Accomplices of secret - Tayvis

Talvez, ainda não é um sim

Taylor Alison Swift - 2023

Tínhamos deixado o estádio há algumas horas, Kelce havia conseguido convencer meus pais e alguns membros da minha equipe a ficarmos hospedados em sua casa enquanto precisássemos continuar na cidade. Foi um grande cavalheiro ao garantir que haveriam quartos para todos os que iriam se alojar na residência, e também ao fazer uma tour completa quando chegamos.
Não influenciou a escolha dos quartos e garantiu que jantássemos uma das especialidades de seu chefe de cozinha. Ligou por si mesmo para a médica que fora recomendada pelo senhor que fez meu parto e me assegurou quanto a sua vinda no dia seguinte para a checagem da saúde de Peter, tal como a minha.

– Tem certeza que tem alguma coisa saindo?- minha pergunta cortou o ar.

Estava no quarto que escolhi ficar, minhas costas apoiadas na cabeceira da cama enquanto Peter estava pendurado em meu seio, via suas bochechas se mexendo assim como sentia que ele estava sugando, mas não sabia se eu estava produzindo leite. Não até o momento em que minha mãe se aproximou de mim e delicadamente tirou meu mamilo da boca do meu filho, o pequeno rastro esbranquiçado no cantinho de sua boca excluiu totalmente minha dúvida.

– Acho que não preciso responder, certo?- seu tom era leve, brincalhão.

          – Definitivamente não...- acabei soltando um pequeno riso e ouvi um resmungo vindo do meu filho. – É tão surreal, eu... Não sei, é como...

          – Como estar fora de órbita, ou como se o mundo não importasse mais a menos que o mundo seja o serzinho que está protegido no seu peito? É... Lembro de me sentir dessa mesma forma quando segurei você pela primeira vez.

– Eu tenho um bebê...- eu ainda estava incrédula com tudo isso.

– Tem sim.

Batidas leves na porta chamaram a atenção, minha mãe veio até mim e cobriu meu seio com uma fralda de boca que tinha sido comprada mais cedo antes de liberar a entrada da pessoa.

– Eu não queria atrapalhar esse momento, só achei isso e pensei que pudesse ajudar durante as primeiras noites aqui.- Travis carregava uma espécie de travesseiro com uma parte mais baixa no meio. – Jason me fez prometer que eu manteria um desses aqui quando Wyatt nasceu, então compro um novo sempre que eles tem um novo bebê a caminho.- achava engraçado o fato de que ele sentia a necessidade de explicar detalhadamente cada coisa que ache que pode me deixar desconfortável ou que possa me fazer ficar minimamente desconfiada quanto a sua índole. – E, esse em específico, está novo e limpo, tá até com cheirinho de bebê, foi lavado com tudo próprio para bebê e é tudo antialérgico e...

– Obrigada por tudo isso, Kelce.- acabei soltando sem perceber e cortando sua fala.

Seus ombros se encolheram e vi as maçãs de seu rosto ganharem uma coloração mais avermelhada, ele deu um passo além do batente da porta e então parou no lugar e refez o ato anterior, voltando para onde estava antes.

– Desculpe, eu não perguntei se estava tudo bem se eu entrasse.- ele tinha abaixado a cabeça e encolhido ainda mais os ombros. – Vocês estão num momento especial e realmente não quero ser mais inconveniente ainda por entrar no seu quarto durante esse momento.

          – Não está sendo inconveniente, seria se simplesmente abrisse a porta e jogasse o travesseiro aqui dentro, mas tudo o que você fez foi bater na porta, esperar uma permissão para entrar, explicar o que veio fazer.- um segundo depois Peter soltou meu seio e fechou a boca me dando a liberdade de arrumar o sutiã e a blusa que eu usava. – Além do mais, se tem alguém que pode estar sendo inconveniente aqui sou eu, é a sua casa, seu espaço pessoal, e eu sou a intrusa no meio disso tudo.

          – Nunca ache que vai estar sendo inconveniente por estar aqui, eu realmente nunca pensaria isso se tratando de você.- seus olhos estavam presos nos meus, um brilho de sinceridade que eu definitivamente não estava acostumada a ver. – E esse não é o meu espaço, é o seu e eu não tenho o direito de invadi-lo como se tivesse alguma autoridade apenas por morar aqui. Você é quem tem que estabelecer os limites aqui, não só sobre o espaço do quarto e do resto da casa, mas sobre minhas ações e falas também.

          – Não me parece justo com você.

          – Pois para mim parece completamente justo.

          Gesticulou pedindo permissão para adentrar o cômodo, o que obviamente concedi, e andou em passos suaves até a cama. Posicionou o travesseiro ao meu lado e sorriu como uma criança que tinha recebido a notícia de que finalmente começaria a dormir na cama ao invés de dormir no berço.

          – Eu também queria saber o que prefere comer durante o café e almoço, já que amanhã eu tenho treino de manhã e provavelmente não vou conseguir estar aqui para acompanhar vocês nas refeições, daí eu já vou deixar tudo alinhado com o Kumar o cardápio de amanhã.

          Certo, talvez eu tenha alguns motivos para realmente considerar aceitar sua proposta. O cara literalmente ficou do meu lado durante o parto, se ofereceu para assumir a paternidade do meu filho para que eu não tivesse que chegar perto do pai biológico dele, abriu as portas da casa dele para que eu passasse o período recomendado em repouso, deixando claro que minha família e equipe profissional são bem vindas, me ajudou a me acomodar e ainda veio me dar a liberdade de escolher o cardápio do dia de amanhã sem nenhuma restrição.

          – Qualquer coisa que seja considerada como de lei em um dia de descanso, sem nenhuma preferência pra nada.- ele pareceu pensar por alguns segundos.

          – Alguma massa? Ou então carne de forno? Ou no bafo? Tem alguma restrição alimentar? Não quero que acabe passando mal... Tem alguma coisa que pode acabar causando cólicas nele? Sei que você precisa descansar e isso não te deixaria dormir praticamente nada e...- ele simplesmente se calou e retraiu o corpo. – Desculpa, eu estou te atolando em perguntas e não estou te dando tempo para responder nenhuma delas.

          – Você não está me atolando em perguntas, na verdade admiro que tenha toda essa preocupação com as minhas preferências.- não poderia negar que fiquei feliz ao ver seu corpo relaxar diante da minha afirmação. – E eu não sei bem o que pode causar cólicas nele, o que provavelmente já faz de mim um fracasso como mãe.- ele se aproximou de mim, incrédulo com minha fala.

          – Nunca diga isso sobre você, ninguém nasce sabendo tudo e tenho certeza de que se tivesse descoberto a gravidez ainda no começo você teria todas as informações de cor e salteado, mas a vida é uma caixinha de surpresas e esse pequeno é parte do lado mais lindo da sua vida, não importa que só tenha tido a oportunidade de conhecer a existência dele na hora que ele decidiu vir ao mundo, isso está longe de fazer de você uma mãe ruim, é exatamente o contrário.- me surpreendeu ao deixar um beijo em minha testa. – Posso colocar ele pra arrotar?

          Não o respondi verbalmente, apenas inclinei cuidadosamente o meu bebê em sua direção. Achei graça ao ver o contraste entre as mãos e o tronco enormes acomodando um serzinho minúsculo enquanto batia delicadamente nas costinhas de Peter.

          – Talvez sua proposta não seja tão louca...- foi um murmuro baixinho, mas ele ouviu.

          – Isso é um sim?

          – É um talvez.- vi seu sorriso se alargando, os olhos se tornando pequenos com o ato. – Talvez, ainda não é um sim.

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Ambiente novo, vou tentar atualizar durante o final de semana, mas não garanto nada pq tenho coisas de física e biologia pra entregar, é isso, até a próxima.