Accomplices of secret - Tayvis

Notificação

Taylor Alison Swift - 2023

          Travis e eu tínhamos caído novamente em uma rotina como família, só que agora as coisas do dia a dia eram acompanhadas de selinhos e, vez ou outra, um beijo um pouco mais profundo. Kelce seguia respeitando o meu tempo e meu espaço, sempre se atentando aos mínimos detalhes.
          Faziam duas semanas desde que aconteceu pela primeira vez, e tudo seguia um fluxo natural, não era forçado ou incômodo. Criamos uma nova sinfonia de um amor inocente, incapaz de machucar, eu estou amando isso.

– De banho tomado, cheirosinho.- Kelce apresenta Peter como se estivesse naquela famosa cena de O Rei Leão.

          – Agora tudo que precisamos é alimentar e colocar para dormir...- eu estava cansada, não da minha família, jamais me cansaria dela, mas dos últimos dias. – Realmente é quase como ter um Tamagochi, mas não é virtual e deixa meus mamilos na carne viva.

Travis me lança um olhar tristonho, ele tenta de todo e qualquer jeito diminuir ao máximo as partes incômodas dessa nova experiência da minha vida, e se culpa por não conseguir amenizar algumas delas. Nos últimos dias é normal que a gente reveze os turnos durante a noite, turnos que eram feitos única e exclusivamente para ter certeza de que nosso filho ainda estaria respirando durante a manhã, algo que eu quis que começasse e Kelce não só concordou, como ficou responsável pela maior parte dos turnos, me acordando somente quando Peter acordava com fome. Uma das medidas adotadas pelo atleta para tentar me ajudar na hora da amamentação foi comprar todos os tipos de bico de silicone que são usados para evitar um contato direto da gengiva do bebê com a pele do mamilo da mãe, o problema é que meu menino se recusa a aceitar qualquer silicone que interfira nesse contato, tendo aceito somente o bico da chupeta.

          – Como está se sentindo nesse final de dia?- todos os dias ele me fazia a mesma pergunta nesse mesmo horário, além de me perguntar quais eram minhas expectativas para o dia assim que acordo.

          – Bem... Meu corpo dói um pouco, mas acho que tem a ver com a volta parcial dos treinos da turnê, minha cabeça tá uma loucura enquanto não recebo um retorno dos advogados quanto à data da próxima audiência, e me sinto emocionalmente cansada, mas nunca o suficiente para querer estar longe de vocês dois.- era a verdade, o cansaço era parte dessa nova rotina, mas valia a pena.

          – Em relação a sua dor no corpo posso fazer massagem se quiser, para acalmar seus pensamentos posso fazer um chá de camomila, e quanto ao cansaço emocional acho que um banho quente e algumas horas de sono podem ajudar um pouco.- ele sempre se mostrou prestativo, mas ainda era estranho ter alguém que se preocupava tanto com meu bem-estar.

– Eu aceito a massagem, mas antes dela eu tenho que alimentar um monstrinho e tomar um banho quente como recomendou.- falava baixo enquanto ajeitava o travesseiro de amamentação em meu corpo, apenas para posicionar corretamente meu filho em seu lugar preferido. – E não sei se só o chá vá acalmar meus pensamentos, os calmantes que ficam em cima do armário provavelmente vão fazer efeito mais rápido.

Na manhã seguinte

O cheiro de bacon atiçou minhas narinas assim que abri os olhos, olhei para o lado e entrei em desespero. Peter não está no berço.
Desci as escadas as pressas, o pânico falando mais alto que a razão. Por alguns segundos esqueci que Travis estava em casa e que provavelmente meu filho estava seguro nos braços do pai, mas quem poderia me julgar quando já tive um apartamento invadido mais de uma vez.

E ali estavam, os dois homens da minha vida, Kelce segurava Peter no colo enquanto arrumava as tiras de bacon em um prato bem ao lado do prato de ovos mexidos que estava em cima do balcão.

– Bom dia, meu amor.- verdade, eu ganhei um novo apelido.

          Três dias atrás eu tinha percebido algo importante quanto ao nome do meu pequeno, meu novo álbum tem uma faixa com seu nome, e ela era um pouco triste demais para ser explicada ao meu filho. Percebi isso no mesmo dia que Trav me chamou de "meu amor" pela primeira vez.

          – Bom dia, Trav.- me aproximei e o abracei levemente antes de pegar nosso filho de seu colo. – E, por favor, me acorda quando tirar ele do berço pra eu não achar que alguém entrou na casa e sequestrou nosso filho.- ele sorriu, o sorriso mais espontâneo e iluminado que já vi no rosto de alguém. – O que foi?

          – Você não percebeu, não é?- seus olhos brilhavam como duas safiras recém polidas. – Nosso filho. É a primeira vez que se refere a ele desse jeito, nosso filho.- eu realmente não tinha entendido a felicidade em seus olhos até sua constatação.

          – É o que ele é, nosso filho. Nosso Peter.- estava feliz, sua felicidade tinha me contagiado.

          Não continuamos a conversa, ele beijou minha testa e afastou uma cadeira para que eu me sentasse à mesa. Uma variedade enorme de coisas foram colocadas aos poucos na minha frente, um café da manhã tão completo que era até um pouco assustador de se ver.

Eu tinha uma sensação estranha no peito, aquele incômodo que causava a impressão de ter inúmeras aranhas andando pelas paredes de meu estômago. Por mais que a felicidade de estar em casa com minha pequena família me envolvesse de forma aconchegante, não poderia ignorar o sentimento ruim que se alastrava por meu corpo.

– Acordou muito cedo?- questionei afim de afastar a sensação que me incomodava.

          – Não muito, um pouco antes das seis, eu acho.- arregalei os olhos quando ouvi sua frase, como isso não era cedo? – Então eu desci para verificar se tinha tudo pra fazer o café e depois subi pra trocar de roupa, foi quando o Pet acordou e eu trouxe ele aqui pra baixo pra eu conseguir ficar de olho nele enquanto preparava seu café.

          – E eu me achava produtiva por acordar as sete e meia pra resolver as coisas no estúdio e ir na academia.- brinquei olhando em seus olhos brilhantes.

          E, bem, continuamos as piadinhas e as conversas durante a refeição. Voltamos ao assunto de como éramos quando crianças, rindo das palhaçadas que aprontamos na época da escola, amaldiçoamos os merdinhas que faziam bullying e quase brindamos aos que chegaram ao último ano sem ter passado por uma gravidez ou um escândalo envolvendo sífilis.
          Quase esqueci o mau pressentimento que me incomodava, até a campainha tocar e um envelope amarelo passar por baixo da porta de entrada. Era uma notificação do tribunal de justiça.

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Tô publicando esse capítulo feliz da vida, tô me sentindo a pessoa mais foda do mundo por causa de ter conseguido receber um saque muito fdp no jogo de vôlei no interclasse, e continuo feliz mesmo que meu time tenha perdido. Se eu não postar amanhã é pq a final valeu a pena assistir, tchau.