21- Aquela conversa

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O sol em seu ápice, iluminando tão frondosamente nossas vidas e o castelo que o cercava. A luz tão calorosa, epicentro de magia e vida. Era comum o sol os prendar com sua presença durante o ano em Hogwarts, mas nada comparado ao primeiro sol de verão. O primeiro sol das férias, onde o castelo podia se deixar ecoar apenas o pleno silêncio e o vibrar constante e suave da magia. 

Albus Wulfric Percival Brian Dumbledore se considerava uma pessoa sortuda por poder permanecer no castelo mesmo quando o Expresso de Hogwarts zarpava para longe. Uma criatura sortuda por poder desfrutar do silêncio, consagrar a paz e se deleitar com os pequenos prazeres da via, mesmo aqueles mais singelos como observar o sol através da janela em seu escritório. 

Apesar das eventuais complicações; como a questão de ter elegido Hagrid como professor e no primeiro dia o brutamontes ter colocado o precioso Harry em perigo, ou ainda o fato do infame Sirius Black ainda estar a solta e completamente fora do controle e proteção de Albus; havia sido um ano agradável. 

Alunos dando trabalho, professores sempre cobrando, o conselho de pais em cima... Enfim, Dumbledore gostava de pensar que passara por todos os percalços da melhor maneira possível, e ainda conseguindo manter os escrúpulos da elegância e serenidade. 

Afinal, todos olhavam para o professor como se ele fosse a reencarnação de Merlin, como se ele devido aos seus títulos sempre tivesse no controle de tudo, protegendo a todos... 

Bem, mesmo não gostando de admitir, algumas coisas fugiam as vezes do seu controle. A morte de seus fieis colaboradores no passado, Lily e James Potter era um exemplo disso. Todavia, as massas estavam certos ao suporem que Albus sempre tinha um plano. Isso porque as vezes não conseguimos controlar tudo, e eventuais calamidades acontecem... mas o que podemos controlar é como iremos nos adaptar, superar e fazer desses eventos uma oportunidade para moldar e se preparar melhor para o futuro. 

Controlar nossa reação, e não o problema em si. 

Algo grande estava para vir... Dumbledore podia sentir na boca do estômago desde o dia que Tom se foi. Isso porque ele não se iludiu com esperanças trépidas de paz como os outros bruxos medíocres. Não, Albus Dumbledore sabia que mais cedo ou mais tarde seu maior erro iria ressurgir. Era um fato que ele não podia controlar... Mas ele poderia estar preparado. 

Mesmo que pra isso tivesse que organizar algumas coisas, induzir outras... Harry no futuro iria entender. Estava fazendo isso por ser o melhor para todos, para um bem maior...

E é por isso que Dumbledore não compreendeu de primeira quando sua antiga bugiganga criada por si mesmo a qual controla as alas de proteção na casa dos trouxas que Harry vivia começou a apitar loucamente interrompendo sua paz imaculada que era ver o sol enquanto comia doces. 

Devia ser um engano, TINHA que ser um engano... 

Mesmo assim o diretor tinha que confirmar. Era vital que Harry sempre retornasse para a rua dos Alfeneiros no verão e continuasse a chamar o lugar de lar. Só assim as proteções de sangue que o sacrifício de Lilian iriam se manter firmes e protegendo seu pobre garoto até que o momento chegasse. 

As vezes Albus se sentia mal per ter que enviar Harry para uma família abusiva... e se a situação fosse outra ele nunca que teria deixado uma criança mágica tão poderosa nas mãos de pessoas tão pobres em espírito. Mas eram nesses momentos que a segurança falava mais alto que a pena. Mesmo apanhando as vezes... Harry estava seguro com seus tios, seguro de cair em mãos de comensais da morte que o matariam, ou pior, o criariam para o seu senhor. 

Não, isso definitivamente não poderia acontecer!

E por outro lado, crescer como foi obrigado a crescer até fez o menino aprender valiosas lições! Humildade, mansidão, simpatia, obediência... Harry era um garoto de ouro. Uma joia lapidada a ferro quente que seria a salvação de todos. 

Harry Potter e o Lord Slytherin / DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora