Acordei ouvindo o meu celular tocar e ao atender a ligação tive que me segurar para não soltar uma gargalhada com mais um surto do Chorão.
— Engraçado que tu fez um furdunço porque não te contei da Helena, mas some o dia inteiro! — Chorão reclamou bufando de raiva. — Onde tu tá, Emília? Porque tu não me atendeu?
Ainda meio grogue de sono, olhei para o relógio e percebi que tinha dormido a tarde toda. Eu realmente precisava desse descanso, mas sabia que Chorão não ia entender.
— Eu tava cansada e acabei dormindo, amor. — Me espreguicei na minha cama e virei de lado, tentando soar o mais casual possível.
— Olha bem o que tu tá fazendo da tua vida. — A voz dele carregava uma preocupação disfarçada de irritação.
— Sinto que tô fazendo uma péssima escolha em me envolver com um chefe de facção surtado — zombei, rindo para aliviar a tensão.
— Pela tua felicidade ao sentar no meu pau, eu não acho que tu tá mal com isso — ele retrucou, a raiva em sua voz sendo substituída por um tom provocativo.
— Não me lembra do teu pau que eu já fico morrendo de saudades. — Senti meu rosto esquentar enquanto a memória da nossa última transa invadia minha mente, me fazendo arrepiar.
— Quando eu sair daqui, não vou te largar nem por um minuto. — A promessa dele, apesar de soar possessiva, me trouxe uma sensação estranha de conforto.
Passei a mão no rosto, sentindo meu corpo esquentar ao lembrar da nossa última transa. A química entre nós era inegável, e isso complicava ainda mais a minha situação.
— Tenho que tomar um banho, amor — disse com a respiração falhando, tentando manter o controle das minhas emoções.
— Se toca pensando em mim, Emília. — A voz dele agora soava mais suave, quase carinhosa.
— Quem disse que vou fazer isso? — respondi, embora soubesse que ele estava certo.
— Te conheço muito bem, sua safada. — Ele riu, e eu não pude deixar de sorrir também, mesmo sabendo que essa relação era uma mistura perigosa de paixão e caos.
[...]
Estava escolhendo um pijama para voltar a dormir quando a Isadora entrou no quarto e encostou seu corpo na lateral da porta.
— Você me deixaria ir pra um baile funk? — Isadora perguntou, me fazendo rir.
— Tá doida?
— O MC Cabelinho vai tá lá! — Minha irmã se aproximou de mim e me abraçou de lado. — Eu nunca fui em um show dele e você sabe o quanto sou fã.
— Acho que você deveria escolher um ídolo que não aceita pagamento de bandido.
— Se eu fosse por esse pensamento, teria que trocar de irmã — ela brincou, rindo.
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ATRAÍDA PELO TRÁFICO
ChickLit[Este livro não retrata a realidade nua e crua das favelas, é apenas uma história fictícia com o intuito de entreter] "Uma conexão obscena entre um sequestrador e sua refém" Após passar 72 horas como refém do temido líder da facção, Chorão, Emília l...