33- Os quatro campeões

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— Muito bem, agora temos os nossos três campeões. Estou certo de que posso contar com todos, inclusive com os demais alunos de Beauxbatons e Durmstrang, para oferecer aos nossos campeões todo o apoio que puderem, torcendo pelo seus campeões, vocês contribuirão de maneira muito real... 

 Mas Dumbledore parou inesperadamente de falar, e tornou-se óbvio para todos o que o distraíra. O fogo no Cálice acabara de se avermelhar outra vez. Expeliu faíscas. Uma longa chama elevou-se subitamente no ar e ergueu mais um pedaço de pergaminho. 

Todavia, aquilo não fazia sentido. 

Já era noite de Haloowen e Harry estava orgulhoso por nada trágico ter acontecido naquele ano. Uma parte dele estava pensando em ir visitar o túmulo dos pais, contudo esse pensamento não foi concretizado durante todo o dia devido ao medo. 

Não medo de sair de Hogwarts escondido, ou medo de não achar o lugar. Apenas medo de ver os túmulos e desmoronar, ou pior, não sentir nada. Claro que Harry sentia falta dos pais, mas era mais como um luto pelo que poderia ter sido do que realmente por James e Lily. 

Harry nunca os havia conhecido, e por mais estranho que fosse, perder alguém que nunca teve não é tão doloroso como perder alguém que conheceu. Mesmo assim, eles seriam seus pais, o criacriam, e as coisas poderiam ter sido diferente... e é por isso que Harry lamenta. 

De qualquer modo, ainda não se sentia corajoso o suficiente para ir até lá e descobrir o que sentiria. Talvez um dia. Mas, por enquanto, ele passou um dia monótolo e meio ansioso como todos os alunos, esperando finalmente a escolha do Cálice de Fogo. 

E o instrumento havia feito sua escolha. Cedrico Diggory, Vítor Krum e Fleur Delacour. Três escolas, três alunos, mas então por que...?

Com um gesto aparentemente automático, Dumbledore estendeu a mão e apanhou o pergaminho curioso que havia saltado do Cálice. Ergueu-o e seus olhos se arregalaram para o nome que viu escrito.

 Houve uma longa pausa, durante a qual o bruxo mirou o pergaminho em suas mãos e todos no salão fixaram o olhar em Dumbledore. Ele pigarreou e leu... 

 — Harry Potter!

Harry ficou sentado ali, consciente de que cada cabeça no Salão Principal se virara para ele, procurando-o incrédulos e sedentos para captar sua reação. Mas Harry só conseguia sentia-se atordoado. Entorpecido. Sem dúvida estava sonhando. Não ouvira direito. Não houve aplausos. Um zunido, como o de abelhas enraivecidas, começou a encher o salão, alguns estudantes ficaram em pé para ter uma visão melhor de Harry, sentado ali, imóvel, em sua cadeira. 

 Na mesa principal, a Professora Minerva se levantara e passara por Ludo Bagman e pelo Professor Karkaroff para cochichar urgentemente com o Professor Dumbledore, que inclinara a cabeça para ela, franzindo ligeiramente a testa. Harry se virou para Rony e Hermione, mais além, viu toda a longa mesa da Grifinória observando-o, boquiaberta.

Em sua mente Harry já sabia que isso tinha ferrado com tudo. Sua ideia de passar despercebido aquele ano, de parecer inofensivo e desajustado... 

Tudo porque, mesmo não tendo colocado o seu nome, agora ele era um campeão e teria que lutar para sobreviver, para competir... 

"Merda, é essa maldita data. Tudo de ruim ocorre dia 31 de Outro, é meu carma próprio!"

 — Eu não inscrevi meu nome — disse Harry sem saber o que dizer. — Vocês sabem que não. 

Harry quase que implorava para eles acreditarem, mas os dois apenas olharam para ele também, sem saber o que responder, concretizando o que o pequeno lord já esperava.

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora