Culpa

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Nota inicial: Capítulo com conteúdo explícito, se não se sente confortável em ler pule para a divisão em itálico.

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Taylor Alison Swift - 2023

          Passava das duas da manhã, eu tinha acordado em um pulo, a minha respiração estava pesada, meu rosto quente e meu corpo suado. Não tinha tido um pesadelo, algo muito longe disso, toda vez que meus olhos se fechavam por um segundo que fosse as imagens do sonho vinham a minha mente e me deixavam ainda mais quente.
O estalar do dilatar dos móveis de madeira do quarto faziam meus ouvidos me transportarem para o chocar da cabeceira da cama contra a parede do quarto no sonho. O uivo do vento contido pela janela se misturavam aos suspiros pesados que o homem soltava em minha imaginação. O brilho da lua refletia na sombra da maçaneta da porta, o pingo de luz no metal me lembrando a forma como aquela maldita corrente que ele não tira do pescoço balançava conforme seu corpo se movia contra o meu. Minha mente estava me pregando uma peça? Eu estava enlouquecendo?

O tecido fino do baby-doll que eu usava para dormir parecia demais para suportar, o mínimo contato que o short curto mantinha com minha pele era quase insuportável. Me sentia molhada, praticamente pegajosa.
          Não neguei o impulso, quando percebi já estava nua embaixo do chuveiro morno, os pensamentos ainda fluindo mesmo com a tentativa de abafar eles com o barulho da água. Sequer consigo lembrar da última vez que me senti assim, meu coração pulsava tão alto que parecia estar dentro da minha orelha, meu lado mais racional me abandonava aos poucos.

          Cedi aos meus instintos, já sem nenhuma força para resistir. Minhas mãos percorreram meu próprio corpo, as pontas dos dedos acariciando levemente a pele, os pequenos pelos em meu corpo se arrepiando ao lembrar da sensação que o toque dele me causava naquela alucinação em forma de sonho, um suspiro escapando por entre meus lábios quando prendi um de meus mamilos entre os olhos, a outra mão ainda percorrendo e explorando meu corpo. Não sei dizer quando foi a última vez que fiz algo do tipo, recostei minhas costas na parede no momento em que meus dedos alcançaram meu monte de vênus, a ansiedade pulsando e nublando ainda mais cada um dos meus sentidos.

Fechei os olhos, me permitindo seguir as nuances do sonho, me deixando guiar pelo calor que tomava meu ser, o ar escapando por meus lábios quando meu toque atingiu aquele pequeno nervo em uma massagem preguiçosa, a umidade me deixando dividida entre a surpresa e a vontade de continuar. Meu corpo ficou rígido por meio segundo quando a ponta de dois dos meus dedos tocaram minha entrada, o medo de sentir dor ao permitir que eles entrassem perdeu para o desejo e, mesmo que estivesse tensa, um gemido baixo escapou com a sensação. Minha imaginação tomando a frente e a alucinação da imagem de Travis me tocando, tal como no sonho que me trouxe a esse momento, se fez presente, o desejo de tê-lo de alguma forma, sentir seu toque enquanto eu buscava meu próprio prazer, saber se seria carinhoso ou bruto, se seria rápido ou lento como se estivesse querendo me torturar.
A velocidade aumentou, meus dedos se afundando em minha carne para por um fim naquela combustão, o som dos meus gemidos baixos se misturavam ao som molhado produzidos pelo contato dos meus dedos com minha lubrificação eram mascarados pelo barulho do chuveiro. Minhas pálpebras pesaram, meus olhos se reviraram por baixo delas ao mesmo tempo que minhas paredes internas se fecharam contra meus dedos quando o ápice chegou me transformando em uma completa bagunça, seu nome escapando de meus lábios em um grito contido.

A tranquilidade que veio quando minha respiração se acalmou não durou muito, sendo substituída pela culpa ao perceber até onde acabei levando as coisas.

Na tarde do dia seguinte

Estava frente a frente com ele, o silêncio confortável do carro agora se tornava incômodo para mim, minha mente me carregando para a madrugada de ontem e fazendo o turbilhão que senti naquele momento me atingir como um soco no estômago. Não deveria ter feito aquilo, Trav sempre me respeitou e agora eu o desrespeitei da pior maneira possível.

– Linda...- a voz dele, doce, cuidadosa, me trouxe de volta. – Tudo bem? Você parece estar em outro mundo agora.

– Tudo certo, Trav...- me encolhi um pouco, a vergonha me fazendo recuar. – Podemos só... Conversar sobre isso em casa? Não quero que eles escutem o que preciso te dizer...

          Seu olhar preocupado encontrou o meu, vi sua cabeça criar tantas possibilidades que fiquei tonta. Não tinha dúvidas quanto ao caráter de Travis, conheci melhor ele em seis meses do que conheci Joe em seis anos, fui melhor cuidado pelo grandalhão atrapalhado e carinhoso ao meu lado do que jamais fui em um relacionamento, e agora também tinha total consciência de que ele tinha medo de que qualquer ação dele pudesse me machucar, mesmo que minimamente.
          Trouxe sua mão para perto da minha, entrelaçando nossos dedos antes de passar a prestar atenção nas formas borradas que se formavam conforme o carro andava, Trav já me conhecia bem o suficiente para saber que esse simples gesto queria dizer que não queria que ele se preocupasse, que ele não precisava se preocupar.

          Peter tinha adormecido no cadeirão de transporte, meu bebê agora está começando a sofrer com algo que levei anos para me adaptar, o jet leg. Levei ele comigo para os dois shows que fiz depois do fim do processo, e agora tínhamos acabado de aterrizar em Kansas City para passar meu aniversário e as festas de fim de ano junto com o pai do meu bebê.

          – Já que não vai querer falar sobre o que quer que queira conversar, e eu sou uma pessoa ansiosa... Podemos falar sobre o que vamos fazer no seu aniversário?- sua voz era animada, as palavras quase se atropelando com sua empolgação. – Vai querer bolo de que? E pra comer? Prefere que seja algo em casa ou algum outro lugar? Se quiser algum outro lugar eu dou um jeito de conseguir... E decoração? Quer um tema? Ou quer só cores? Quer uma noite de karaokê? Quer que eu feche um cinema pra juntar todos os nossos amigos pra uma sessão de filmes só com os que você mais gosta?

          Suas sugestões continuaram por todo o resto do trajeto, as ideias mirabolantes me arrancando risadas sinceras que, vez ou outra, faziam nosso filho resmungar irritado por estar tendo seu sono atrapalhado.

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Próximo capítulo tem salto temporal, tchau

Accomplices of secret - TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora