Explicações

791 64 66
                                    

Taylor Alison Swift - 2023

Fiz todas elas se acomodarem por perto antes de pensar em como começaria a explicar as coisas que eu nem mesmo tinha processado direito. Blake alternava o olhar entre meu rosto e o bebê que mamava alheio ao que estava acontecendo ao redor de nós.

– Certo... Quando estiver pronta para começar a falar.- Sabrina foi a primeira a se expressar ali dentro.

          – Eu não sabia que ele tava aqui dentro...- meus olhos marejaram assim que libertei as palavras.

Vi as cinco arregalando os olhos ao ver uma lágrima escapar dos meus olhos. Todas ali sabiam que independente da situação eu dava um jeito de segurar o choro e fingir que não seria abalada pelo que quer que estivesse acontecendo.

– Eu fiz o show todo com dor e isso poderia ter matado ele, eu deveria saber que ele estava aqui dentro.- com certeza eu não tinha ideia do quão grande era a aflição que não me permiti sentir nessas duas semanas.

          Como se entendesse que eu estava sentindo a dor emocional somente naquele momento, meu pequeno soltou meu peito e liberou um gritinho para chamar minha atenção, suas íris tão azuis quanto as minhas me olhando com o brilho mais doce que já vi na vida. Era o que eu precisava para tentar me acalmar um pouco, sorrindo entre as finas lágrimas quando ele voltou a mamar.

          – Ele nasceu depois do show do dia oito, eu achei que ia morrer e entrei em pânico quando o médico disse que era pra eu empurrar porque tinha um serzinho saindo de mim.- e a cascata de lágrimas resolveu banhar meu rosto.

          Gigi e Blake vieram para o meu lado, me abraçando lateralmente sem atrapalhar meu menino. Sabrina, Selena e Lana ocuparam os espaços vagos na cama, me tocando suavemente para demonstrar que estavam ali para me apoiar quando a onda de sentimentos diminuísse e eu conseguisse continuar a falar.
          O quarto foi preenchido pelo barulhinho que Peter emitia enquanto se alimentava, meu coração ficando mais leve a medida que a avalanche de sentimentos ia passando e aos poucos minhas lágrimas diminuindo.

– O médico disse que eu tive uma gravidez silenciosa, e que provavelmente o implanon e os treinos da turnê foram fatores que contribuíram nisso.- o bolo em minha garganta tinha diminuído o suficiente para que eu conseguisse seguir com a explicação. – Eu quis chorar quando ouvi que nós dois precisaríamos passar por uma bateria de exames para saber se estava tudo certo por desencargo de consciência, eu não ia aguentar perder um bebê de novo... Muito menos sabendo que eu ouvi ele chorar depois de sair de mim.

A próxima hora passou comigo explicando enquanto elas ouviam cada palavra minha, houve apenas uma pausa para fazer Peter arrotar. As duas outras mães ali prestavam um apoio silencioso a cada vez que eu precisava parar para engolir o choro e respirar fundo. E quando toda a história da gravidez foi esclarecida o clima finalmente ficou mais leve entre nós todas.

– Agora que a chegada surpresa do mini Swift foi esclarecida... Podemos falar sobre a geladeira industrial que está cozinhando lá embaixo?- a menção ao Kelce acabou me arrancando uma risada.

– Trav estava lá no meio de toda a confusão, ele é um cara legal.- meu olhar não encontrou os olhares delas enquanto eu falava, estava ocupada arrumando os finos fios loiros do meu bebê. – Foi ele quem segurou minha mão durante o parto, foi ele que abriu as portas da casa dele para mim, meus pais, parte da minha equipe e meu filho, foi ele quem passou as últimas duas semanas cuidando de mim e do Peter nos mínimos detalhes, foi ele que entupiu nós dois de presentes, foi ele que passou as noites acordado me ajudando com fraldas e surtos de cólica...

– Tem alguém se apaixonando aqui.- elas falaram em uníssono, vibrando com a possibilidade.

– Ele assumiu a paternidade do Peter para que eu não precisasse ter nenhum tipo de contato com Joe de novo.- vi o círculo perfeito que foi formado pela boca de cada uma delas. – E as únicas condições que ele impôs foi que eu deixasse ele ser um pai não só no papel, mas na vida, e que ele tivesse a oportunidade de conquistar minha confiança para que eu me abrisse para um romance. E deixou claro que não se importaria em esperar o meu tempo já que ele tem esperado uma oportunidade há mais de dez anos.

          – Eu realmente não sei por onde começar a surtar com esse trecho... Que história é essa dele esperar uma oportunidade contigo há mais de uma década?!- Peter resmungou em meu colo, irritado pelo tom adotado pela Carpenter.

          – A família e os amigos dele me confirmaram que ele tenta chamar minha atenção desde a turnê de Fearless.

          – Mas como são as coisas entre vocês dois? Sem contar o Peter.- Lana levantou a questão e fez com todos os olhares se fixassem em mim.

          – Ele cuida de mim... Preza pelo meu bem estar, tanto físico quanto emocional, me acalma depois que o Peter dorme quando a cólica passa e eu acabo em uma crise de choro, me explica que eu não preciso saber de tudo e que isso não faz de mim um fracasso como mãe, me pede permissão até mesmo para respirar mais forte, faz questão de conhecer minhas preferências, cozinha para nós dois porque, segundo ele, o que ele puder fazer para ajudar a diminuir meu cansaço ele vai fazer...- sorri ao lembrar de como ele fez questão de saber cada mínima coisa que me agrada ou desagrada. – E sempre faz questão de me exaltar de alguma forma, fora que tenta estar mais no meu mundo, se permite dar uma chance as coisas que eu gosto e declara ódio eterno ao que eu declaro desgosto, mesmo que mínimo.

          Quando percebi que as meninas começariam as brincadeiras de nível do colegial sobre eu estar desenvolvendo algum sentimento por Kelce, ouvi um toque suave na porta e liberei entrada da pessoa. Sorri quando Travis entrou no quarto com uma bandeja com uma variedade imensa de comida para o café da tarde, o suficiente para não só eu comer, mas todas as minhas amigas também.
          A preocupação em seu rosto foi nítida ao que ele notou os vestígios da recente crise de choro que tive enquanto contava tudo para as garotas. Seus olhos pediram permissão para se aproximar assim que deixou a bandeja sobre uma mesa com rodinhas que ficava ao lado da porta, recebendo a permissão necessária sem que nenhum de nós precisasse realmente falar algo. Com todo cuidado do mundo, pegou o meu loirinho e colocou no pequeno berço que tinha sido trazido para o meu quarto, depois pegou um lenço de papel e secou o rastro das lágrimas que mantinham minhas bochechas levemente úmidas. As meninas, que trocavam olhares divertidos entre si, não esconderam o choque ao que ele segurou meu rosto e deixou um beijo em cada uma das minhas pálpebras, um na ponta do meu nariz e um último na minha testa.

          – Fiz panqueca, e aquele negócio do nome complicado de falar, separei as coisas que disse que gosta de comer e montei o café...- sua voz saía baixa, e logo ele se afastou para arrastar a mesa para perto da cama. – Vou ir buscar o suco e os copos.

          Ele sorriu quando eu murmurei um "obrigada" e saiu do quarto na velocidade da luz para reaparecer segundos depois com seis copos e uma jarra de suco de laranja.

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Não prometo conseguir atualizar direito a fic durante essa semana, vou ter que fazer uma maquete e um trabalho escrito que provavelmente vão consumir uma parte significativa do meu tempo, é isso e até o próximo capítulo

Accomplices of secret - TayvisOnde histórias criam vida. Descubra agora