Capítulo 30

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— De quem é essa galinha, afinal? — Olhei para o animal preso na gaiola ao voltar para frente da minha casa

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— De quem é essa galinha, afinal? — Olhei para o animal preso na gaiola ao voltar para frente da minha casa.

— Do Chorão — Rato respondeu, rindo.

— Você não achou que ele gostava só de piranha, não é? — Helena indagou, me olhando como se eu fosse um ser desprezível para ela.

— O Chorão não tinha me falado da sua existência, por isso eu não sabia que ele gostava de galinhas, piranhas e mucuras. — Forcei um sorriso e, no mesmo instante, a mulher veio para cima de mim, fazendo eu me arrepender de tê-la afrontado.

O seu empurrão me pegou desprevenida e eu caí no chão com um baque surdo, sentindo a gravidade puxar meu corpo de forma implacável. Ao atingir o solo, uma dor aguda percorreu meu braço, intensificando o sofrimento no meu pulso já machucado. Gritei de dor, o som rasgando o ar, e lágrimas quentes começaram a escorrer pelo meu rosto, um reflexo da agonia e do desespero que me consumiam.

De relance, através da névoa de dor que nublava minha visão, vi o Rato largando a gaiola no chão e correndo na minha direção. Seus olhos estavam arregalados de preocupação, mas ele não conseguiu chegar a tempo. Senti o impacto dos primeiros tapas no meu rosto, os estalos secos e dolorosos reverberando pela minha cabeça.

Tentei proteger meu rosto com os braços, mas a dor no pulso tornava tudo mais difícil. Meus gritos se transformaram em soluços sufocados enquanto a adrenalina pulsava, e minha visão começou a ficar turva.

— Sai de cima da minha irmã, sua desgraçada! — Ouvi a voz de Isadora cortando o ar como uma lâmina.

Seu grito era carregado de uma fúria que eu nunca havia visto antes. Num instante, vi a figura dela se aproximar rapidamente, e, em um movimento rápido, ela pegou um pedaço de ferro caído na rua e acertou a cabeça da Helena com força.

O impacto foi brutal. A mulher do Chorão soltou um gemido de dor e tombou para o lado, suas mãos instintivamente indo à cabeça. Tentou se levantar e fugir, mas Isadora, tomada pela fúria, não permitiu. Minha irmã caçula se movia com uma rapidez impressionante e, sem qualquer hesitação, atacou novamente.

Os olhos do Rato se arregalaram ao testemunhar a cena. Ele parecia paralisado por um momento, incapaz de processar a visão de Isadora, geralmente tão doce e calma, sendo transformada em uma agressora. O som dos golpes ecoava no ar, cada um mais pesado que o anterior, e Helena não teve chance de se defender.

GV, percebendo a gravidade da situação, rapidamente interveio, puxando a Isadora pela cintura, afastando-a de Helena. Mesmo assim, Isadora ainda tentou se libertar, seus olhos brilhando de ódio, mas GV a segurou firme.

— Fica calma, meu amor — ele disse próximo ao ouvido da minha irmã.

Enquanto isso, o Rato correu para mim, estendendo a mão para me ajudar a levantar do chão. Senti um arrepio de dor percorrer meu corpo ao tentar apoiar meu peso no braço machucado, mas com a ajuda dele, consegui ficar de pé. Olhei em direção a Helena e senti um frio na espinha. Seu rosto estava desfigurado pelos golpes, sangue escorrendo de cortes profundos, e temi que ela pudesse não sobreviver à surra.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora