham descido, vestindo os robes e bocejando. Os garotos também foram reaparecendo, incluindo os gêmeos que se aproximaram de Harry, notando o quão tenso ele estava. 

— Que ótimo, vamos continuar? — perguntou Fred Weasley animado, ao mesmo tempo que cortando o clima. 

— Todos de volta para cima! — falou Percy, que entrou correndo na sala comunal prendendo o distintivo de monitor-chefe no pijama enquanto falava. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora