Harry Potter e o Lord Slytherin / Drarry

16- Marotos

Era Sirius Black. 

 — Expelliarmus! — disse com voz rouca, apontando a varinha de Rony para os garotos. 

Todavia, o bracelete de Salazar Slytherin agiu mais rápido formando um escudo em volta de Harry, o protegendo do feitiço para espanto de todos e fazendo com que só a varinha de Hermione saísse voando em direção ao bruxo enferrujado. 

— Como...? — Black questionou rouco olhando para Harry ainda com a varinha. 

Hermione estava assustada de mais para perguntar, apesar de ser algo que ela provavelmente faria também na visão de Harry. 

— Eu estava sendo ameaçado por você o ano todo, não acha que eu estudaria bastante até aprender feitiços não verbais e ter reflexos bons para me defender? — Harry falou indignado inventando uma desculpa. 

Sirius Black apenas abriu um sorriso, apesar de parecer uma careta devido à sua atual aparência. Sério, seus dentes precisavam urgentes de uma limpeza... 

— Bom, bom. Lily estaria orgulhosa — O louco resmungou para si mesmo antes de encarar Harry de novo e dizer: — Achei que você viria ajudar seu amigo. — A voz dava a impressão de que havia muito tempo ele perdera o hábito de usá-la. — Seu pai teria feito o mesmo por mim. Foi muita coragem não correr à procura de um professor. Fico agradecido... Vai tornar as coisas muito mais fáceis... 

 A referência sarcástica ao seu pai e mãe ecoou nos ouvidos de Harry como se Black a tivesse gritado. A incerteza se deveria ter raiva de Black ou não o deixava nervoso. Se o cara fosse mesmo o responsável pela morte dos seus pais, iria perder a língua por falar deles com tanta leviandade. Mas agora se a realidade fosse outra...

Harry estava cansado, confuso e dolorido do Salgueiro. Mesmo assim mantinha sua varinha apontada para Black na mesma proporção que ele mantinha as varinhas de Hermione e Rony em suas mãos esqueléticas. 

— Se você quiser matar Harry, terá que nos matar também! — disse Rony impetuosamente, embora o esforço de ficar de pé tivesse acentuado sua palidez e ele oscilasse um pouco ao falar. 

 Alguma coisa brilhou nos olhos sombrios de Black. 

 — Deite-se — disse brandamente a Rony. — Você vai piorar a fratura nessa perna. 

 — Você me ouviu? — disse Rony com a voz fraca, embora se apoiasse dolorosamente em Harry para se manter de pé. — Você vai ter que matar os três! 

Uma parte de Harry estava orgulhosa do seu amigo. A lealdade de Rony novamente estava a tona, fazendo Harry se questionar de novo se devia ou não incluir seus amigos em sua vida louca. Guardar segredos era cansativo... Mas não era hora de refletir sobre isso. 

 — Só vai haver uma morte aqui hoje à noite — disse Black, e seu sorriso se alargou. 

 — Por quê? — perguntou Harry com uma calma sombria, tentando se desvencilhar de Rony e Hermione. 

Se um duelo acontecesse ele era o mais equipado para isso, mas precisaria de agilidade e ficar longe dos amigos para eles não se ferirem. 

— Por que o que? — Black rosnou. 

— Por que apenas uma morte essa noite? Um assassino experiente e sem coração como te acusam de ser mataria a mim e as testemunhas. Ninguém para correr e chamar as autoridades... seria o sábio a fazer. 

 — Harry! — choramingou Hermione. — Fica quieto! 

— A não ser que não queira matar a mim... E nesse caso terei que saber os motivos ainda mais. — Harry continuou ignorando Hermione.