19- Tratado de paz

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Harry espiou para as bandas do lago, seu coração produzindo uma espécie de batuque no seu peito... Quem quer que tivesse mandado o Patrono iria aparecer a qualquer momento... 

 Por uma fração de segundo ele parou, indeciso, diante da porta da cabana. "Você não pode ser visto". Mas ele não queria ser visto. Queria ver... Tinha que saber... 

Não tinha sido fácil despistar do Lobisomem, e os gritos de Malfoy ainda ecoavam na sua mente. Sério, Harry achava que o loiro poderia ter sido uma banshee em outra vida ou algo assim de tanto que ele gritava... E Bicuço teve que espantar Lupin, mas no final tinha dado certo, e bem a tempo de Harry correr para presenciar aquilo que o havia deixado curioso desde a primeira vez que viveu. 

 E lá estavam os dementadores. Emergiam da noite, vindos de todas as direções, deslizando pela orla do lago... Eram em maior quantidade do que Harry se lembrava da primeira vez que viveu a cena, e certamente estava sendo assustador ver tudo em terceira pessoa.

Estavam se distanciando do ponto em que Harry se encontrava, em direção à margem oposta... pra onde o outro Harry estava...

Era confuso. 

O atual ele não teria que se aproximar deles... Harry começou a correr. Não tinha outro pensamento na cabeça senão o pai... Se fosse ele... Se fosse realmente ele... Harry precisava saber, precisava descobrir... 

 O lago estava cada vez mais próximo, Malfoy vindo atrás a passos lentos e reclamando. Não que Harry estivesse dando atenção ao loiro, sua atenção estava toda na cena a sua frente. 

Mas não havia sinal de ninguém. 

 Na margem oposta, Harry vislumbrou formas prateadas, suas próprias tentativas de produzir um Patrono realmente potente... 

 Havia uma moita bem na beirinha da água. Harry se atirou atrás dela, e espiou desesperado entre as folhas. Na margem oposta, os reflexos prateados de repente se extinguiram. Uma mescla de terror e excitação percorreu seu corpo, a qualquer momento agora... 

 — Vamos! — murmurou, olhando com atenção para os lados. — Onde é que você está! Papai, anda... 

 Mas não veio ninguém. Eram apenas ele, Draco e Bicuço.

Harry ergueu a cabeça para olhar o círculo de dementadores do outro lado do lago. Um deles estava despindo o capuz. Estava na hora do salvador aparecer, mas ninguém ia aparecer para ajudar desta vez... E então a explicação lhe ocorreu, ele compreendeu. 

Não vira o pai vira a si mesmo...

— Finalmente percebeu seu cabeça rachada suicida e poderoso?! Era você, sempre foi você! — Malfoy falou nada feliz por estar ao lado de dementadores de novo, mas estranhamente se sentindo seguro ao encarar aqueles orbes verdes.

Harry não conseguiu refrear o sorriso, muito menos a piadinha: 

— Me acha poderoso é?!

Todavia, o garoto não esperou a resposta, e muito menos pode observar o quanto que aquilo fez Draco corar. Isso porque no momento seguinte Harry se precipitou para fora da moita e puxou a varinha. 

 — EXPECTO PATRONUM! — berrou.

E da ponta de sua varinha irrompeu, não uma nuvem disforme, mas um animal prateado, deslumbrante, ofuscante.

O seu Dragão Electrum o fazendo lembrar de meses atrás, logo após o desastroso jogo de quadribol onde aquelas criaturas o importunaram, quando foi para a biblioteca pesquisar sobre ele. 

"— Aqui Harry, achei! — Hermione exclamou feliz com um livro velho e escamoso nas mãos — Você não estava achando pois é um dragão considerado instinto, então Newt Scamander não se deu ao trabalho de pesquisar sobre essa espécie. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora