Capítulo 41

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Só de pensar que aceitei fazer vítimas íntimas para o Chorão, porque estava precisando de dinheiro para ajudar a minha família, mas acabei desenvolvendo um sentimento por ele e depois descobri que ele é casado e escondeu isso de mim, sinto que vou...

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Só de pensar que aceitei fazer vítimas íntimas para o Chorão, porque estava precisando de dinheiro para ajudar a minha família, mas acabei desenvolvendo um sentimento por ele e depois descobri que ele é casado e escondeu isso de mim, sinto que vou ter um colapso nervoso. Meu coração acelera, as mãos suam, e meu estômago revira como se estivesse em um carrossel descontrolado.

Ser amante era até aceitável depois de descobrir que eles não tinham nada um com o outro há seis anos e os únicos motivos de continuarem casados no papel eram a facção e o filho, mas a mulher dele encomendar a minha morte é um pouco demais para mim. O medo me envolve, e é difícil respirar.

Nenhum homem vale a minha vida mesmo que ele seja um tremendo de um gostoso que faz a minha buceta pulsar só em vê-lo.

— Tá tudo bem aí, Emília? — Rato perguntou, me fazendo voltar à realidade com um sobressalto. Sua voz era um choque de realidade.

Eu sequer lembrava que ele estava ao meu lado dentro do carro, indo para a casa que o Chorão alugou para eu morar temporariamente com a minha irmã, Pedro e Dandara. As luzes da cidade piscavam pelo vidro do carro, criando sombras que dançavam no meu rosto.

Estou impressionada como ele conseguiu arranjar uma casa mobiliada tão rápido, porque não faz nem 48 horas que saí daquele baile funk e fui parar em um motel com o Rato. O cheiro de couro dos assentos e o barulho do motor me trazem de volta ao presente.

— Sim, tá tudo bem — menti, forçando um sorriso que não chegava aos olhos.

— Depois que eu terminar de fazer meus corres de hoje, a gente pode fazer alguma coisa juntos — ele sugere, desviando o olhar para mim rapidamente. Eu nego com a cabeça, tentando não parecer grosseira.

— Melhor não.

— Ué, por quê? — Sua sobrancelha arqueou, confuso.

— Porque o Chorão vai me ligar e se eu não estiver em casa, ele vai surtar e não tô afim de brigar com ele — respondi, tentando manter a voz calma.

— Se tu não quiser passar um tempo comigo como amigos, é só falar. Não precisa ficar de caô — ele rebateu, irritado.

— Não tô mentindo, Rato. Se eu não quisesse, ia te falar a verdade, afinal não tenho obrigação de te agradar — meu tom saiu mais ríspido do que eu pretendia.

— Ih, ala. Tá de TPM? — ele provocou, sorrindo de lado.

— Não quero ser mal educada, mas sua voz tá me irritando — declarei, cruzando os braços.

— Sabe o que tu tá precisando? De uma surra de pau pra deixar de ser tão chata — o irmão do Chorão disse em um tom de voz brincalhão. — Acho que um velho de 40 anos não tá dando conta de uma novinha de 18 anos.

— Impressionante como você e o Chorão só pensam em sexo — retruquei, revirando os olhos.

— E não é qualquer sexo, é sexo com você. Será que você aguenta um na frente e um atrás? — ele riu, malicioso.

— Cala a boca, seu ridículo — respondi, dando uma gargalhada baixa.

— Isso, assim que eu gosto, Emília. Não quero te ver toda enfezadinha. — Rato apertou minha coxa, o toque dele quente contra minha pele, e piscou o olho na minha direção.

— Eu só estou confusa com tudo que anda acontecendo na minha vida, mas logo passa — admiti, suspirando.

— Eu sei que... — Antes que ele terminasse de falar, o celular dele tocou, interrompendo-o.

Rato atendeu a ligação e por algum motivo, acelerou ainda mais o carro. O rugido do motor cresceu, e comecei a ficar nervosa com medo dele bater o carro.

Odiava quem não prestava atenção enquanto estava dirigindo.

— Qual foi, GV? Já tô chegando aí daqui a pouco, só vou deixar uma mina em casa — Rato informou se referindo a mim como se eu fosse qualquer uma. — Como assim essa vagabunda não pode?

Sua feição tornou-se um misto de raiva e frustração. Ele apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

— Foda-se se a avó da Gabriela morreu, GV! Ela ir pro velório não vai trazer a velha de volta, porra!

Meu deus, a avó da Gabriela morreu? Meu coração apertou. Eu sabia que a mulher estava doente há anos, inclusive foi por isso que a Gabriela começou a fazer coisas ilegais, afinal, hospital e remédios são caros demais. Minha amiga deve estar tão mal.

Eu fui uma idiota ao ter me afastado dela no momento que ela mais precisou de mim.

— Diz pra Gabriela que se ela não tiver aí na boca quando eu chegar que vou pessoalmente caçar essa vadia, matar e dar os pedacinhos dela para os meus cachorros comerem. — A ameaça na voz de Rato era palpável, fazendo meu sangue gelar.

— Eu posso ir no lugar dela, Rato — avisei e ele me olhou surpreso, quase incrédulo.

— Você disse que tinha medo do Chorão surtar.

— Tô disposta a ouvir um sermão do teu irmão e até apanhar na próxima visita pela Gabriela — respondi com firmeza.

— Tu vai mesmo? Porque se tu der pra trás, eu vou ficar puto e quem vai virar janta dos cachorros é tu!

— Ela é a minha melhor amiga, então é óbvio que vou.

Rato parece pensar por alguns instantes, mas logo volta a falar com o seu amigo.

— Libera a Gabriela por hoje, GV. Arranjei outra mina pra me ajudar. — Rato desliga a ligação e permanece em silêncio por algum tempo, o carro agora em uma velocidade constante, mas ainda rápida demais para o meu gosto.

Aproveitei para mandar mensagem para Isadora pedindo para ela ir direto para o nosso novo endereço e não ficar batendo perna por aí, porque, enquanto a Helena estiver viva, sinto que vamos estar correndo risco. O medo latejava em mim, mas a determinação de proteger minha amiga e minha família era ainda mais forte.

 O medo latejava em mim, mas a determinação de proteger minha amiga e minha família era ainda mais forte

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