26- A marca negra e os duelos da noite

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 Logo eles foram engolfados pela multidão que saía do estádio e regressava aos acampamentos. Harry ainda conseguia sentir o coração bater rápido de tanta emoção que era estar em um estádio lotado vendo aquilo que gosta, com atletas realmente talentosos se dedicando a algo que o grifinório considerava importante para si. 

 O ar da noite trazia aos seus ouvidos cantorias desafinadas quando retomavam o caminho iluminado por lanternas, os Leprechauns continuavam a sobrevoar a área em alta velocidade, rindo, tagarelando, sacudindo as lanternas. 

Quando os garotos chegaram finalmente às barracas, ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, o Sr. Weasley concordou que podiam tomar, uma última xícara de chocolate, antes de se deitar. Harry ficou com eles na barraca da família, ainda curtindo a adrenalina da noite em vez de ir para sua própria barraca. 

Logo estavam discutindo prazerosamente a partida, o Sr. Weasley se deixou envolver por Carlinhos em uma polêmica sobre jogo bruto, e somente quando Gina caiu no sono em cima da mesinha e derramou chocolate quente pelo chão que o pai deu um basta nas retrospectivas verbais e insistiu que todos fossem se deitar. 

Todos ainda achavam muito estranho Harry ter uma barraca apenas para ele. A curiosidade do Sr. Weasley outrora apagada devido a outras questões, agora jazia reascendida dentro de si. Afinal, como o garoto havia conseguido uma barraca? Como ele tinha ingressos dados literalmente pelo ministro da magia em pessoa? Arthur até tinha pensado em lhe conceder a entrada como fez com Hermione, mas estava surpreso além da conta de não ter precisado. 

Harry estava... estranho nesse verão. Envolto em mistério e estranhamente feliz e sorrateiro em sair das perguntas. Todos haviam sentido isso, e todos acumulavam perguntas em suas mentes. 

Todavia, era tarde de mais para discutir sobre isso. Hermione e Gina se transferiram para a barraca vizinha que era apenas para garotas, Harry caminhou até a sua que estava um pouco afastada e os outros Weasley vestiram os pijamas e subiram nos beliches. 

Do outro lado do acampamento ainda era possível ouvir muita cantoria e uma batida que ecoava estranhamente. — Ah, fico feliz de não estar de serviço — murmurou o Sr. Weasley cheio de sono. — Eu não iria gostar nem um pouco de ter que dizer aos irlandeses que eles precisam parar de comemorar.

Já em sua barraca, Harry percebeu de cara que Dobby havia passado por ali. Havia uma torta tampada sobre a mesa, além de dois bilhetinhos anônimos que Harry nem precisava ler para saber de quem era. 

Exausto, o garoto apenas conseguiu tirar suas vestes formais, agradecendo por sua barraca, ao contrário da dos Weasleys, ter aquecimento próprio. Assim, apenas de boxer ele se deitou na grande cama de casal e ficou olhando para o teto de lona da barraca, observando o brilho ocasional das lanternas dos Leprechauns que sobrevoavam o acampamento. 

Sua mente longe visualizando alguns dos lances mais espetaculares de Krum. Estava doido para tornar a montar sua Firebolt e experimentar a Finta de Wronski... Por alguma razão Olívio Wood jamais conseguira transmitir como era aquele lance com os seus diagramas complicados... 

Harry se viu usando vestes com seu nome nas costas e imaginou a sensação de ouvir uma multidão de cem mil pessoas berrando, enquanto a voz de Ludo Bagman ecoava pelo estádio "Com vocês... Potter!".

Harry já sabia que queria ser lembrado. Não por algo que nem era feito dele mesmo, como ter sobrevivido com um aninho. Não, ele sabia que queria marcar a história por ser um grande bruxo. Alguém justo e reascendendo a magia real que estava no seu sangue por ser o herdeiro que era. 

Todavia, essa era a primeira vez que ele chegou a cogitar também fazer história no quadribol. Apesar de não saber exato se queria uma carreira no futuro, esse pensamento lhe deu um gostinho bom de serenidade e entusiasmo. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora