28- O torneio Tribruxo

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A essa altura, Harry já estava se acostumando a embarcar na plataforma 9 e ½. Era apenas uma questão de rumar diretamente para a barreira, aparentemente sólida, que dividia as plataformas nove e dez. A única parte difícil era fazer isso discretamente de modo a não chamar a atenção dos trouxas. 

Harry estava sozinho quando fez esse trajeto dessa vez, o que facilitou ser discreto, ao ponto que logo sentiu a singela sensação de passar pela barreira mágica sem empecilhos. E, ao fazer isso, a plataforma 9 e ½ se materializou diante dele. 

Apesar de ainda faltar meia hora para a partida, o Expresso de Hogwarts, uma reluzente locomotiva vermelha, já estava aguardando, soltando nuvens repolhudas de fumaça, através da plataforma que logo mais estaria lotada de famílias, bruxos, malas e animais. Uma euforia misturada com despedida que Harry nunca teria realmente. 

Bom, não com seus próprios pais. 

Mas, tudo estava bem. Agora o garoto tinha duas pessoas em sua vida que eram quase que como isso para ele. 

Sirius e Remus. 

Voltando um pouco, depois do seu depoimento no Ministério o Sr. Weasley já estava para o encurralar e começar a fazer perguntas quando Harry acusou estar passando mau e que precisava ir no banheiro. Foi estranho chamar Dobby do lado de um vaso sanitário, e Harry certamente sentia muito por deixar o Sr. Weasley preocupado... mas isso era melhor que a outra alternativa. 

Harry amava A'Toca, mas lá não era seu lar, não como o Castelo Potter. E se Harry fosse com o Sr. Weasley, a chance dele voltar para casa e acalmar seu padrinho eram bem pequenas, além de que o garoto precisava de um tempo pra si sem as diversas perguntas que seus amigos e o Sr. e Senhora Weasley fariam...

Talvez ele estivesse sendo covarde de adiar aquilo? Talvez, mas naquela manhã Harry estava de saco cheio, cansado e dolorido. Já bastava ter que lidar com Sirius quando chegasse, mais empecilhos entre ele e sua cama seriam inaceitáveis. 

Deste modo, Harry voltou para o Castelo e passou o café da manhã relatando para Moony e Padfoot tudo o que rolou. Dizer que os homens estavam preocupados era um eufemismo, mas logo se convenceram que Harry estava seguro agora, e o que estava feito estava feito. 

E isso se concretizou minutos depois quando o Profeta diário chegou com a manchete: 

"Menino que sobreviveu admite ser Lord Gryffindor. Descubra mais como que o ataque de comensais da morte na Copa Mundial de Quadribol acabou revelando um verdadeiro herói de linhagem pura e mágica, Harry Potter o novo senhorio da casa Gryffindor."

Só de ler isso Harry soltou um muxoxo descontente e decidiu ir dormir antes mesmo de ler o resto da matéria que cobria toda a primeira e segunda página do jornal. 

O resto de suas férias se passou de muito treinamento e responder correspondências. Sirius vivia implicando com Harry sobre ele estar usando mais cartas do que palavras para se comunicar, mas era uma realidade inevitável quando se tinha um mundo bruxo inteiro curioso sobre você. 

Os Weasleys mandavam cartas quase todos os dias inconformados e preocupados sobre o seu paradeiro. Harry disse que precisava ficar sozinho e longe do mundo bruxo, e por isso tinha decidido voltar para os seus tios trouxas. 

Só de pensar essa realidade o grifinório tinha arrepios, mas era uma explicação melhor do que a verdade. 

Mesmo assim, eles estavam curiosos o suficiente para mandarem "cartas inocentes" todos os dias com desculpas esfarrapadas como perguntando se ele precisava de ajuda para comprar o material escolar. Mas a verdade era nítida: Eles estavam conferindo se Harry estava bem enquanto tentava mostrar que se importam com ele o suficiente para o convencer ir até eles lhe dar respostas. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora